Dez jogadores marcantes na história recente do Mineiro Aljustrelense |
Fundado oficialmente a 25 de maio
de 1933, embora já existisse desde os finais dos anos 1920, o Sport
Clube Mineiro Aljustrelense tem sido presença assídua nas competições
nacionais desde o início da década de 1950, tendo participado por quatro vezes no
Campeonato
de Portugal, a primeira em 2014-15.
Numa altura em que a agremiação ainda não tinha sede e ainda ultimava pormenores relativamente às cores representativas do clube, foi de um livro de papel de mortalha que surgiu a proposta do azul, branco e vermelho, cores que perduram até hoje.
No entanto, a Segunda Guerra Mundial e a consequente paragem da atividade da mina de Aljustrel na década de 1940 abalou o clube, que após o conflito ressurgiu com grande vitalidade, tendo surgido a oportunidade de poder competir em provas oficiais em 1947-48, beneficiando da fusão que deu origem ao Desportivo de Beja para receber jogadores naturais de Aljustrel que tinham sido dispensados do então recém-criado emblema da capital de distrito.
Em 1950-51 o Mineiro Aljustrelense participou na II Divisão Nacional e nos anos que se seguiram consolidou-se na III Divisão, mas foi preciso esperar até 2008 para que o clube vivesse um dos momentos altos da sua história, quando se sagrou campeão da III Divisão – Série F e alcançou a consequente promoção à II Divisão B. Ao fim de dois anos nesse patamar, os tricolores foram despromovidos.
10. Pedro Seco (36 jogos)
Pedro Seco |
Médio ofensivo/extremo/lateral natural de Beja, reforçou o Mineiro
Aljustrelense na primeira época de sénior, 2017-18, proveniente do
Despertar.
Na primeira época em Aljustrel conquistou a Taça e a Supertaça da AF
Beja e na segunda juntou mais uma Supertaça ao título distrital.Entre 2019 e 2021 amealhou 36 jogos (31 a titular) e quatro golos no Campeonato de Portugal, mostrando-se impotente para evitar a despromoção aos distritais bejenses.
“Penso que de início as coisas não nos correram bem. Expulsões que podiam ter sido evitadas, o que levava às nossas derrotas e com isso a nossa confiança começou a baixar. É claro que os pequenos detalhes também contaram muito (…). Creio que a nossa equipa demonstrou em vários jogos a sua qualidade. Podíamos muito bem estar lá mais para cima na classificação”, lamentou ao portal 100 Oportunidades, em abril de 2021.
Após a descida de divisão permaneceu mais meio ano no emblema tricolor, tendo rumado ao Serpa em dezembro de 2021. “Foram quatro épocas de alegrias, tristezas, conquistas, desilusões, mas acima de tudo, de amizade e camaradagem”, escreveu no Facebook aquando da despedida.
9. Miguel Cruz (37 jogos)
Miguel Cruz |
Guarda-redes natural de Aljustrel e que começou a jogar futebol no
Negrilhos, ingressou nos juvenis do Mineiro
Aljustrelense em 2006-07, tendo entrado pela primeira vez nas contas da
equipa principal em 2010-11, numa época em que também passou por Despertar e
Panóias.
Em 2013 mostrou-se impotente para evitar a descida da III Divisão
Nacional aos distritais
da AF Beja, mas um ano depois conquistou o campeonato e Supertaça distrital.Em 2014-15 estreou-se no anteriormente denominado Campeonato Nacional de Seniores, numa temporada em que atuou em 21 jogos e sofreu 43 golos, não conseguindo evitar a descida de divisão.
Na época seguinte venceu o triplete distrital (campeonato, Taça e Supertaça) e alcançou a consequente subida ao Campeonato de Portugal, patamar em que em 2016-17 participou em 16 partidas e encaixou 19 golos, voltando a não conseguir impedir a despromoção.
No verão de 2017 transferiu-se para o Castrense, clube que ainda representa.
8. Abudu (38 jogos)
Abudu |
Médio defensivo luso-guineense
que fez parte da equipa do Sp.
Braga campeã nacional de juniores em 2013-14, passou pelos açorianos
do Operário e do Guadalupe, assim como por Alcains
e AD
Oliveirense, antes de ingressar no Mineiro
Aljustrelense no verão de 2019.
Ao longo das duas primeiras épocas no Baixo
Alentejo amealhou 38 encontros (36 a titular) no Campeonato
de Portugal, mostrando-se impotente para evitar a despromoção aos distritais
da AF Beja em 2021.Presentemente ainda se encontra ao serviço do clube.
7. Blessed (41 jogos)
Blessed Teixeira |
Defesa central/médio defensivo cabo-verdiano,
entrou no futebol português pela porta do Cartaxo em 2018-19, tendo rumado ao Mineiro
Aljustrelense na época seguinte.
Entre 2019 e 2021 totalizou 41 partidas (39 a titular) e um golo (ao Pinhalnovense,
em novembro de 2020) no Campeonato
de Portugal, não conseguindo impedir a descida aos distritais
da AF Beja.Presentemente ainda se encontra ao serviço do clube.
6. Nando (47 jogos)
Extremo nascido em Beja e com quase toda a formação feita no Despertar, ingressou
no Mineiro
Aljustrelense na primeira época de sénior, em 2016-17.
Na temporada de estreia em Aljustrel atuou em 23 partidas (apenas quatro
como titular) no Campeonato
de Portugal e apontou dois golos, diante de Almancilense e Oriental,
insuficientes para evitar a despromoção.No entanto, em 2017-18 conquistou a Taça e a Supertaça da AF Beja e na época seguinte juntou mais uma Supertaça ao título distrital, que valeu a promoção ao Campeonato de Portugal, patamar em que amealhou 24 encontros (seis a titular) entre 2019 e 2021, voltando a mostrar-se impotente para evitar a descida aos distritais bejenses.
Presentemente ainda se encontra ao serviço do clube.
5. Marcos (47 jogos)
Marcos |
Disputou o mesmo número de jogos de Nando, mas amealhou mais 2495 minutos
em campo – 4122 contra 1627.
Possante defesa central/médio defensivo brasileiro (1,86 m), entrou no
futebol português pela porta do Nelas em 2019-10, tendo ainda passado pelo
Aguiar da Beira antes de ingressar no Mineiro
Aljustrelense no verão de 2011.Em 2013 mostrou-se impotente para evitar a descida da III Divisão Nacional aos distritais da AF Beja, mas um ano depois conquistou o campeonato e Supertaça distrital.
Em 2014-15 estreou-se no anteriormente denominado Campeonato Nacional de Seniores, numa temporada em que atuou em 29 jogos (28 a titular), não conseguindo evitar a descida de divisão.
Na época seguinte venceu o triplete distrital (campeonato, Taça e Supertaça) e alcançou a consequente subida ao Campeonato de Portugal, patamar em que em 2016-17 participou em 18 partidas (todas como titular) e marcou um golo ao Armacenenses, insuficiente para impedir mais uma despromoção.
Após nova descida de divisão transferiu-se para o Moncarapachense.
4. Carlos Estebaínha (50 jogos)
Carlos Estebaínha |
Lateral/médio esquerdo natural de Aljustrel, começou a jogar futebol nas
ruas da vila antes de ingressar na formação do Mineiro
Aljustrelense aos nove anos. “Infelizmente apenas iniciei a prática
federada em 1991/92, na altura as competições apenas começavam no escalão de
iniciados, por isso, apesar de treinar no Mineiro
Aljustrelense desde os 9 anos, apenas em idade de iniciado pude começar a
jogar. Jogávamos no antigo campo das minas, e quer fizesse chuva, quer fizesse
sol, lá ia o Carlos no seu percurso, diariamente”, recordou ao portal Desporto
Bejense em agosto de 2019.
No entanto, foi no Desp.
Beja que concluiu a formação e iniciou o seu trajeto como sénior. “Na
época 1995-96, o Mineiro
Aljustrelense disputou até à ultima o campeonato distrital de juniores
frente ao Desp.
Beja, e apesar da nossa excelente temporada foram eles os vencedores. No
final desse mesmo ano, os responsáveis do clube convidaram-me para representar
o clube no campeonato nacional e foi assim que me mudei”, contou.Entretanto passou por União da Madeira e Moura antes de regressar à casa-mãe em 2003-04 para contribuir para a conquista do título distrital da AF Beja. “Pela primeira vez como sénior representei o clube da terra. Era um plantel construído com o objetivo de ser campeão e mais uma vez conseguimo-lo. Nas minhas primeiras temporadas no futebol distrital acabei por me sagrar bicampeão”, recordou Carlos Estebaínha.
Entretanto transferiu-se para o Vasco da Gama de Sines e voltou ao Desp. Beja antes de se fixar definitivamente no Mineiro Aljustrelense no verão de 2007. “Na época 2007-08, à beira de completar 30 anos, recebi uma proposta do Mineiro, clube da terra, onde me tinha iniciado, por onde já tinha passado numa primeira passagem como sénior e com um bom projeto. O Mineiro Aljustrelense pretendia subir de divisão, era altura de regressar à minha terra e jogar pelo meu clube, algo que felizmente veio a acontecer”, prosseguiu.
Na época de regresso ao clube contribuiu para a obtenção do primeiro lugar na Série F da III Divisão e consequente promoção à II Divisão B. Em 2008-09 ajudou o emblema tricolor a assegurar a permanência, mas na temporada seguinte mostrou-se impotente para evitar a descida à III Divisão.
“Felizmente para mim, e também graças ao trabalho que desenvolvemos, fui campeão noutros clubes, em todos os lugares por onde passei, dediquei-me e sempre defendi a camisola que vestia, mas acho que ser campeão no clube da terra, no clube onde nos formamos como homens é diferente… para mim Mineiro é Mineiro, o Mineiro Aljustrelense foi o clube onde me iniciei a jogar futebol, é o clube do meu coração, é o clube pelo qual dei tudo o que podia para o representar da melhor forma. Disputei vários campeonatos, com grandes equipas e grandes jogadores, mas para mim essas foram as melhores épocas da minha carreira, com bastante trabalho e sacrifícios é verdade, mas também com alegrias inimagináveis. Essas épocas correram bem porque acima de tudo, fosse qual fosse o grupo de trabalho, a palavra que nos vinha à cabeça era família, fossemos muitos, fossemos poucos, ali eramos todos uma família e todos trabalhávamos para o mesmo objetivo”, concluiu, em jeito de balanço.
No entanto, o percurso de Carlos Estebaínha no Mineiro Aljustrelense estava longe de terminar. Em 2013 mostrou-se impotente para evitar a descida da III Divisão Nacional aos distritais da AF Beja, mas um ano depois conquistou o campeonato e Supertaça distrital.
Em 2014-15 estreou-se no anteriormente denominado Campeonato Nacional de Seniores, numa temporada em que atuou em 32 jogos (30 a titular) e apontou três golos, diante de Lusitano VRSA, Praiense e Quarteirense, insuficientes para evitar a despromoção.
Na época seguinte venceu o triplete distrital (campeonato, Taça e Supertaça) e alcançou a consequente subida ao Campeonato de Portugal, patamar em que em 2016-17 participou em 18 partidas (16 a titular), encerrando a carreira com mais uma descida de divisão, uma decisão precipitada por uma grave lesão num menisco.
3. Rui Pirralho (56 jogos)
Rui Pirralho |
Lateral/extremo direito natural de Aljustrel, começou a jogar futebol em
pequenos clubes do concelho, Messejanense e Negrilhos, ingressou nos infantis
do Mineiro
Aljustrelense em 2004-05.
Em 2012-13, já após uma curta passagem pelos juvenis do Castrense,
transitou para a equipa principal do emblema
tricolor, quando ainda tinha idade de júnior. Nessa temporada mostrou-se
impotente para evitar a descida da III Divisão Nacional aos distritais
da AF Beja, mas um ano depois conquistou o campeonato e Supertaça
distrital.Em 2014-15 estreou-se no anteriormente denominado Campeonato Nacional de Seniores, numa época em que atuou em 14 jogos (oito a titular), não conseguindo evitar a despromoção.
Na época seguinte venceu o triplete distrital (campeonato, Taça e Supertaça) e alcançou a consequente subida ao Campeonato de Portugal, patamar em que em 2016-17 foi utilizado em 22 encontros (20 a titular), voltando a descer aos distritais bejenses.
Na temporada que se seguiu conquistou a Taça e a Supertaça da AF Beja e em 2018-19 juntou mais uma Supertaça ao título distrital.
Entre 2019 e 2021 amealhou 20 partidas (19 a titular) no Campeonato de Portugal, mostrando-se impotente para evitar mais uma despromoção.
Presentemente ainda se encontra ao serviço do clube.
2. Fábio Reis (71 jogos)
Fábio Reis |
Guarda-redes natural de Setúbal, fez quase toda a formação no Benfica,
tendo sido companheiro de equipa de Ederson, José Sá, Bernardo
Silva, Nélson Oliveira, Mário Rui e Ivan Cavaleiro, entre outros.
Após concluir a formação no Belenenses,
ingressou na equipa principal do Mineiro
Aljustrelense no verão de 2011 e por lá se mantém. “Quando se sobe de escalão,
principalmente na minha posição, o importante é jogar, e aqui, surgiu essa
possibilidade, com 19 anos subir a sénior e jogar nos campeonatos nacionais”,
recordou ao Diário
do Alentejo em outubro de 2020.Ao longo de mais de uma década já vivenciou três subidas aos campeonatos nacionais, sempre acompanhadas pela conquista do título distrital da AF Beja (2013-14, 2015-16 e 2018-19), e quatro descidas aos distritais bejenses (2013, 2015 e 2017), tendo ainda vencido quatro Supertaças (2013-14, 2015-16, 2017-18 e 2018-19) e duas Taças (2015-16 e 2017-18) do distrito.
Em termos de Campeonato de Portugal, disputou 71 jogos ao longo de quatro participações (2014-15, 2016-17, 2019-20 e 2020-21) e sofreu um total de 136 golos.
“O Mineiro Aljustrelense é dos poucos clubes do Alentejo que sempre lutou, e luta, para andar nos campeonatos nacionais, e isso é muito importante quando temos o sonho de chegar ao mais alto nível do futebol”, frisou o também operador numa fábrica de produtos de borracha e bombeiro em Aljustrel.
“Construi aqui família! Quando cheguei, o clube passava por dificuldades, mas as pessoas da terra amam o Mineiro e eu senti que devia ficar para ajudar pois, hoje em dia, são poucos os clubes que vivem, e sobrevivem, através das pessoas da terra. Sinto-me bem em Aljustrel”, acrescentou.
1. João Nabor (90 jogos)
Médio de características ofensivas natural de Figueira dos Cavaleiros, no
concelho de Ferreira do Alentejo,
fez quase toda a formação no Despertar e passou ainda pelos seniores do Desp.
Beja, Vasco
da Gama de Sines e Atlético
Reguengos antes de ingressar no Mineiro
Aljustrelense em 2013-14, época marcada pelas conquistas de campeonato e
Supertaça da AF
Beja.
Na temporada que se seguiu atuou em 33 jogos (todos como titular) e
marcou um golo ao Malveira
no então denominado Campeonato
Nacional de Seniores, insuficiente para evitar a despromoção.Em 2015-16 venceu o triplete distrital (campeonato, Taça e Supertaça) e alcançou a consequente subida ao Campeonato de Portugal, patamar em que na época seguinte participou em 30 partidas (23 a titular) e apontou três golos, diante de Casa Pia e Sp. Viana do Alentejo (dois), voltando a mostrar-se impotente para impedir a descida aos distritais bejenses.
Em 2017-18 conquistou a Taça e a Supertaça da AF Beja e na temporada que se seguiu juntou mais uma Supertaça ao título distrital antes de uma nova aventura nos campeonatos nacionais, tendo amealhado 27 encontros (19 a titular) no Campeonato de Portugal entre 2019 e 2021.
“O Mineiro Aljustrelense é um clube com uma mística muito forte, pelo fervor dos adeptos e pela sua ligação às minas de Aljustrel e nós, com o tempo em que cá vamos estando, começamos a ganhar essas raízes. É como se já fizéssemos parte dessa tradição”, afirmou ao Diário do Alentejo em agosto de 2019.
No verão de 2021, após mais uma despromoção aos distritais da AF Beja, transferiu-se para o Castrense.
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