quinta-feira, 2 de maio de 2019

As minhas primeiras memórias de… Casillas

Casillas já era o dono da baliza do Real Madrid aos 19 anos
Quis o destino que Iker Casillas se tornasse um dos melhores guarda-redes do mundo e que rumasse a Portugal década e meia depois, mas nada disso era assim no verão de 2000, quando o conheci através da televisão. Nessa altura, eu era um miúdo de oito anos que começava a acompanhar futebol. O guarda-redes espanhol tinha 19 e já era o dono da baliza do Real Madrid.


O Real Madrid era, aliás, um clube que na altura merecia bastante atenção mediática em Portugal, devido à então recente e chocante contratação de Luís Figo ao Barcelona. Além disso, os merengues eram os campeões europeus e defrontaram por três vezes o Sporting no espaço de poucos meses. Casillas, até por foneticamente se assemelhar a Cacilhas, localidade do concelho de Almada, foi um dos nomes dos blancos que fixei, tal como Míchel Salgado, Iván Campo, Roberto Carlos, Munitis ou Raúl.

Embora tivesse a responsabilidade de defender as redes de um clube como o colosso da capital espanhola, Casillas não era propriamente um guarda-redes que inspirasse grande confiança. Tinha cara de menino e, apesar dos reflexos apurados, ainda estava verde e essa inexperiência notava-se em várias situações no jogo. Até por não ser muito alto (1,82 m), as saídas aos cruzamentos foram sempre um calcanhar de Aquiles.

A primeira vez que tomei conhecimento da existência dele foi num jogo de pré-época entre o Sporting e o Real Madrid, a 9 de agosto de 2000, no velhinho Estádio José Alvalade. A formação então orientada por Augusto Inácio venceu por 2-1, com um golo de André Cruz de livre direto (17 minutos) e outro de Acosta (35’), ambos na primeira parte, enquanto Roberto Carlos reduziu para os merengues no início da segunda (52’).



Com o experiente César na sombra, a irregularidade de Casillas iria causar-lhe a perda da titularidade na segunda metade da época seguinte. Foi na condição de suplente que o então jovem guarda-redes viveu as últimas 11 jornadas do campeonato espanhol e os jogos da fase a eliminar da Liga dos Campeões. Porém, na final da Champions com o Bayer Leverkusen, uma lesão de César a 25 minutos do fim levou à entrada de Casillas, que brilhou entre os postes e segurou a vitória que valeu o nono título continental para os blancos.


Em termos de seleção nacional, Casillas esteve no Euro 2000, ainda com 19 anos, mas não chegou a ir a jogo. Na altura, o dono da baliza de Espanha era o louro oxigenado Santiago Cañizares, do Valencia. O guarda-redes dos valencianos manteve a titularidade durante a qualificação para o Mundial 2002, mas uma lesão contraída enquanto fazia a barba afastou-o do torneio. Aproveitou Casillas, que defendeu duas grandes penalidades no desempate por penáltis diante da República da Irlanda nos oitavos de final e ganhou aí a alcunha de San Iker.


Duas lesões de companheiros de posição abriram-lhe as portas, Casillas agarrou as oportunidades e tornou-se um guarda-redes icónico do Real Madrid e da seleção espanhola, mantendo o estatuto de titular de ambas as balizas durante mais de uma década.













E para o caro leitor, qual é a primeira memória que tem de Casillas? E quais foram as melhores e mais marcantes exibições de Casillas?

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