O onze inicial que bateu PAOK e Nacional em jogos fora |
Quantas e quantas vezes se ouve
dizer que treinador de equipa X
procura explorar a criatividade e qualidade no um contra um de jogador A, a velocidade de extremo B ou os centímetros de avançado C? Quantas e quantas vezes se olha para
uma equipa de futebol como a soma das individualidades, em que fulano, beltrano
e sicrano contribuem com o melhor que cada um tem?
É possível sentirmos esse peso de
uma ou outra individualidade em várias formações por essa Europa fora, mas não
vemos isso acontecer no Benfica. Talvez Salvio e Cervi não sejam os extremos mais
rápidos e fantasistas, talvez André Almeida não seja o lateral mais vocacionado
ofensivamente, talvez Castillo, Ferreyra ou Seferovic
não sejam os pontas de lança mais altos e eficazes, talvez Fejsa não tenha a
qualidade a construir de outros médios defensivos, talvez Vlachodimos não seja
o melhor guarda-redes a jogar com os pés, talvez Rúben Dias, Grimaldo ou Gedson
Fernandes ainda tenham alguns sinais de imaturidade, talvez Pizzi tenha
demasiadas oscilações exibicionais e talvez Jardel
não seja o central mais evoluído que o terceiro anel já viu. Mas, juntos, valem
mais do que uma soma de onze jogadores.
Juntos, valem por um coletivo
trabalho e oleado, que em muitos momentos consegue imprimir uma circulação de
bola a um ritmo muito alto, envolvendo toda a equipa em largura e profundidade,
ligando os três corredores mas de forma vertical, através de uma posse de bola
em progressão, com qualidade. E mesmo quando há alterações no onze, essa matriz
mantém-se intacta, notando-se apenas alguma diferença na capacidade de
definição de jogador para jogador.
Mais do que a soma de cada
individualidade, este Benfica vale pela dinâmica, que resulta numa capacidade
de desdobramento que permite a um médio como Pizzi pegar na bola ainda no seu
meio-campo, variar o centro do jogo com um passe longo para o lateral solto de
marcação no corredor mais distante e ainda aparecer à entrada da área para
finalizar. Uma dinâmica que permite aos extremos confundir marcações e
aparecerem ao meio e em posição privilegiada na zona do ponta de lança, o que
ajuda a justificar o sempre elevado número de golos de Salvio em cada
temporada.
Também no aspeto defensivo,
quantas vezes se vê as águias recuperarem a bola no meio-campo adversário, com
Fejsa a surgir como autor do desarme? Tal não se consegue apenas pela
agressividade ou bola leitura de jogo por parte do sérvio, mas também porque o
bloco está subido e coeso e estão identificadas as referências adversárias nas
saídas em contra-ataque.
Se o Benfica tem o plantel mais
valioso da I Liga? Tenho sérias dúvidas. Se tem o melhor coletivo?
Garantidamente. Sim, e nem assim Rui Vitória deixa de ser um treinador muito
subvalorizado aos olhos da crítica.
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