Keith Lee é uma das estrelas emergentes do NXT
e não é para menos. Até porque pouco nele é para menos e quase tudo é para
mais. É um big man à boa maneira da WWE,
mas simultaneamente um produto do wrestling
independente. É assustador, mas ao mesmo tempo empático. Acima de tudo, é
diferente e refrescante.
Este gigante de quase 1,90 m e
150 kg podia muito bem encarnar a típica personagem de objeto inamovível, como
tantos e tantos outros o fizeram no passado. Mas é mais uma espécie de camião
em excesso de velocidade, a protagonizar manobras perigosas nas curvas mais
apertadas da autoestrada.
Olhando para ele, é de esperar uma
locomoção lenta e um move-set
limitado, com algum tipo de World
Strongest Slam ou Chokeslam como finisher, mas depois a sineta soa para o
início do combate e esbugalhamos os olhos com improváveis Hurrincaranas e Dropkicks.
Logicamente que não são os golpes que fazem de alguém um bom wrestler, mas Keith Lee vive muito disso
porque é algo que o diferencia e o torna empático.
Talvez por isso, a roupa que
utiliza enquanto luta não lhe tapa a barriga, ao contrário do que acontece com
outros gordinhos como Mark Henry, Big Show ou Kevin Owens, o que acentua ainda
mais a improbabilidade de ser capaz de voar. É impensável ver alguém com o físico
dele fazer o que ele faz.
Ao fim de quase uma década e meia
a acompanhar as principais companhias norte-americanas de pro wrestling, já não é fácil fixar alguns nomes, sobretudo nesta
fase em que só vejo PPV’s. Tenho de
utilizar cábulas para identificar grande parte dos rosters de ROH, AEW,
Impact,
divisão feminina da WWE
e do NXT
e quem é quem nos Revival, Street Profits, Viking Raiders ou nos Authors of
Pain, mas Keith Lee foi daqueles nomes que rapidamente fixei e associei à
imagem da superstar em causa. Não
pelo nome em si, mas por ter carisma, o chamado It Factor.
No
Survivor Series do ano passado deu um ar de sua graça devido a um grande
desempenho, à eliminação de Seth Rollins e ao facto de ter ficado para o fim a
discutir a vitória com Roman Reigns. Mais
recentemente, no Royal Rumble, foi dos que mais tempo se aguentou em ringue com
Brock Lesnar. As primeiras aparições entre as maiores estrelas da WWE
foram, por isso, promissoras, e há até quem sonhe vê-lo defrontar Lesnar num
dos próximos pay-per-views. Talvez a
ascensão dele não venha a ser tão rápida quanto isso, mas não restam dúvidas de
que Keith Lee é matéria-prima talhada para encaixar em grandes planos.
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