sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Recorde todas as vitórias do Portimonense sobre o Sporting

Portimonense fazia a vida negra ao Sporting na década de 1980
O saldo dos jogos entre Sporting e Portimonense é amplamente favorável aos leões, com 32 vitórias contra apenas seis dos algarvios (e cinco empates) em todas as competições, sendo que os triunfos alvinegros e as cinco igualdades foram registadas em Portimão.
 
A primeira vez em que os dois emblemas se defrontaram remonta a 1947-48, quando os verde e brancos, então orientados por Cândido de Oliveira, golearam no Algarve por expressivos 6-1 em partida dos quartos de final da Taça de Portugal, graças a cinco golos de Peyroteo e um de Vasques. Nessa época, o emblema lisboeta conquistou a dobradinha.
 
Quase três décadas depois, os dois conjuntos mediram forças pela primeira vez na I Divisão em 1976-77, na época de estreia do Portimonense no primeiro escalão, com triunfo do Sporting em Alvalade (2-0) e empate em Portimão (2-2).
 
Vale por isso a pena recordar as seis vitórias do Portimonense sobre o Sporting.
 
29 de janeiro de 1978 – I Divisão (15.ª jornada)
O Sporting tinha a tradição de se sagrar campeão em ano de Mundial, mas em 1977-78 começava a ter algum atraso pontual em relação ao líder Benfica. E, no jogo que fechou a primeira volta, na visita a um Portimonense que ocupava o último lugar no campeonato, os leões então comandados por Rodrigues Dias ficaram praticamente arredados desse objetivo.
Os verde e brancos até se adiantaram no marcador aos 32 minutos, por Rui Jordão, mas um bis de Jaílson (42’ e 66’) colocou os alvinegros na frente do resultado. Tião aumentou para 3-1 aos 85’ e Augusto Inácio reduziu para os lisboetas ao cair do pano (89’).
“Sem motivo para espanto, nem para surpresa, o Sporting enterrou quase que definitivamente, ao sol do Algarve, as já de si ténues esperanças que, porventura, ainda alimentasse de alcançar portistas e benfiquistas na corrida para o título. Porque os leões, esta é a verdade nua e crua, estão doentes. Fisicamente, mas, mais psicologicamente. Porém, vamos um pouco mais devagar. Antes de falar dos deméritos sportinguistas é de salientar os (grandes) méritos portimonenses. E endereçar-lhes uma palavra de simpatia, e ao seu treinador Mário Lino (…) pelo magnífico espetáculo ofertado ao público”, escreveu o Diário de Notícias na sua edição do dia seguinte.
 

 
8 de dezembro de 1980 – I Divisão (13.ª jornada)
Embora se tivessem defrontado pela primeira vez na 13.ª jornada, a antepenúltima da primeira volta, o Portimonense (então recém-promovido) de Manuel de Oliveira e o Sporting (então campeão em título) de Fernando Mendes partiram para essa ronda empatados pontualmente no 3.º lugar, com 15 pontos.
Em Portimão, a equipa da casa desempatou e ficou isolada no último degrau do pódio, graças a um golo solitário de Valter Costa ao cair do pano (88 minutos).
“E a tradição manteve-se. O Sporting mais uma vez não passou em Portimão. Desta vez um golo apontado por Valter a um minuto do fim do encontro no aproveitamento de uma atrapalhação do guarda-redes Vaz e do central Zezinho deu ao Portimonense mais um saboroso triunfo que o lançou ainda mais para o horizonte da Europa”, podia ler-se no Jornal de Notícias.
  



4 de abril de 1982 – I Divisão (24.ª jornada)
Nem o grande Sporting de Malcolm Allison, Manuel Fernandes e Rui Jordão – António Oliveira não jogou neste encontro – passou em Portimão, apesar de ter conquistado a dobradinha no final da temporada.
Após ter batido o Benfica em Alvalade na jornada anterior e de ter ficado com sete pontos de vantagem sobre águias e FC Porto, os leões escorregaram no Algarve. Tião, que já havia marcado aos verde e brancos em 1978, inaugurou o marcador aos 20 minutos, na conversão de uma grande penalidade. Depois Norton de Matos fez o 2-0 para a equipa comandada por Artur Jorge, que ocupava um dos lugares logo acima da zona de despromoção, à beira do intervalo (45’).
“Aquele minuto 45 foi decisivo. O Portimonense marcava a poucos segundos antes de o árbitro assinalar a interrupção para o intervalo o segundo golo e punha fim a toda a discussão”, escreveu o Diário de Notícias.
 



 
1 de abril de 1989 – I Divisão (32.ª jornada)
Sem conquistar o título nacional há sete anos, o Sporting então comandado por Manuel José foi para Portimão já sem o sonho de voltar a ser campeão, uma vez que tinha 13 pontos de desvantagem em relação ao líder Benfica. Já o Portimonense, orientado por José Torres, ocupava o 15.º lugar, o primeiro imediatamente acima da zona de despromoção.
Os leões até começaram melhor e marcaram primeiro, por Paulinho Cascavel, aos 21 minutos, conseguindo manter essa vantagem até aos 72’, quando César Brito empatou o encontro. Depois José Pedro (77’) e o recém-entrado Vado (89’) marcaram os golos que deram o triunfo aos algarvios.
“Depois de uma primeira parte em que o Sporting revelou certa superioridade técnica e mesmo tática, traduzida pela obtenção de um golo, o Portimonense arrecadou uma excelente vitória no seu terreno, dando assim mostras de estar suficientemente moralizado, nesta altura em que o campeonato da I Divisão se aproxima do fim”, escreveu o Diário de Notícias.
 
 
 
19 de janeiro de 2016 – Taça da Liga (2.ª jornada da fase de grupos)
Numa altura em que o Portimonense então comandado por José Augusto estava na II Liga e o Sporting orientado por Jorge Jesus liderava a I Liga, os leões caíram em Portimão em partida da Taça da Liga.
Depois de ter inaugurado o marcador aos 36 minutos, Ewerton Pereira bisou ao cair do pano (90+3’), na conversão de uma grande penalidade. Pelo meio, William Carvalho desperdiçou um penálti, tendo permitido a defesa de Carlos Henriques.
“Para o leão, Portimão foi uma lição. O líder da I Liga travou a fundo – e justamente! – frente a uma turma algarvia merecedora do escalão maior, comprometendo as aspirações dos verde e brancos seguirem em frente na tão fugidia Taça da Liga. O Sporting não apresentou um onze alternativo competente. Sem peças como Adrien, Bryan Ruiz e Slimani, a máquina falha”, resumiu o jornal O Jogo.
 
 
 
7 de outubro de 2018 – I Liga (7.ª jornada)
Poucos meses depois da invasão à Academia que motivou a rescisão unilateral de vários jogadores, o Sporting procurava reerguer-se sob o comando técnico de José Peseiro e há menos de um mês sob a presidência de Frederico Varandas.
Numa altura em que os leões seguiam na luta pelo primeiro lugar, a três pontos do líder Sp. Braga, caíram com estrondo no terreno do lanterna vermelha Portimonense, comandado por António Folha.
Depois de Wilson Manafá (30 minutos) e Nakajima (44’) terem adiantado os algarvios, Fredy Montero reduziu para os verde e brancos pouco depois da hora de jogo (63’). Nakajima (82’) fez o 3-1 para os alvinegros e Coates reduziu para o Sporting (88’) antes de João Carlos estabelecer o resultado final já em tempo de compensação (90+3’).
“Que tratado de bola deu Nakajima! É justo dizê-lo, escrevê-lo e sublinhá-lo, tal a qualidade das ações individuais e coletivas do internacional japonês, que, ‘grosso modo’, marcou dois golos, assistiu João Carlos para o último e foi peça determinante na jogada do primeiro, isto como highlights de múltiplas intervenções que deixaram os leões de olhos em bico, mas, sobretudo, várias cabeças à roda. Estonteante! Porém, diga-se que o camisola 10 dos algarvios esteve sempre bem acompanhado, superiormente servido por um Paulinho assertivo no meio-campo, um Bruno Tabata incisivo sobre Acuña e um Manafá – que passou pela Academia, recordam-se? – que baralhou o lado direito dos forasteiros no primeiro tempo, em que secou Raphinha, além do golo de fazer inveja a muitos craques e do passe de morte que assinou para o segundo”, sintetizou o jornal O Jogo.
 











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