Hoje faz anos o grego que foi bicampeão e marcou 52 golos em dois anos no Benfica. Quem se lembra de Mitroglou?
Mitroglou venceu dois campeonatos pelo Benfica
Esteve à beira de reforçar o Sporting
no verão de 2015, mas o Benfica
desviou-o para o Estádio
da Luz e fez dele uma das figuras das equipas do bicampeonato de Rui Vitória
(2015-16 e 2016-17). Marcou 52 golos em 88 jogos de águia
ao peito ao longo de duas épocas, tendo concluído ambas no pódio dos goleadores
da I
Liga.
Também mostrou apetência para
faturar em encontros decisivos. Foi dele, por exemplo, o golo da vitória sobre
o Sporting
em Alvalade
que valeu a subida à liderança do campeonato, num encontro marcado por um
falhanço incrível de Bryan Ruiz, em março de 2016. Dois meses e meio depois
bisou no triunfo sobre o Marítimo
na final da Taça
da Liga (6-2). Ao lado de Jonas, formou uma das melhores duplas de ataque
do Benfica
neste século. Konstantinos Mitroglou nasceu em
Krinides, na região grega de Kavala, mas emigrou com os pais para a Alemanha quando
ainda era criança. Enquanto futebolista cresceu também no futebol alemão,
nomeadamente nas camadas jovens do Duisburgo e do Borussia
Mönchengladbach, mas nunca cortou o cordão umbilical que o ligava à Grécia,
tendo representado as seleções jovens helénicas.
Após brilhar no Europeu de sub-19
em 2007, no qual foi melhor marcador (três golos) e a seleção grega
vice-campeã, assinou pelo Olympiacos.
Os primeiros anos no Pireu não foram fáceis, ao ponto de ter chegado a estar
emprestado a Panionios e Atromitos, apesar de se ter tornado internacional A
pela Grécia
em 2009 e de ter sido convocado pelo selecionador Fernando Santos para o Euro 2012.
Ao serviço do Atromitos, em 2011-12, foi mesmo eleito melhor jogador do
campeonato grego, muito por culpa dos 17 golos que apontou.
No entanto, explodiu no Olympiacos
após as cedências, tendo beneficiado com a chegada de Leonardo Jardim para o
comando técnico em 2012-13.
Após 17 golos em 19 jogos em
todas as competições na primeira metade da época seguinte, e depois de se ter
tornado no primeiro jogador a marcar dois hat-tricks consecutivos na
liga grega e no primeiro grego a apontar um hat-trick na Liga
dos Campeões, já com o espanhol Míchel
como treinador, assinou por quatro anos e meio pelos ingleses do Fulham
a 31 de janeiro de 2014, numa transferência que rendeu 15,2 milhões de euros ao
Olympiacos.
Embora se tratasse, na altura, do
jogador mais caro da história dos londrinos,
Mitroglou desiludiu em Craven Cottage, tendo sofrido vários problemas físicas
que o impediram de disputar mais de dois jogos na Premier
League na segunda metade de 2013-14, época em que o Fulham
desceu de divisão. Ainda assim, foi convocado por Fernando Santos para o Mundial
2014, disputado no Brasil, tendo ajudado a Grécia
a atingir os oitavos de final. À procura de relançar a carreira,
regressou ao Olympiacos
em 2014-15, por empréstimo do Fulham,
conquistando nessa época o seu sexto campeonato grego (depois de 2007-08,
2008-09, 2010-11, 2012-13 e 2013-14) e a sua quarta Taça da Grécia (após as de
2007-08, 2008-09 e 2012-13). Também voltou a exibir veia goleadora, com 19
remates certeiros em 34 jogos em todas as competições.
No verão de 2015 voltou a
colocar-se em cima da mesa uma mudança de ares. O Sporting
era um dos principais interessados, mas não chegou aos valores pretendidos pelo
Fulham.
Acabou por ser o Benfica,
que havia acabado de perder Lima, a recrutá-lo, através de um empréstimo que
contemplava uma cláusula de opção de compra de sete milhões de euros, cláusula
essa que acabou por ser exercida um ano depois.
Após 52 golos e a conquista de
dois campeonatos (2015-16 e 2016-17), uma Taça
da Liga (2015-16), uma Supertaça
Cândido de Oliveira (2016) e uma Taça
de Portugal (2016-17), transferiu-se para o Marselha
no verão de 2017, num negócio em que o Benfica
conseguiu arrecadar mais do dobro do dinheiro que havia investido no avançado
grego: 15 milhões de euros. A transferência para o emblema
francês deu, porém, o pontapé de saída na curva descendente de Mitroglou,
apesar de ainda ter apontado 13 golos em 30 jogos em 2017-18. A partir daí,
muito fustigado por problemas físicos, viveu épocas penosas no próprio Marselha,
nos turcos do Galatasaray, nos neerlandeses do PSV
e nos gregos do Aris.
Depois de seis meses afastado dos
relvados, assinou em janeiro de 2023 pelo SpVgg Rheurdt-Schaephuysen, um clube do
nono (!) escalão do futebol alemão, anunciando nessa altura um ponto final na
sua carreira de futebolista profissional, aos 34 anos. Meio ano reforçou o SV
Scherpenberg, da sexta divisão germânica.
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