Terminou a 85.ª edição do
campeonato português. O Benfica foi campeão pela 37.ª vez e sucedeu ao FC
Porto, que desta vez ficou em segundo lugar. O Sporting ocupou o último degrau
do pódio pela terceira época consecutiva. A classificação acaba por se refletir
neste onze ideal, com as águias a aparecerem em maioria, seguidas dos dragões e
com os leões a apresentem um único jogador mas que provavelmente será
considerado pelas várias entidades como o melhor do campeonato.
Guarda-redes:
Centrais:
A herança de Marcano era pesada e
a concorrência de Mbemba e Diogo Leite no início da época parecia
dificultar-lhe a afirmação, mas assim que agarrou o lugar no onze, Éder Militão não mais o perdeu. Central
completo de apenas 21 anos, assertivo e com capacidade para sair a jogar e impor-se
nas alturas, rapidamente conseguiu convencer o selecionador brasileiro Tite a
chamá-lo para os jogos que se seguiram ao Mundial 2018 e o Real Madrid a
desembolsar 50 milhões de euros para contar com os serviços dele a partir da
próxima época. Com a chegada de Pepe
em janeiro, foi
desviado para o lado direito da defesa, onde mostrou competência ainda que sem
o mesmo brilho.
Mais uma temporada de muito bom
nível para Felipe, que se tornou
internacional pelo Brasil logo nos primeiros meses da temporada. Sempre seguro,
agressivo e forte no jogo aéreo, formou com Éder Militão uma dupla que fez
esquecer a parelha que formava com Marcano. Aos 29 anos, o antigo jogador do
Corinthians foi um dos esteios daquela que foi, de longe, a defesa menos batida
do campeonato.
Laterais:
O eterno patinho feio voltou a
fazer uma época completa como titular indiscutível, batendo a concorrência do
internacional francês Corchia e beneficiando da lesão do nigeriano Ebuehi. Além
do título, André Almeida abrilhantou
a temporada ao apontar dois golos, 12 assistências e envergar a braçadeira
de capitão na ausência de Jardel
após a despedida de Luisão. Durante todo o campeonato, não participou em apenas
um jogo, na receção ao Desp. Chaves, por castigo, naquela que foi a temporada
em que acumulou mais encontros.
Durante as épocas anteriores Alejandro Grimaldo mostrou ser um bom
lateral a atacar e ter algumas dificuldades a defender, mas esta temporada
elevou e muito o nível em ambos os momentos, principalmente no defensivo. Não é
de ânimo leve que se elege outro que não Alex Telles para integrar este onze
ideal. O espanhol apontou quatro golos e 12 assistências na I Liga em
2018/19, números de lateral de topo. Aos 23 anos, poderá estar a um pequeno
passo de proporcionar um encaixe financeiro muito interessante ao Benfica,
rumar a um tubarão europeu e tornar-se internacional pelo seu país.
Médios:
Em final de contrato e sem grande
vontade de facilitar a renovação, Héctor
Herrera mostrou-se ainda assim muito focado em ajudar o FC Porto,
dignificou a braçadeira de capitão e terá até efetuado a melhor época da carreira.
Começou a época praticamente como primeiro médio numa altura em que Danilo
Pereira estava ausente devido a lesão, jogou nas costas do ponta de lança em
várias ocasiões mas onde atuou mais vezes foi como médio de ligação, numa
posição intermédia do meio-campo, mostrando capacidade para jogar em 70 metros
e qualidade a desempenhar cada uma das funções.
Extremos:
Depois de ter perdido algum
fulgor na época passada, Pizzi voltou
a apresentar-se ao seu melhor nível em 2018/19, alcançado até os melhores
números da carreira tanto a nível de golos (13) como de assistências (19),
dividindo com o sportinguista Bruno
Fernandes o estatuto de principal figura desta edição da I Liga. Após ter
começado a época como médio interior esquerdo no 4x3x3
de Rui Vitória, mudou-se para a ala direita do 4x4x2 de Bruno Lage, mas
mantendo a missão de fazer a ligação entre a defesa e o ataque, assumindo
grande preponderância nas fases de construção, criação e definição.
À terceira foi mesmo de vez para Rafa Silva, que se afirmou em
definitivo com a camisola do Benfica. Depois de duas épocas na sombra de Salvio
e Cervi e em que revelou falta de acerto em frente à baliza, revelou-se mais
eficaz nesta temporada, que foi a mais produtiva da carreira em golos: 17 na
I Liga, mais nove do que em 2015/16 pelo Sp. Braga. Conquistou um lugar no
onze ainda com Rui
Vitória ao leme, conseguindo ainda nessa fase regressar à seleção nacional
após dois anos de ausência, mas afirmou-se em definitivo na ala esquerda com
Bruno Lage.
Avançados:
Treinador:
Começou a época ao comando dos
bês, mas assumiu a equipa principal no início de janeiro, numa altura em que o
Benfica estava em quarto lugar e a sete pontos da liderança. Além da
desvantagem pontual, a missão parecia complicada pelo calendário da segunda
volta, que incluía visitas a Dragão,
Alvalade,
Braga,
Guimarães, Moreira
de Cónegos e Vila
do Conde. Porém, Bruno Lage
arregaçou as mangas, transformou o 4x3x3
de Rui Vitória num 4x4x2 com dois médios posicionais a garantirem
estabilidade e muita liberdade para os quatro homens da frente, com destaque
para João
Félix, que se tornou titular indiscutível e figura nuclear na exploração do
espaço entre linhas. Desde a sua chegada, os encarnados venceram 18 dos 19
jogos para o campeonato e marcaram quase tantos golos nesse período como os
rivais FC Porto e Sporting em toda a prova. Com elevadíssima percentagem de
vitórias, título nacional e aposta e valorização dos jovens formados no Seixal,
encaixou que nem uma luva no projeto desportivo benfiquista.
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