Hoje faz anos o central imprescindível entre os campeões mundiais de sub-20 em Riade. Quem se lembra de Valido?
Valido disputou quatro jogos pela equipa principal do Benfica
A esta distância, mais de três décadas
depois, é indiscutível que Paulo
Madeira e sobretudo Fernando Couto foram os dois centrais, entre os
campeões mundiais de sub-20 em Riade, que fizeram melhor carreira. Mas na
altura, para o selecionador Carlos
Queiroz, a dúvida era qual dos dois fazia companhia a Valido no eixo
defensivo.
Nesse Campeonato do Mundo
disputado entre fevereiro e março de 1989, o defesa que se encontrava emprestado
pelo Benfica
ao Estoril
atuou os 90 minutos em todos os seis jogos de Portugal. Já Couto e Madeira
foram titulares em quatro cada um. As voltas que a vida dá. Descrito por Queiroz
como “muito bom tecnicamente, bom no tackle e muito bom no jogo aéreo”,
começou a jogar futebol nas camadas jovens do Domingos Sávio, popular clube do
bairro lisboeta de Campo de Ourique, tendo ainda passado pelos juvenis do Atlético
antes de concluir a formação no Benfica. Em novembro de 1987 iniciou um
percurso de 26 internacionalizações e pouco mais de quatro anos nas seleções
nacionais jovens, desde os sub-18 aos sub-21. Em 1988 marcou presença no
Campeonato da Europa de sub-18, na Checoslováquia, ajudando Portugal a chegar à
final, perdida para a União Soviética, tendo marcado nas vitórias sobre os
Países Baixos nos quartos de final (3-0) e sobre a Espanha nas meias-finais
(2-0). Após esse torneio transitou para
o futebol sénior, tendo sido emprestado pelo Benfica
a Estoril,
Feirense
e Gil
Vicente antes de ser finalmente integrado no plantel das águias
em 1991-92. No entanto, não foi além de quatro jogos às ordens de Sven-Göran
Eriksson, numa época em que os encarnados
não venceram qualquer troféu.
Sem espaço na Luz,
muito por culpa da concorrência feroz de jogadores como Paulo
Madeira, William e Rui Bento, assinou pelo Marítimo
no verão de 1992. Na primeira época nos Barreiros foi bastante utilizado, tendo
atuado em 30 jogos no campeonato e contribuído ativamente para o primeiro
apuramento de sempre dos insulares
para as competições europeias, no caso a Taça
UEFA.
No entanto, perdeu espaço na
época seguinte e não mais voltou a afirmar-se como titular num clube da I
Liga, apesar de depois ter jogado no primeiro
escalão com as camisolas de Estrela
da Amadora, Tirsense,
Belenenses
e Alverca,
sempre sem conseguir cumprir, no mínimo, metade dos encontros do campeonato. Acabou por encontrar o seu espaço
nas divisões não profissionais na reta final da carreira, tendo representado Amora,
Operário
Lagoa, Atlético
e Seixal
na II Divisão B e Beira-Mar
de Monte Gordo na III Divisão. Após pendurar as botas, em 2005,
tornou-se treinador. Começou pelo comando técnico do Atlético do Cacém, mas
desde 2009 que integra os quadros do Benfica,
tendo trabalhado como adjunto de vários escalões e presentemente como treinador
de desenvolvimento individual de juniores, sub-23 e equipa B. Paralelamente,
desempenha a função de comentador na BTV.
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