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David Luiz sai a jogar perante a oposição de jogadores algarvios |
Tendo eu nascido em 1992, a minha
primeira memória de um jogo entre
Benfica
e
Portimonense
remonta a 24 de outubro de 2010, quando os dois clubes se defrontaram pela
primeira vez em 20 anos, tendo em conta que os
algarvios
estavam afastados da
I
Divisão desde 1989-90.
Recordo-me perfeitamente que
nesse dia tinha ido com amigos
sportinguistas
e
benfiquistas
ao
Estádio
José Alvalade assistir a um
Sporting-
Rio
Ave e que, no regresso a casa, alguns de nós estávamos a acompanhar o
relato do
Portimonense-
Benfica
através da rádio enquanto fazíamos a viagem de barco até ao
Barreiro.
Embora não tenha assistido ao
encontro, lembro-me que as
águias
então orientadas por
Jorge
Jesus tinham vencido por 1-0 no Estádio
Algarve,
com golo de Javi García. Nessa altura, os
encarnados
eram campeões em título, mas entraram em falso no
campeonato,
tendo sentido muito as saídas de Di María (para o Real Madrid) e Ramires (para
o
Chelsea).
Já a sete pontos do
FC
Porto de André Villas Boas, com apenas sete jornadas disputados, o objetivo
era recuperar o atraso pontual. Mas não estava fácil, porque os
dragões
não facilitavam.
A preocupação em mitigar a
desvantagem pontual era tão grande que
Jorge
Jesus esqueceu a nota artística frente ao
Portimonense
de Litos, que até não tinha entrado particularmente mal no
campeonato,
com sete pontos somados ao cabo das sete primeiras jornadas.
“De regresso ao estádio do
Algarve,
após a conquista da
Taça
da Liga,
Jorge
Jesus não hesitou em adotar uma filosofia mais humilde, em claro contraste
com aquilo que evidenciara em Lyon. Consciente da responsabilidade do desafio
(as
águias
só ‘podiam’ ganhar ou… ganhar), o técnico dos
encarnados,
pouco tempo depois de ter visto Javi García bater Ventura, começou a pensar na
melhor forma de conservar os três pontos, decretando um plano B de claro
sentido defensivo. Sem sequer se deter no banco, Saviola foi a correr diretamente
para os balneários à passagem do minuto 63, dando lugar no onze a Filipe
Menezes, numa primeira medida que obrigou Aimar a subir no terreno e a formar
dupla de ataque com Kardec. Ou seja, frente ao
Portimonense,
Jesus
recriou no eixo atacante um par que normalmente só era escolhido para jogos de
outro melindre, o que espelha o sentido da missão inerente à conquista dos três
pontos no
Algarve”,
escreveu o
Diário de Notícias.
Aquando do encontro da segunda
volta, o cenário era ligeiramente diferente. Embora ainda só estivéssemos em
março, o
Benfica
estava a 11 pontos do líder
FC
Porto e com 15 de vantagem sobre o
Sporting,
que era terceiro classificado. Ou seja, dificilmente o desfecho do
campeonato
levaria as
águias
para outra posição que não a segunda. Por isso, e porque os
encarnados
ainda estavam vivos na
Liga
Europa,
Jorge
Jesus poupou os habituais titulares e apresentou as suas segundas linhas
para receber os
algarvios.
Já o
Portimonense
tinha caído para o último lugar, a cinco pontos da zona de salvação, e nessa
fase da época já era orientado por Carlos Azenha, um antigo adjunto de
Jorge
Jesus no
Vitória
de Setúbal e de Jesualdo Ferreira no
FC
Porto, que na época anterior, enquanto técnico principal dos sadinos, tinha
sido brindado na Luz com uma goleada por 8-1 do
Benfica
de
Jesus.
No entanto, os
alvinegros
apresentaram-se organizados no reduto
benfiquista
e aproveitaram a menor rodagem dos homens de
encarnado
para causar dificuldades. Aos 28 minutos, Ricardo Pessoa abriu o ativo para a
equipa
do sul do país na conversão de uma grande penalidade. Porém, o
recém-entrado Nuno Gomes, então um veterano que marcava quase sempre que entrada,
mas que
Jorge
Jesus insistia em guardar no banco, empatou o encontro aos 77’.
“Depois da derrota em Braga, que
deixou praticamente o título nas mãos do
FC
Porto, o
Benfica
disse ontem claramente que só a
Liga
Europa interessa nesta altura, realizando, frente ao
Portimonense,
a sua pior exibição da época e empatando 1-1. O conjunto
algarvio,
sempre muito bem organizado, marcou primeiro, por Ricardo Pessoa, na
transformação de uma grande penalidade cometida por Roderick (que
ingenuidade!), e as
águias
responderam já perto do final por... Nuno Gomes. Sim, esse mesmo que
Jorge
Jesus teima em manter longe dos grandes momentos, mas que vai resolvendo e
ajudando a resolver sempre que entra em ação. Ontem não foi exceção, e a sua
serenidade acabou por ser importante para o desfecho, até porque já se
desenhava a segunda derrota caseira da temporada na Liga. O 21, contudo,
mostrou que está vivo – e bem vivo!”, podia ler-se na crónica do jornal
O Jogo.
O
Portimonense
acabou mesmo por ser despromovido à
II
Liga, enquanto o
Benfica
foi, sem surpresas, o segundo classificado. No entanto, na época seguinte os
dois emblemas defrontaram-se em Portimão para um jogo da 3.ª eliminatória da
Taça
de Portugal.
Mergulhados numa crise que chegou
a ameaçar o futuro do futebol profissional, os
alvinegros
carregavam na altura a lanterna vermelha da
II
Liga, mas
apresentou-se
organizado frente a um Benfica que mais uma vez apresentou algumas segundas
linhas, como Miguel Vítor, Capdevila, David Simão e Nélson Oliveira.
Após
uma primeira parte sem golos, Bruno César (59 minutos) e Rodrigo (72’) marcaram
os golos que garantiram a passagem do Benfica à ronda seguinte.
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