Mateus reforça União de Leiria aos 38 anos |
Anunciado esta terça-feira como
reforço da União
de Leiria, o avançado Mateus vai juntar-se a uma já extensa lista de internacionais
angolanos que passaram pelos leirienses.
Na realidade, o emblema
da cidade do Lis conseguiu estabilizar na I
Liga e obter as suas melhores classificações ao mesmo tempo que a seleção
angolana viveu o seu período mais intenso em termos de presenças em fases
finais de grandes competições, no final da década de 1990 e início do século
XXI.
Fua |
O primeiro internacional
angolano a jogar pela União
de Leiria foi o avançado Fua, entre 1994 e 1997. Inicialmente
emprestado pelo Boavista,
clube em que concluiu a formação e que o cedeu sucessivamente, amealhou 84
jogos e quatro golos pelo emblema
da cidade do Lis, tendo contribuído para classificações honrosas na I
Liga como o 6.º lugar em 1994-95 e o 7.º na época seguinte. Contudo, em
1996-97 mostrou-se impotente para impedir a despromoção à II
Liga.
Pelo meio, marcou presença no CAN
1996, prova que marcou a estreia dos Palancas
Negras em grandes competições, tendo disputado três jogos nesse torneio.
Quinzinho |
Quem ainda coincidiu com Fua em
Leiria foi outro avançado que tinha marcado presença na Taça das Nações Africanas
em 1996, Quinzinho. Emprestado pelo FC
Porto, que o tinha contratado ao ASA, apontou três golos em 18 jogos pelos leirienses
entre novembro de 1996 e maio de 1997, numa temporada marcada pela despromoção
à II
Liga.
Após a descida de divisão
regressou aos dragões, que o cederam ao Rio
Ave.
Em 1998 voltou a participar (e a
marcar) numa Taça das Nações Africanas.
Quinzinho morreu em abril de
2019, vítima de morte súbita.
Túbia |
Se no verão de 1997 Fua e
Quinzinho deixaram Leiria, chegou à cidade do Lis o extremo Túbia, que
vinha de meia dúzia de anos no Desp.
Aves e também tinha marcado presença no CAN 1996, depois de um início de
carreira nos angolanos do Interclube.
Na única temporada que passou nos
leirienses
atuou em 30 encontros em todas as provas e apontou três golos, ajudando a
equipa então orientada por Vítor Oliveira a sagrar-se campeã da II
Liga e a atingir as meias-finais da Taça
de Portugal.
Cumprida a missão, transferiu-se
para o Sp. Espinho.
Freddy |
O senhor que se seguiu foi Freddy,
um atacante angolano radicado
em Portugal desde tenra idade que fez a formação e iniciou o percurso como
futebolista sénior no Estoril
Praia, de onde saiu para a União
de Leiria no verão de 2001, chegando à cidade do Lis ao mesmo tempo que José
Mourinho.
Em quatro temporadas ao serviço
do emblema
leiriense amealhou 105 jogos e sete golos em todas as competições, tendo
contribuído para a obtenção do 5.º lugar na I
Liga e para a caminhada até à final da Taça
de Portugal em 2002-03. Na época seguinte esteve na estreia do clube na
então denominada Taça
UEFA.
Paralelamente, em março de 2004
estreou-se pela seleção
angolana, tendo participado em sete jogos na fase de apuramento para o
Mundial 2006.
Maurito |
Quem se chegou a cruzar com
Freddy em Leiria foi o médio ofensivo Maurito, reforço da União
em janeiro de 2004 proveniente do Vasco
da Gama de Sines, que por sua vez o tinha recrutado aos angolanos do Santos
FC.
Em meia época ao serviço dos leirienses
não foi além de sete jogos na I
Liga, todos na condição de suplente utilizado.
No final da temporada
transferiu-se para o Al Jazira, dos Emirados Árabes Unidos, iniciando aí um
trajeto de cerca de meia década no futebol árabe. Paralelamente, marcou
presença nas edições de 2006 e 2008 da Taça das Nações Africanas.
Luís Lourenço |
No verão de 2005, a União
de Leiria recebeu por empréstimo do Sporting
o então avançado internacional jovem português Lourenço,
que tinha marcado presença em torneios importantes como o Europeu de sub-16 em
1998, o Campeonato da Europa de sub-21 em 2004 ou os Jogos
Olímpicos de Atenas (2004).
Na única temporada que passou na
cidade do Lis, apontou seis golos em 26 jogos em todas as competições, tendo
feito uma das melhores épocas da carreira sob o comando técnico de Jorge Jesus.
“Jorge
Jesus é um treinador com métodos próprios. Fez-me crescer ainda mais
como jogador, dizia sempre que não era um 9 mais sim um 9 e meio e deu-me
liberdade para dar criatividade em prol da equipa. Tínhamos uma grande equipa e
a vivência na cidade foi simples e de adaptação fácil”, afirmou ao O
Blog do David em março de 2021.
No final da época em Leiria
marcou presença no Europeu de sub-21, mas em agosto de 2011 jogou uma vez por Angola,
país onde nasceu, tendo entrado nos últimos minutos de uma visita à Libéria.
Marco Airosa |
No verão de 2006, Lourenço deixou
Leiria, mas Marco Airosa chegou à União.
Lateral direito nascido em Luanda e formado no Pescadores
da Costa da Caparica, vinha de uma época agridoce, uma vez que se mostrou
impotente para impedir a despromoção do Barreirense
à II Divisão B, mas tinha feito a estreia pela seleção
angolana e havia sido convocado para o Mundial 2006, embora não tivesse
disputado qualquer jogo no torneio realizado na Alemanha.
Embora tivesse estado ligado
contratualmente aos leirienses
ao longo de duas temporadas, nunca chegou a estrear-se, tendo estado emprestado
ao Olhanense
em 2006-07 e ao Fátima
na temporada que se seguiu. Foi durante a cedência aos fatimenses
que marcou presença no CAN 2008.
Mais tarde haveria também de
participar nas edições de 2012 e 2013 da Taça das Nações Africanas.
Stélvio Cruz |
Antes de Mateus, o último internacional
angolano a representar a União
de Leiria havia sido o médio defensivo Stélvio Cruz. Internacional
jovem português e formado no Sp.
Braga, foi cedido pelos bracarenses
aos leirienses
no início da temporada 2009-10, que marcou o regresso da equipa
da cidade do Lis à I
Liga. O centrocampista até não foi além de três jogos realizados pelo conjunto
da Beira Litoral, mas foi precisamente durante o período que esteve no
clube que somou as primeiras internacionalizações pela seleção
principal de Angola e foi convocado para o CAN 2010.
Após a participação na Taça das
Nações Africanas mudou-se para o 1º
de Agosto, tendo posteriormente prosseguido a carreira em campeonatos
europeus de segunda linha, como os de Chipre e Luxemburgo.
Mais tarde, em 2019, foi novamente
convocado para um CAN.
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