quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Liga BBVA | Valência 2-2 Barcelona



Hoje, no Mestalla, Valência e Barcelona não foram além de um empate a duas bolas num desafio muito bem jogado.


Eis a constituição das equipas:

Valência



Esta temporada do Valência só tinha acompanhado o jogo em Alvalade, onde venceram o Sporting por 3-0, demonstrando grande poder de contra-atacar e muita eficácia. À entrada para estar jornada ocupavam a liderança da Liga Espanhola e certamente que iria ser um osso duro de roer para este Barcelona. Nos últimos anos perderam Villa, Joaquin, Mata, David Silva e outros, no entanto, vão arranjando sempre argumentos para continuar a ser a terceira equipa espanhola.


Barcelona



O Barcelona surpreende no «onze inicial» sobretudo com a ausência de David Villa, que fica no banco de suplentes. Iniesta, Alexis e Piqué estavam indisponíveis e era de prever menor capacidade de posse de bola para os catalães.


Estava curioso para ver o posicionamento dos homens do ataque “blaugrana”, já que não tinham um extremo de raiz. Bem, Fabregas aparece como extremo, no entanto, não foi o que Pedro, Villa e Alexis costumam ser, ocupou maioritariamente a zona mais central do terreno, muitas vezes Pedro aparecia muitas vezes na esquerda e era Daniel Alves, que muitas das vezes funcionava como extremo do lado direito.
Messi já se sabe, vinha buscar jogo atrás e funcionava como falso ponta-de-lança como de costume.
Basicamente, o Barcelona em diversos momentos do jogo desdobrou-se várias vezes tacticamente, utilizando preferencialmente um 4-3-3, mas também um 4-4-2 losango, e uma espécie de 3-4-3.

O Valência, na primeira parte, apresentou-se com um 4-4-2 que também se desdobrava em 4-4-1-1, com Canales a jogar um pouco mais recuado que Sodaldo, apoiando-o a ele e também ao meio-campo.

O jogo começou muito intenso, embora não muito bem jogado, várias perdas de bola de parte a parte, devido ao ritmo forte a que se jogava, e embora não de uma forma muito evidente, o Barcelona ía tendo mais posse de bola, e o Valência apostava mais em contra-ataque.
E foi num contra-ataque que equipa de Unai Emery chegou ao 1-0, com um cruzamento algo atabalhoado de Mathieu na esquerda a encontrar o pé de Abidal, que fez auto-golo, estavam decorridos 12 minutos.

No entanto, o Barcelona provou mais uma vez que é a melhor equipa do planeta, ou melhor, que é uma equipa de outro planeta, e pouco tempo depois de o jogo recomeçar, numa fantástica jogada que envolveu Fabregas, Messi e Pedro, este último não perdoou no cara-a-cara com o guarda-redes.

A partir deste momento o jogo tornou-se mais fluído, não a um nível tão intenso como nos primeiros minutos (ainda que se jogasse com bastante intensidade), e viu-se um Valência que em ataque organizado e especialmente em contra-ataque mostrava que queria ganhar o jogo e que não ía jogar encolhido e com medo dos campeões nacionais e europeus.
O Barcelona, pelo estatuto que tem, também foi procurando chegar perto da área contrária, no entanto, com menos argumentos do que o costume. Em termos de posse de bola os catalães estavam em vantagem, no entanto, não “golearam” nesse aspecto como de costume, a falta que Iniesta faz! Keita não tem a mesma capacidade de passe e de posse de bola e isso fez toda a diferença, as coisas não estavam a sair bem aos catalães, e a defesa também ia tremendo.

A meio da primeira parte, os “ché” voltaram a colocar-se em vantagem, numa jogada com construção semelhante à do primeiro golo, mas desta vez foi Canales a conduzir a bola na esquerda e a centrar rasteiro, Abidal volta a estar mal ao não conseguir cortar e o esférico sobra para Pablo Hernandéz que fez o 2-1.

Até ao descanso, nada mudou, as equipas continuaram com a mesma atitude, o Barcelona com mais posse de bola, no entanto, sem ser esmagador, havendo mesmo jogadores a mostrar alguma passividade, tanto que os cerca de 55% de posse com que chegaram ao intervalo devem ser dos piores registos dos últimos anos.
O Valência manteve-se atrevido, mas desta vez, também procurou segurar a vantagem, com todos os seus jogadores a cumprirem muito bem as suas funções tacticamente, fechando bem as linhas de passes e espaços por onde o Barça poderia progredir no terreno e contra-atacando bem, e em mais uma jogada de contra-ataque, pela esquerda, tal como nos dois golos dos valencianos, Mathieu centra rasteiro, Valdés desvia a bola, no entanto esta sobra para Sodaldo que em esforço atira ao lado. Foi a maior perdida do jogo, podia ter dado o 3-1, no entanto, o ponta-de-lança espanhol não quis ficar atrás do compatriota Fernando Torres e quis ser notícia pelos golos que falha clamorosamente, estavam decorridos 41 minutos.


Na segunda parte, as equipas vieram com a mesma atitude com que deixaram o campo após os primeiros 45 minutos. O Barcelona estava pouco agressivo, e isso revelava-se em todos os aspectos: no bom número de passes seguidos bem sucedidos do Valência (a dar a provar aos catalães do seu próprio veneno) sem grande oposição, na falta de volume de jogo ofensivo e até na quantidade de faltas cometidas, que aos 63’, era apenas de uma, e que no final do jogo não deve ter ultrapassado as três.

Guardiola fez entrar Villa para o lugar de Pedro, o que me causou alguma surpresa, porque Pedrito estava a ser o mais irrequieto dos “culé”, embora se tivesse apagado na segunda parte.
Também Adriano entrou para o lugar de Keita.
Neste momento do jogo, o Barça desdobrou-se menos e jogou sempre na fórmula que tanto sucesso tem dado, o 4-3-3, com Fabregas a recuar para o meio-campo, ocupando os espaços antes ocupados por Keita, e na frente, Villa posicionou-se na ala esquerda como de costume, e Adriano na ala direita, uma posição na qual eu penso que o brasileiro não tem grandes rotinas. Com estas alterações, o Barcelona ganha mais profundidade e capacidade ofensiva, fruto de ter jogadores com características mais próprias para as posições, que permitiria à equipa criar mais ocasiões de golo já que havia mais soluções para procurar a baliza de Guaita. Os movimentos em que Villa parte do flanco esquerdo para o meio para rematar são conhecidíssimos, já marcou muitos golos assim, e de Adriano no lado direito, tendo ele no seu pé esquerdo o seu forte, esperava-se o mesmo. Assim havia também mais apoio a Messi, e Daniel Alves deixou de precisar tanto de subir, e recorde-se que os dois golos do Valência ocorreram exactamente no lado do lateral brasileiro.
Mesmo com Messi não muito inspirado, estas alterações abanaram os “blaugrana” que a partir daí foram mais perigosos, foram encostando o Valência ao seu meio-campo ofensivo numa altura em que o resultado parecia estar mais perto do 3-1 do que do 2-2, e dado o valor dos jogadores, não foi de estranhar que o empate surgisse mais cedo ou mais tarde, algo que acabou por acontecer aos 77’, por Fabregas, após um passe de ruptura extraordinário de Lionel Messi.

Daí em diante, foi o Barça que esteve mais perto de vencer, parecendo-se mais com o Barcelona que estamos habituados a ver, e os últimos minutos foram de muita intensidade e dramatismo, no entanto, tarde de mais! O jogo (e que jogo!) terminou empatado.


Analisando as equipas, creio que o Valência tacticamente fez um jogo que roçou a perfeição. Sem grandes craques do ponto de vista técnico, cada jogador cumpriu a sua função, a equipa foi sempre muito coesa, funcionou como uma unidade durante os 90 minutos, e pelo jogo que fez, se alguém tivesse que vencer pela atitude que teve, os “ché” teriam vencido.
Concentrados a defender e rápidos e perigosos a (contra) -atacar, estiveram todos muito bem, parabéns para o treinador que organizou e trabalho esta equipa, e a todos os jogadores pelo mérito que tiveram em cumprir o que lhes foi pedido.
Soldado, que levava 5 golos em três jogos, acabou por ser quem não cumpriu com a tarefa que lhe era incutida: finalizar! Fazer golos! E foram vários os falhanços do ponta-de-lança espanhol, sobretudo quando o jogo estava em 2-1.
Destaco Canales, jovem de 20 anos emprestado pelo Real Madrid que foi o mais irrequieto da equipa, jogando no apoio ao ponta-de-lança, foi o “dínamo” da equipa, um verdadeiro quebra-cabeças para a defesa do Barcelona. Certamente terá um futuro brilhante pela frente, não tenho dúvidas!
O guarda-redes Guaita, mostrou segurança, tanto nas saídas aos pés dos jogadores (destaco uma a Messi quando o jogo ainda estava 2-1), como nos cruzamentos e pela forma como pontapeava a bola em momentos que esta lhe era dirigida. Mostrou qualidades, ainda que no primeiro golo do Barcelona o seu posicionamento não fosse o melhor.

Já o Barcelona, continuo sem compreender como gastaram tanto dinheiro em dois jogadores de características ofensivas e não investiram em nenhum defesa. Desde o arranque da época, que Puyol e Piqué têm falhado jogos devido a lesão, e não houve nunca uma alternativa à altura destes dois, Mascherano é um bom recuperador, no entanto, não pode jogar ali, e muito menos Abidal, que embora hoje fosse defesa-esquerdo (e fez um jogo muito desinspirado, estando mal na fotografia nos dois golos sofridos), foi muitas vezes utilizado como central. A “cantera” continua a produzir jogadores de características ofensivas de grande qualidade, no entanto, a nível defensivo, há poucas alternativas para os titulares, que por curiosidade, são os que mais tempo passaram lesionados durante esta época que ainda vai curta. O meio-campo foi pouco agressivo, não fez pressão alta de uma forma muito intensa e mostrou passividade, possibilitando ao Valência muitas das vezes fazer muitos passes sucessivos, algo bastante raro quando se joga contra o Barça.
A táctica inicial não estava a resultar, não percebo como Guardiola colocou Fabregas como extremo, desdobrando-se para situações em que aparecia como médio-interior-esquerdo, Pedro aparecia como extremo desse lado e Daniel Alves fazia todo o flanco direito, aparecendo como extremo. No entanto, devido às subidas do lateral brasileiro, foram pelo seu lado os contra-ataques rápidos que originaram os golos dos valencianos.
As alterações na segunda parte fizeram todo o sentido, e a equipa ressentiu-se disso com um maior volume de jogo ofensivo.
Messi esteve muito desinspirado, no entanto, é um jogador tão bom que quando as coisas lhe correm menos bem faz duas assistências, impressionante!
O melhor em campo, na minha opinião, foi Fabregas que esteve nos dois golos, jogou sempre muito bem, raramente falhou passes, e esteve bem na construção e em guiar a bola para os homens da frente, finalizando ainda sem qualquer tipo de problemas, quando surgiu isolado perante o Guaita.

Com este empate, o Valência mantém-se na liderança (ainda que à condição, porque pode ser ultrapassado pelo Bétis amanhã) e o Barcelona desperdiçou uma oportunidade de luxo para se distanciar do Real Madrid e ao mesmo tempo ultrapassar a equipa de Unai Emery na tabela classificativa.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Liga ZON Sagres | Rio Ave 2-3 Sporting



O Sporting foi esta noite a Vila do Conde vencer o Rio Ave por 3-2, num jogo em que mais uma vez teve que sofrer para conseguir o triunfo.


Eis a constituição das equipas:

Rio Ave



É o primeiro jogo que vejo do Rio Ave este ano, daí que não possa tecer grandes comentários sobre a táctica e jogadores escolhidos. Olhando para o «onze», vejo nomes com algum estatuto no futebol português, com alguns internacionais pela equipa das quinas, ainda que alguns apenas nas camadas jovens. Se por um lado à entrada para esta jornada eram a lanterna vermelha, por outro o único ponto que conquistaram, foram ao Sp. Braga, na única vez que os bracarenses perderam pontos nas primeiras quatro jornadas.


Sporting



O Sporting não apresentou grandes novidades, apenas fazendo entrar Elias e fazendo sair Pereirinha em relação à equipa que venceu em Zurique na quinta-feira.
Carrillo é um desequilibrador, acrescenta mais que Pereirinha, e precisa de ritmo de jogo e de se adaptar ao futebol português, e só se adapta jogando, e creio que com Izmailov e Jeffren indisponíveis, esta oportunidade para o peruano vem na altura ideal.


O Sporting entrou praticamente a ganhar no jogo, logo aos 2’, canto de Elias marcado rasteiro para a entrada da área, onde Schaars desviou com um remate forte e colocado para dentro da baliza vila-condense.

No minuto seguinte, veio o 0-2, num cruzamento de Capel na esquerda que foi concluído por Wolfswinkel à ponta-de-lança. Vantagem tranquila, bem cedo no jogo, como os leões precisavam.

Bem cedo no jogo também, o Rio Ave ficou privado do seu matador, João Tomás, que provavelmente partiu o nariz após ter levado com o pé de Onyewu, num lance casual. Para o seu lugar entrou Christian Atsu, emprestado pelo FC Porto.

A partir do 0-2, o jogo foi equilibrado, sempre com o Sporting a ter mais posse de bola, no entanto, a não ser muito perigoso com ela, embora atacasse e chegasse algumas vezes à área contrária. A equipa, especialmente nos minutos seguintes ao segundo golo, fez boas trocas de bola, mostrou grande confiança, no entanto, com o passar do tempo, foi querendo gerir o esforço, foi guardando a bola e perdeu algum entusiasmo.

Já o Rio Ave, também foi fazendo pela vida, e mesmo sem o seu habitual marcador de golos, mesmo sem criar grandes situações de golo evidente, foi atacando e chegando perto da baliza de Rui Patrício, que mostrou-se muito nervoso durante esta parte do jogo, precipitando-se muitas vezes, quer em pontapear logo a bola, quer nas saídas fora da grande área (numa delas pontapeou contra um jogador do Rio Ave e se não fosse a felicidade do ressalto os vila-condenses podiam ter reduzido), quer nas saídas nos cruzamentos e até nos pontapés de baliza em que pontapeou mal a bola algumas vezes.
Estava a precisar de uma grande defesa este jovem guarda-redes português.

Ao intervalo, 0-2, um resultado que parece tranquilo para qualquer equipa, mas que na prática, revela-se algo enganador, porque é sempre um resultado que está sob suspeita. Se o Rio Ave reduzir o resultado, pode a qualquer momento empatá-lo, e o melhor é o Sporting tentar outro golo.
Em Zurique, os leões chegaram também a esse resultado muito cedo no jogo e ganharam, no entanto, adormeceram cedo no jogo, e se não fosse a falta de pontaria dos suíços (três bolas enviadas ao ferro), as coisas podiam ter sido diferentes, por isso, é preciso muito cuidado, e já se sabe, a melhor defesa é o ataque.

Na segunda parte, a minha teoria confirmou-se, o Sporting entrou relaxado, a ter posse de bola mas não muito longe da sua baliza, como de um treino se tratasse, sem ter olhos para a baliza contrária e não demorou muito a sofrer golo, logo aos 49’, por intermédio de Christian, a passe de Yazalde, num lance em que Rui Patrício ficou muito mal na fotografia.

O Sporting nem assim acordou, continuou relaxado, a fazer o mesmo tipo de jogo, e o empate viria a surgir aos 63’, desta vez por Yazalde, assistido por Christian.

Neste momento, o jogo tornou-se dividido, ao contrário do que previa os verde-e-brancos não baixaram os braços, foram à procura da vitória, no entanto, o Rio Ave também a procurou, e nesta fase, qualquer equipa podia ter chegado ao 3-2, mas acabou por ser o Sporting a marcar. Canto de Capel direito à cabeça de Onyewu, que se impôs nas alturas e enviou a bola para dentro da baliza de Paulo Santos.

A partir daí, e embora as alterações que Domingos fez não indicassem nesse caminho, o Sporting não relaxou, tentou manter a vantagem e até mesmo ampliá-la, e acabou por conseguir ganhar o jogo, sendo que a expulsão de Jean Sony acabou por facilitar a tarefa dos leões.


Analisando as equipas, creio que o Rio Ave mostrou alguns argumentos e que mais tarde ou mais cedo vai sair da situação que ocupa. Tal como na época passada, a equipa começou mal mas melhorou gradualmente ao longo da temporada, ameaçando mesmo chegar a um lugar europeu, e creio que este ano, talvez não chegue tão longe, mas certamente sairá desta posição desconfortável. A dupla Christian/Yazalde mostrou argumentos, e creio que com João Tomás formar-se-á um trio na frente de ataque que vai fazer a vida negra às defesas contrárias.
Há que destacar a crença da equipa, que apesar da classificação que ocupa, acreditou que podia alcançar um bom resultado mesmo quando estava a perder por dois golos de diferença, e chegou mesmo ameaçar ganhar o jogo.
Há muito trabalho pela frente para Carlos Brito mas os resultados vão surgir.

Quanto ao Sporting, entrou com o seu melhor «onze», dentro dos jogadores que estão disponíveis, no entanto, Rui Patrício mostrou-se demasiado nervoso, após as criticas que foi alvo nos últimos jogos, e esteve bastante inseguro e pouco concentrado, tendo culpas no primeiro golo e acumulando algumas falhas, só colmatadas por uma grande defesa na parte final do desafio.
A defesa tem muito a melhorar, sobretudo na estratégia da Defesa em Linha que parece que os jogadores ainda não assimilaram. É preciso também maior agressividade na abordagem dos lances, ao invés de tanta passividade.
No que concerne ao jogo ofensivo da equipa, quando se marca três golos há pouco a apontar, na minha opinião Capel foi o melhor jogador em campo, e se depois do jogo com o Zurique lhe apontei algumas criticas como agarrar-se demasiado à bola em vez de ir para o flanco e procurar os cruzamentos que tão bem faz, neste jogo só tenho de o elogiar, foi um jogador de colectivo, provando isso logo ao terceiro minuto quando assistiu Wolfswinkel no 0-2. Marcou ainda o canto do 2-3. Elias esteve muito bem também, tem bom toque de bola, é útil para a manutenção de posse de bola e na construção de jogo ofensiva, creio que com tempo tornar-se-á num jogador fundamental no Sporting. Wolfswinkel marcou pelo terceiro jogo consecutivo e mostra porque o contrataram, ainda que estranhe as suas movimentações, já que em determinadas fases do jogo descai sobre o flanco direito e procura cruzamentos, quando ele é que deveria estar na área. É bom mostrar-se um jogador solidário, capaz de entrar no jogo ofensivo da equipa, não ficando parado lá à frente, no entanto, não sei se por iniciativa individual ou por ordem do técnico, estes posicionamentos não favorecem a equipa, embora ele não estivesse mal sempre que teve a bola no flanco.
Carrillo mostra ser melhor que Djaló, no entanto, assim que Jeffren recuperar, deve perder o lugar, até porque aguardo com bastante ansiedade ver Capel e Jeffren a ocupar simultaneamente as alas.
Schaars está a agarrar o lugar e a mostrar cada vez mais a sua utilidade.
No entanto, fico algo insatisfeito pela atitude da equipa assim que fica a ganhar por 2-0. Creio que uma equipa que toda a gente vê que está pouco entrosada (o treinador e o jogador usam esse argumento para desculpar os resultados e retirar pressão) não pode dedicar-se exclusivamente a guardar a bola quando o resultado é tão suspeito, sobretudo quando não se guarda a bola longe da sua grande área. Basicamente, é estar-se a pôr a jeito para ataques venenosos dos adversários.
É preciso procurar ampliar a vantagem, fazer o adversário desistir de disputar o jogo, é preciso ser-se demolidor, até porque um resultado mais confortável daria mais confiança à equipa.
Aqui critico Domingos, até porque as substituições falam por si, retiraram-se os extremos para serem colocados jogadores menos móveis para fechar no meio-campo.
Assim é difícil conseguir resultados e exibições como as do Benfica, por exemplo, que mostra-se muito forte a jogar em ataque rápido e em contra-ataque, situações em que o Sporting não conseguiu na recta final do jogo criar boas oportunidades.

Com esta vitória, o Sporting volta a depender apenas de si próprio para vencer o campeonato, (embora não seja esse o objectivo de Domingos Paciência) e na sexta-feira há clássico FC Porto – Benfica.

WWE | Night Of Champions 2011



Data: 18 de Setembro de 2011
Arena: First Niagara Center
Cidade: Buffalo, Nova Iorque

domingo, 18 de setembro de 2011

Premier League | Manchester United 3-1 Chelsea



O Manchester United venceu hoje em Old Trafford o Chelsea por 3-1, num jogo a contar para a Premier League.


Eis a constituição das equipas:

Manchester United



Como se pode ver, o United apresentou-se muito diferente do que aquele que na quarta-feira jogou no Estádio da Luz, sobretudo no sector ofensivo.
Na zona defensivo, destaque para as entradas do guarda-redes De Gea para o lugar de Lindegaard e de Jones para ocupar a vaga de Fábio Da Silva. Ferdinand e Vidic mantêm-se indisponíveis.
Já no meio-campo e ataque, a equipa transformou-se do 4-3-3 que tinha jogado na Luz para um 4-4-2 que em determinados do jogo se transformava em 4-2-4.
Fletcher foi o único sobrevivente do meio-campo, que jogou no miolo desta vez apenas com a companhia de um homem, o brasileiro Anderson. Nas alas jogaram Ashley Young e Nani em detrimento de Valencia e Park, e no ataque Rooney teve a companhia de Chicharito.
O Manchester United é uma equipa com muitos recursos, com várias alternativas para cada posição, mas este «onze» aproximou-se muito mais de ser o melhor da equipa ao invés daquele que defrontou o Benfica.


Chelsea



Já o Chelsea, devo dizer que foi o primeiro jogo que vi da equipa este ano, e por isso, não tinha nenhuma ideia pré-definida.
Apenas tenho estado informado, e as informações que me têm chegado é a de um Lampard em baixo de forma, Torres que não marca mas que contribui e de que maneira para o jogo ofensivo da equipa (duas assistências frente ao Leverkusen), Bosingwa em boa forma, Mata a ser visto como um reforço muito útil e uma defesa sólida. No entanto, sem apresentar resultados com os mesmos números que as duas equipas de Manchester, por exemplo, têm apresentado.


O Chelsea entrou no jogo com “sinal +”, no entanto, foi o United a marcar bem cedo, aos 7’, por Smalling, após um livre marcado a meio do meio-campo londrino, no qual o jovem defesa dos “red devils” cabeceou muito à vontade para dentro da baliza do Chelsea. Aqui há que apontar duas situações: o marcador do golo (tal como outros dois colegas seus) estava em fora-de-jogo e Lampard que o estava a marcar mostrou completa passividade na abordagem do lance, uma negligência que foi fatal numa fase tão prematura do jogo.

Os “blues” não se mostraram afectados com o golo sofrido e rapidamente foram à procura da igualdade, no entanto, mostrando grande ineficácia na hora da decisão.
Ramires na minha opinião fez um grande jogo, defendeu bem e foi um dínamo na construção do jogo ofensivo da equipa, Sturridge era um extremo que desconhecia mas que mostrou dotes de craque, Raúl Meireles esteve bem na sua função, Torres mostrou-se muito lutador, e apesar da crise que atravessa por não marcar golos, mostrou-se psicologicamente forte, não foi egoísta como muitos no seu lugar teriam sido para finalmente “matar o borrego” e fez grandes passes que viriam a dar em situações de golo evidente, sendo a mais flagrante uma em que Ramires praticamente sozinho na pequena área permite uma grande defesa a De Gea, guarda-redes espanhol do United que neste jogo deve ter calado as criticas.
Naquela altura, para o Chelsea, estar a jogar com Lampard ou estar a jogar com dez era igual, não que este estivesse a errar, mas demonstrava uma falta de atitude muito grande e uma inutilidade muito grande, que a este nível e com a sua equipa a perder, ainda era maior.

Do outro lado, o United não estava a fazer um grande jogo, não rematava, e praticamente na segunda vez que o fez, Nani fez o 2-0, estavam decorridos 37 minutos. O português recebeu um grande passe pelo ar a uns bons 40 metros de distância, fez uma boa recepção, progrediu no terreno com alguma à vontade, e rematou forte naquele que foi um grande golo, no qual Cech não teve a mínima hipótese. Não querendo estar a bater na mesma tecla, jogando Lampard como médio-interior-esquerdo, talvez tivesse a obrigação de fechar melhor o flanco direito do United e não permitindo tanto espaço a Nani.

O Chelsea desmoralizou um pouco, no entanto, não desistiu, porque diga-se de passagem, estava a jogar bem, cometeu dois erros e sofreu dois golos, que noutra situação nem poderiam ter resultado em nada, e foram os dois (sobretudo o primeiro) do mesmo jogador, que ofensivamente não estava também a acrescentar nada. Não havia nada a apontar à equipa de Villas Boas, que durante a primeira parte rematou por doze vezes e teve um grande volume de jogo ofensivo. Ainda antes do intervalo, ao quarto remate (!), o Manchester United fez o 3-0, após um lance confuso na área, em que a defesa londrina mostrou alguma passividade, Rooney aparece em posição frontal e não perdoou.

Complicada a vida do ex-treinador do FC Porto, que apostou e bem naquela que acreditava ser a sua melhor equipa, que praticou um futebol de qualidade, mostrando falta de sorte na hora da concretização e algum azar nos golos que sofreu, visto que o United marcou três golos em quatro remates, mostrando 75% de eficácia.

Por esta altura, e por estar habituado a ver os jogos da Liga Portuguesa, pensaria que o jogo estaria resolvido e que a segunda parte iria ser algo aborrecida, com muita contenção de jogo por parte dos “red devils” e medo de sofrer mais golos por parte dos “blues”, mas felizmente este jogo é da Liga Inglesa, e Villas Boas tirou a “ovelha negra” (a.k.a. Frank Lampard) para colocar Anelka, e o resultado dessa alteração fez-se notar em apenas… 30 segundos. Sim, foi esse o tempo de jogo que o francês precisou de estar em campo para assistir Torres, que num remate de excelente execução, fez o 3-1.

Com a entrada de Anelka, pensei que o Chelsea fosse jogar com dois avançados, com Mata e Sturridge nas alas, no entanto, manteve o 4-3-3, apresentando Anelka na ala esquerda e recuou o espanhol para médio-interior-esquerdo. Provavelmente, o ex-Valência perdeu alguma liberdade que teria no flanco, no entanto, daria outra criatividade à zona central do meio-campo londrino.

Com o golo madrugador na segunda parte, o Chelsea foi à procura de reduzir a desvantagem sem receios, e o United começou a jogar em contra-ataque, o jogo tornou-se muito partido e viveram-se momentos de grande emoção.
Aos 55 minutos, Nani em mais um grande remate atirou à trave, e na sequência do lance, acabou derrubado por Bosingwa na grande área, com o árbitro a assinalar grande penalidade.
Na conversão, Rooney tropeçou e atirou ao lado. Oportunidade de luxo desperdiçada pelos “red devils”, que se tivessem marcado dariam contornos de goleada a este jogo e matavam por completo as possibilidades do Chelsea em poder, no mínimo, chegar ao empate.

O jogo manteve-se partido, o Chelsea nesta altura estava a ter mesmo muita posse de bola, no entanto, continuavam a falhar da concretização de forma incrível e algo injusta, sendo que a situação mais clarividente passou-se aos 81’, quando Torres surge isolado, consegue ultrapassar De Gea e de baliza escancarada atirou ao lado. Foi este o momento crítico do jogo, a partir daqui sentiu-se que já nada haveria a fazer, tal o falhanço incrível de “El Niño”.

Minutos depois, foi o United a desperdiçar nova oportunidade de fazer o 4-1, com Rooney a atirar ao poste, e na recarga, o remate de Berbatov permitiu um grande corte de Ashley Cole sobre a linha de golo.


Nada havia a fazer, vitória do United algo injusta, no entanto, há que dar mérito a quem marca e demérito a quem não concretiza as várias oportunidades. Em termos defensivos, os erros que o Chelsea cometeu na primeira parte resultaram em golos sofridos, no entanto, os “red devils”, com uma defesa muito jovem e algo imatura, também deram muito espaço aos atacantes londrinos, mas estes não conseguiram marcar. Talvez o resultado mais adequado fosse o 3-2 ou o 2-1, no entanto, o futebol é assim.

O United tem uma grande equipa e mostra atributos para jogar para ganhar contra quem quer que seja e para ambicionar conquistar todos os troféus que disputar, ainda que sem algum brilhantismo como apresentou hoje e no jogo da Luz.

Já o Chelsea, por muito esforçado que Torres seja e jogue bem, naquela zona pede-se golos e certamente que com o regresso de Drogba os londrinos possam melhorar nesse aspecto. No entanto, e ainda que as muito faladas vitórias morais não existem, Villas Boas pode estar orgulhoso do desempenho dos seus jogadores, ainda que, continuando a jogar desta forma, Lampard não pode fazer parte do «onze inicial».

ROH | Death Before Dishonor IX



Data: 17 de Setembro de 2011
Arena: Manhattan Center
Cidade: Nova Iorque, Nova Iorque

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Liga Europa | FC Zurique 0-2 Sporting



O Sporting foi hoje à Suiça vencer o FC Zurique por 2-0, em jogo de abertura da Fase de Grupos da Liga Europa.


O FC Zurique apresentou a seguinte equipa: Johnny Leoni; Raphael Koch, Mathieu Béda, Jorge Teixeira e Ricardo Rodriguez; Marco Schönbächler (Nikci), Oliver Buff (Margairaz), Chikhaoui (Chermiti) e Gajic; Admir Mehmedi e Alexandre Alphonse.

Já o Sporting: Rui Patrício; João Pereira, Rodríguez, Onyewu e Insúa; Pereirinha, Rinaudo e Schaars; André Carrillo (André Santos), Van Wolfswinkel (Diego Rubio) e Diego Capel (Evaldo).


Domingos Paciência não inventou e manteve praticamente o mesmo «onze» que começou o jogo em Paços de Ferreira, no entanto, por força de já ter jogado pelo Atlético Madrid esta época o internacional brasileiro Elias não pode jogar e entra na equipa inicial Carrillo, fazendo recuar Pereirinha para médio interior. Esperava-se que fosse Izmailov a substituir o brasileiro, no entanto, o russo nem apareceu nos 18 convocados, possivelmente devido a lesão. Wolfswinkel, que resolveu o jogo da Mata Real, vai ser titular, roubando o lugar a Bojinov.

Do Zurique, pouco ou nada tenho a dizer sobre esta equipa totalmente desconhecida para mim.


O jogo começou equilibrado, com as equipas a encaixarem uma na outra, no entanto, o Sporting cedo abriu o marcador. Livre de Schaars a meio do meio-campo do Zurique, e Insúa responde com um bom cabeceamento à entrada da área para fazer o 0-1, estavam decorridos três minutos.

O jogo manteve-se equilibrado, no entanto, com o Sporting a dar sinal mais, a manter-se por cima do jogo, com mais posse de bola, e maior volume de jogo ofensivo, e foi com alguma naturalidade que chegou ao 0-2 aos 20’. Grande combinação de Schaars com Insúa no flanco esquerdo, com o argentino a centrar rasteiro para uma conclusão à ponta-de-lança de Wolfswinkel. Foi a segunda assistência do ex-Liverpool para o avançado holandês em dois jogos, provavelmente, foram tantas as assistências para golo que Insúa fez em dois jogos do que Evaldo desde que pertence ao Sporting.

Pelo meio, assistimos a um “deja-vú” do jogo da Mata Real, com Onyewu a cortar uma bola que Rui Patrício veio a agarrar. O árbitro entendeu que foi atraso e foi marcado mais um livre indirecto, no entanto, Rodríguez, lateral-esquerdo do Zurique, enviou a bola ao ferro.

A partir daí, o Sporting começou a gerir o jogo, com muita posse de bola entre os homens da defesa e do meio-campo, de forma a fazer os suíços correrem atrás da bola, gerir o esforço e aproveitar qualquer erro de marcação dos homens do Zurique para lançar mais um ataque.
Os helvéticos tiveram as suas oportunidades, aproveitando alguns passes errados da defesa e meio-campo leoninos, no entanto, não conseguiram marcar. O mesmo para o Sporting, que também esteve perto do 0-3, com um remate de Capel a resultar numa grande defesa de Leoni.

A equipa portuguesa ía assim para intervalo com um resultado muito conveniente, no entanto, ao mesmo tempo perigoso e fácil de contornar.

Na segunda parte o Zurique entrou forte, povoou mais o meio-campo sportinguista, impediu as trocas de bola entre a defesa e o meio-campo do Sporting, que não estava a conseguir fazer chegar o jogo aos homens da frente.

No entanto, Domingos lê bem o jogo e tira Carrillo para fazer entrar André Santos, Pereirinha ocupa o lugar do peruano mas ocupa uma posição mais interior e o Sporting ganha logo capacidade de posse de bole, e a partir daí consegue ter mais bola, consegue construir mais jogo e foi a partir desse momento que conseguiu criar algumas oportunidades na segunda parte, sobretudo com a entrada do mais tecnicista Rubio para a saída do mais posicional Wolfswinkel.
Capel também acabou por sair para entrar Evaldo, para ajudar a dificultar os ataques suíços, a missão dos jogadores que entraram na segunda parte foi cumprida e a vitória ficou cada vez mais próxima, apenas à distância do apito final para ficar confirmada.

No entanto, nos segundos 45 minutos o Zurique pregou alguns sustos, especialmente com dois remates ao jogo, o primeiro por Mehmedi e o segundo por Ricardo Rodríguez, na conversão de um livre directo.


Analisando tacticamente o jogo, penso que Domingos acertou no «onze», sem Jeffren e Izmailov a opção por Carrillo foi bem tomada, e embora não se mostrasse muito explosivo, parece ter mais qualidade técnica do que Yannick Djaló, e como muito novo que é, com maior entrosamento, adaptação e progressão pode-se vir a tornar uma mais-valia.
A defesa esteve bem, não sofreu golos, no entanto, ainda apanhou uns sustos desnecessários. Quem ganhou o lugar é Insúa, que defende bem, mas é a atacar que mais se tem revelado, com um golo na partida de hoje, mas especialmente já soma duas assistências em dois jogos com a camisola do Sporting. Era o lateral que a equipa precisava para o lado esquerdo.
No meio-campo, a meu ver Rinaudo foi o melhor em campo indiscutivelmente! O homem recuperou bolas, teve uma eficácia de passe a rondar os 100%, e destruiu ataques e contra-ataques onde eles devem ser destruídos, logo no inicio, ainda no meio-campo defensivo dos adversários. Schaars fez uma das melhores exibições de leão ao peito, estando nos dois golos, no entanto ainda falhou muitos passes. Pereirinha esteve bem, Capel continua a ser uma unidade importante a causar desequilíbrios, mas pessoalmente penso que agarra-se demasiado à bola e vai demasiadas vezes para cima dos defesas em vez de procurar ir para os flancos fugir deles e tentar cruzamentos. Já Wolfswinkel cumpriu o seu papel.

Quanto aos helvéticos, provaram que as equipas da Suiça já começam a ganhar estatuto no futebol europeu e mostraram argumentos, criaram situações de golo, no entanto, insuficientes para bater hoje o Sporting.
Destaco os tunisinos da frente (que têm muito boa capacidade técnica e física) e o lateral Rodríguez, que é um bom lateral, tem muita raça, é forte na cobrança de livres e tem uma enorme margem de progressão, porque tem apenas 19 anos, não me admirava se ouvisse falar dele nu grande clube futuramente.

No outro jogo do grupo, o FC Vaslui (Roménia) foi a Itália empatar com a Lazio por 2-2.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Liga dos Campeões | Benfica 1-1 Manchester United



No regresso das grandes noites europeias ao Estádio da Luz, o Benfica empatou frente ao Manchester United a uma bola, na primeira jornada da Fase de Grupos da Liga dos Campeões.

O Benfica apresentou a seguinte equipa: Artur; Maxi, Garay, Luisão e Emerson; Javi Garcia e Witsel; Rúben Amorim (Nolito), Aimar (Matic) e Gaitán (Bruno César); Cardozo.

Já o Manchester United: Lindegaard; Fábio da Silva (Jones), Smalling, Evans e Evra; Fletcher (Chicharito), Carrick e Giggs; Park Ji-Sung, Valencia (Nani) e Rooney.


Jorge Jesus só surpreende pela inclusão de Rúben Amorim no «onze» em vez de Nolito ou Bruno César como era previsível. O Benfica perde assim alguma velocidade e poder de contra-atacar, no entanto, pode ganhar no que concerne à posse de bola, o que pode indicar que a equipa encarnada iria querer assumir o jogo desde inicio.

Já Alex Ferguson mexeu muito na sua equipa. Já se sabia que Ferdinand não podia dar o seu contributo à equipa, no entanto, homens como De Gea, Anderson, Ashley Young e Nani também ficaram de fora. O Manchester United mantém muita qualidade, no entanto, na minha opinião, perde algum poder de fogo no ataque sem Young e Nani, apesar da qualidade de Park e Valencia. Seria estratégia secreta do técnico escocês ou estaria a poupar os melhores jogadores para o clássico com o Chelsea no próximo domingo?

O jogo começou muito equilibrado, com as duas equipas a demorarem alguns minutos a encaixarem uma na outra e ambas a quererem assumir o jogo, no entanto, foi o Benfica que foi atacando mais e chegando mais próximo da baliza contrária, embora o Manchester United tivesse mais posse de bola, ainda que fosse uma posse de bola muito inofensiva, maioritariamente entre os homens do meio-campo e a linha defensiva.

O Benfica estava bem, atacava bem, defendia com muita concentração e solidez, e rematava, algo que os ingleses não faziam, e fizeram-no com algum perigo duas vezes por Gaitán na esquerda e outra por Cardozo de pé direito, permitindo a defesa a Lindegaard. Mas afinal, o paraguaio só estava a ameaçar, pois aos 24’, após um passe espectacular de trivela de Gaitán, Cardozo domina, troca as voltas a Evans e com o seu pior pé rematou forte, fazendo o 1-0.

A partir daí, a equipa de Manchester acordou, embora se mantivesse algo inofensiva, e o Benfica sentiu isso e procurou novo golo, no entanto, tal não veio a acontecer.
Ora a defesa e o meio-campo defensivo do Benfica que estava muito concentrado, distraiu-se momentaneamente e permitiu que Giggs fosse progredindo no terreno, e quando chegou perto da área encarnada, desferiu um remate forte, colocando de novo o jogo empatado. Estavam decorridos 42 minutos.

Algo injusto, mas o futebol é assim, e quando se têm jogadores como o Manchester United tem, todo o cuidado é pouco, pois em qualquer jogada podem descobrir o caminho para o golo. O jogo ía para intervalo com um 1-1, com dois belos golos já marcados, e 45 minutos que prometiam muito ainda por decorrer, visto que o resultado estava em aberto, o Benfica estava a jogar muito bem a todos os níveis mas os “red devils” têm a equipa que têm e ainda tinha muitas (e melhores) opções no seu banco de luxo.

Na segunda parte, o Manchester United jogou mais avançado no terreno, mostrou mais o que vale, povoou mais o meio-campo do Benfica, no entanto, criou poucas situações, sendo que a única que assustou os benfiquistas verdadeiramente foi um remate cruzado de Valencia que foi muito bem desviado por Artur.

Depois, o Benfica mostrou que ainda não tinha dito a sua última palavra e que não estava conformado com o empate, criando algumas oportunidades que tiveram muito perto em dar em golo. Lindegaard foi obrigado a fazer duas grandes defesas, uma a remate de Nolito e outra a remate de Gaitán, e destaque ainda para remates de Aimar, Emerson e do próprio Nolito novamente que não passaram longe.
Aqui os encarnados conseguiram retirar alguma pressão que o United estava a fazer e conseguiram ter mais bola, curiosamente, quando o inicio da segunda parte indicava o contrário e quando Matic já estava em campo do lado do Benfica, mas sobretudo, Nani e Chicharito também já estavam em jogo do lado dos ingleses.


Em relação às equipas, devo dizer que os centrais do Benfica estiveram muito bem, sobretudo Luisão que para mim foi o melhor em campo. A escolha que recaiu em Rúben Amorim pareceu ajustada da forma como Jesus abordou o jogo, possibilitando mais posse de bola e ajudando Maxi a parar a dupla que se previa estar no lado esquerdo Evra/Ashley Young que merecia ter cuidados redobrados, tanto pela qualidade do extremo inglês, como do lateral francês, no entanto, não jogou Young mas sim Park, e Amorim foi útil sobretudo em manter a posse de bola e não tanto em termos defensivos, apontando uma boa exibição, e quando a equipa atacava, por não ser um extremo, ocupava terrenos mais interiores para ser Maxi a subir pelo corredor direito do Benfica até a área contrária. De resto pouco há a dizer, boa exibição do Benfica, toda a defesa esteve muito concentrada, o meio-campo foi criativo e possibilitou ao ataque algumas oportunidades de golo, que desta vez só resultaram num tento.

Quanto ao Manchester United, viu-se aqui alguma falta de preocupação com a vitória neste jogo, possivelmente a pensar no jogo de domingo com o Chelsea no qual a liderança dos “red devils” está ameaçada. No entanto, cumpriram os objectivos mínimos e certamente encararão este resultado como normal, até porque não compromete em nada o apuramento dos ingleses.
Não opino sobre que «onze» devia ter começado o jogo porque houve claramente gestão do plantel e porque é o primeiro jogo que vejo do United este ano, no entanto, esperava mais ambição por parte daquele que é afinal o vice-campeão europeu. Apenas dois remates perigosos é muito, mas muito pouco.
Este jogo não foi muito feliz para Ferguson, porque o meteu Nani e Chicharito para dar maior poderio ao jogo ofensivo da sua equipa, no entanto, despovoou a zona central e o Benfica aproveitou bem para controlar o jogo pelo meio, e ao mesmo tempo fechou bem as alas, onde Nani esteve muito apagado no pouco tempo em que jogou. Chicharito não teve hipóteses frente a Garay e Luisão, Rooney não teve oportunidades, o flanco esquerdo não funcionou tanto quanto podia, no entanto, creio que o Manchester não ficou de qualquer forma incomodado com o resultado e talvez por isso tenhamos visto alguma falta de ambição.

Num último pormenor, destaque para o jogador mais assobiado em campo, que foi… Nani, um português. É favor tirar conclusões.

No outro jogo do grupo, o Basileia venceu por 2-1.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Liga dos Campeões | FC Porto 2-1 Shakhtar Donetsk



O FC Porto venceu esta noite, no Estádio do Dragão, a formação do Shakhtar Donetsk por 2-1, no jogo de abertura da Liga dos Campeões nesta temporada.

O FC Porto apresentou a seguinte equipa: Helton; Fucile, Otamendi, Maicon e Álvaro Pereira; Fernando (Belluschi), Defour e João Moutinho; James Rodríguez, Kléber (Djalma) e Hulk (Varela).

Já o Shakhtar Donetsk: Rybka; Srna, Chygrynskiy, Rakitskiy e Razvan Rat; Mkhitaryan e Fernandinho; Willian (Hubschman), Jadson (Alex Teixeira) e Eduardo (Kucher); Luiz Adriano.

Desta vez Vitor Pereira não inventou e colocou na equipa inicial os melhores, no entanto, destaque para a titularidade de Defour, quando talvez os críticos apontassem para que jogasse de inicio Belluschi. Na defesa, já se sabia, Sapunaru e Rolando eram cartas fora do baralho.

O Shakhtar entrou melhor, mostrando personalidade e que está na disputa pelo jogo, no entanto foi o FC Porto a criar as primeiras situações de golo. Aos 5 minutos Hulk remata fora da área, a bola bate nas costas de Defour e vai à trave. Aos 10’, o árbitro assinala grande penalidade por obstrução a James. Hulk na conversão atira ao poste e o FC Porto mostra de novo atracção pelo ferro após o jogo com o Vitória de Setúbal em que foram três a embater nos postes.

No futebol costuma-se dizer que quem não marca sofre, e dois minutos depois, os ucranianos chegam à vantagem. Willian, na esquerda, remata de pé direito, a bola vai algo enrolada, Helton não a consegue agarrar, e Luiz Adriano apanha o esférico à sua mercê para inaugurar o marcador.
Golo com responsabilidades para o guardião brasileiro dos dragões.

O FC Porto foi em busca do empate, dominando territorialmente, tendo mais a bola, no entanto, quem acabou por marcar foi mais uma vez o Shakhtar, aos 25’, penso que mais uma vez por Luiz Adriano, mas o golo foi anulado por fora-de-jogo. A realização do jogo não mostrou a repetição, mas os jogadores do Shakhtar ficaram a reclamar pela posição de Defour que estava a colocar o marcador do golo do jogo. Ainda assim, o árbitro manteve a decisão.

Como quem não marca (ou neste caso, quem não vê o seu golo validado) arrisca-se a sofrer, Hulk, dois minutos depois, na conversão de um livre directo, atira fortíssimo e acaba por marcar, num remate indefensável para Rybka. O mais difícil estava feito, o empate.

A partir daí, até ao final da primeira parte, só deu FC Porto, e Hulk, minutos depois teve mais um grande remate, mas desta vez, Rybka conseguia parar a bola. A equipa portuguesa até ao final dos primeiros 45 minutos foi a que mostrou querer ganhar o jogo, foi a que foi dominando, embora não estivesse a sair muito bem o último passe, quer pelo meio, quer em cruzamentos, e era difícil colocar a bola em Kléber, por exemplo, o homem mais adiantado dos dragões.

Perto dos 40’, Rakitskiy entra muito duro sobre Moutinho e é expulso. Lucescu, treinador do Shakhtar, não perde tempo e reorganiza a equipa defensivamente com a entrada de Kucher para o lugar de Eduardo. No entanto, e apesar do brasileiro naturalizado croata não estar a jogar muito, a equipa perdeu claramente capacidade ofensiva e previa-se uma segunda parte de muito sofrimento para os homens do Leste europeu.

O FC Porto entrou na segunda parte como terminou a primeira: Ao ataque! A dominar, a povoar o meio-campo contrário, a jogar perto da área do adversário, e não demoraria a chegar ao golo. James faz um belo trabalho na esquerda, e num cruzamento rasteiro assiste Kléber, para o primeiro golo de sempre do brasileiro na Liga dos Campeões, estavam decorridos 51 minutos.

A partir deste momento, notam-se algumas alterações tácticas interessantes no FC Porto:
João Moutinho que durante toda a primeira parte jogou mais descaído pelo lado esquerdo do meio campo, durante alguns momentos da segunda jogou mais pelo lado direito, e como resultado vimos algumas boas combinações com Hulk, uma das quais foi uma dupla tabelinha que foi das melhores jogadas durante todo o encontro, pena a irrelevância que acabou por ter.
Falando de outra alteração táctica, James Rodriguez jogou mais no centro, ocupando a posição de “10”, primeiro com Hulk a jogar numa posição mais interior, fazendo dupla de avançados com Kléber e o meio-campo a formar um losango. Depois, com a saída do “Incrível” e do ponta-de-lança ex-Maritimo, James continuou a ocupar terrenos mais centrais, no entanto, os avançados que já eram Djalma e Varela jogavam muito mais abertos, nas suas posições de extremos, algo que se compreende pois não fazia falta um homem mais adiantado no meio, e com um “10” e dois avançados abertos a posse de bola estava mais facilitada.
Com a saída de Fernando, Moutinho jogou mais recuado, ainda que com participação activa no jogo ofensivo da equipa, Belluschi ajudou à posse de bola, e face à equipa ucraniana se encontrar muito recuada, foi recorrente ver os laterais portistas subirem para jogarem numa linha muito próxima dos centro-campistas.

Quanto ao jogo propriamente em si, o FC Porto tentou a todo o custo ampliar a vantagem, sejam por remates de longe, ou por tentar fazer a bola à grande área, fosse pelo meio ou especialmente pelos flancos, no entanto, nunca o conseguiu.
O Shakhtar fez o que lhe competia e tentou chegar à igualdade, mas sem causar grandes incómodos, ainda assim, dava a ideia de que numa jogada com alguma ponta de sorte, podiam fazer o 2-2, logo, esta vantagem dos azuis-e-brancos não era cómoda.

O FC Porto foi gerindo a vantagem, foi gerindo muito bem a posse de bola, fazendo passar o esférico por quase todos os elementos da equipa, quando possível tentou o 3-1, no entanto, isso não foi possível, e a prioridade foi segurar a vantagem, com bola, no meio-campo do adversário, e essa tarefa facilitou-se com a expulsão por acumulação de amarelos de Chygrynskiy, que encostou definitivamente os ucranianos às cordas.


Creio que o FC Porto jogou com a formação certa, da forma certa durante todo o jogo, foi uma equipa que jogou de forma diferente nos diversos momentos do jogo e soube jogar bem em qualquer um deles. Soube assumir o jogo, soube ir à procura do empate e posteriormente da vitória, soube controlar o jogo, dominá-lo, soube (ainda que de uma forma algo ineficaz e pouco acentuada) criar situações de golo e soube gerir a posse de bola quando isso era o pedido.
Destaco o colectivo que esteve muito bem, no entanto, creio que James fez mais uma grande exibição e que Defour fez bem o seu papel, sendo muito semelhante a Moutinho, permite uma espécie de simetria no meio-campo do FC Porto. Kléber marcou, mas enfim, infelizmente para ele vai estar sempre associado ao antecessor, e sendo o antecessor um fora-de-série, a sua tarefa complica-se, mas mesmo sendo um jogador que joga muito mais para si do que para o colectivo, comparativamente com Falcao, assim como menos virtuoso tecnicamente, tem respondido com golos e isso é que interessa.

Quanto ao Shakhtar, tem uma boa equipa, que teve a infelicidade de jogar durante muito tempo em inferioridade numérica, mais creio que em sua casa vai criar muitas dificuldades ao FC Porto. Tem três jogadores que ofensivamente são muito perigosos (Willian, Jadson e Luiz Adriano). Willian é um extremo rapidíssimo, Jadson é um “playmaker” de classe média/alta do futebol europeu e Luiz Adriano mostrou-se eficaz e creio que é um excelente ponta-de-lança.

Quanto ao outro resultado do grupo, o APOEL Nicósia venceu o Zenit por 2-1.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

sábado, 10 de setembro de 2011

Liga ZON Sagres | Paços de Ferreira 2-3 Sporting



O Sporting conquistou hoje uma vitória importantíssima, no dificílimo campo da Mata Real, frente ao Paços de Ferreira, por 3-2, após ter estado a perder por 0-2.

O Paços de Ferreira apresentou o seguinte onze: Cássio; Filipe Anunciação, Cohene, Fábio Faria e Nuno Santos; André Leão, Vítor (Luiz Carlos) e Manuel José; Caetano (Bacar), Michel e Luisinho.

Já o Sporting: Rui Patrício; João Pereira, Rodríguez, Onyewu e Insúa; Rinaudo, Schaars (Izmailov) e Elias; Pereirinha (Rubio), Bojinov (Wolfswinkel) e Capel.

Os leões entraram para o jogo com nove reforços, e oito alterações tendo em conta o onze inicial que defrontou o Marítimo, ainda que dessas alterações, tenhamos tido o regresso de um trinco que merece a titularidade como Rinaudo, de Insúa que vem tirar o lugar ao desapontante Evaldo, Elias é reforço, Bojinov e Rodriguez vieram de lesões e estão agora preparados para jogar de inicio, portanto, se formos a ver bem, as alterações foram muitas mas a base da equipa talvez não tenha mexido assim tanto, tendo em conta o planeado para esta temporada, e aquilo, que para a generalidade das pessoas, é o melhor onze do Sporting.

No entanto, tudo parece acontecer aos «verde e brancos», que após uma infantilidade de Rui Patrício, ao agarrar uma bola após um atraso legítimo com os pés de Rodriguez, vê o árbitro assinalar um livre indirecto dentro da grande área, que viria a dar no golo do Paços de Ferreira, por intermédio de Michel, estavam decorridos cinco minutos.
Penso que Patrício deveria relembrar-se do porquê de hoje ser titular do Sporting e o porquê de o ser já há quatro anos. Lembram-se de Stojkovic? Polga atrasou-lhe a bola (esse sim um atraso muito menos legitimo…) em pleno Estádio do Dragão no inicio da época 2007/2008 e o guarda-redes sérvio agarrou-a, possibilitando ao árbitro marcar um livre indirecto dentro da área sportinguistas que Raúl Meireles viria a converter em golo. Foi o primeiro episódio da tumultuosa relação entre Stojkovic e Paulo Bento, visto que o agora seleccionar português criticou o seu jogador, e como resultado disso, não demorou muito tempo até a titularidade da baliza leonina ser atribuída ao então muito jovem Rui Patrício.

Pois é, o Sporting jogava um jogo com cariz decisivo, que era o primeiro do resto da temporada, e como Domingos diz: “Tudo acontece a este Sporting!”.

A equipa leonina demorou a reagir, ficou abatida com o golo, no entanto, lentamente foi assumindo o jogo, foi jogando no meio-campo do Paços de Ferreira e empurrou os «castores» para perto da sua grande área. O Sporting criou oportunidades de golo, de todo o modo, cruzamentos, jogadas pelo meio e sobretudo bolas paradas, um livre de Bojinov passou a centímetros do poste e outro de Schaars bateu em cheio na trave.

Perto do final da primeira parte, já acusando alguma frustração, o Sporting foi perdendo este poderio dominador, algo que também se reflectiu num começo de segundo tempo que pareceu pouco ambicioso por parte dos lisboetas, demorando a criar oportunidades de golo, e acabou por sofrer o 2-0 após um livre batido perto da linha de meio-campo por Manuel José, em que Michel responde com um cabeceamento à entrada da área perante a passividade de Rodríguez, estavam decorridos 55 minutos.

A partir daí, o Sporting desmoralizou perante o desespero de Domingos Paciência, que vê a sua equipa sofrer dois golos em que as responsabilidades caíram por inteiro nos jogadores, e com fortes possibilidades de ficar a 10 pontos do líder quando ainda se está à 4ª Jornada. Essa desmoralização foi de tal forma evidente que o Paços até esteve perto do 3-0 por Michel.

No entanto, a cerca de 20 minutos do fim, dá-se o momento crucial do jogo. Nuno Santos, defesa-esquerdo dos pacenses é expulso após acumulação de amarelos, e a equipa da casa a partir daí desorienta-se e nunca mais é a mesma. A partir daqui, começa o festival de golos do Sporting.

Primeiro aos 76’, por Izmailov, num golo em que teve bastante sorte, visto que a bola tabelou em jogadores do Paços antes de entrar. Depois, dois minutos volvidos, Rinaudo com um passe de génio encontra Elias que com toda a calma empata o jogo. Finalmente, aos 84’, um grande cruzamento de Insúa encontra uma finalização à ponta-de-lança de Ricky Van Wolfswinkel, que possibilitou ao Sporting dar a cambalhota no marcador.

A partir daí, foi sofrer a bom sofrer, até ao apito final do árbitro que viria a dar aos leões a primeira vitória no campeonato.


Analisando as equipas, o Sporting apresentou muitas mexidas face às equipas que tem apresentado, e vendo bem o jogo, devo dizer que gostei do que vi. Pereirinha foi uma agradável surpresa, Onyewu esteve bem e acho que vai ser muito útil em alguns jogos, Rodriguez teve uma paragem cerebral no segundo golo mas é o melhor central do plantel, Insúa teve as suas falhas mas mostrou algo que supera muito a qualidade (ou falta dela…) de Evaldo, Rinaudo esteve ao seu nível, Schaars fez dos seus melhores jogos até agora, Elias precisa de se entrosar mais porque ando um pouco perdido (mas gosto do seu estilo em vir buscar jogo atrás, participar nas movimentações do meio-campo, alimentar o ataque e até aparecer em zonas de finalização), Capel procurou demasiado o drible em vez de optar por soluções mais simples, Bojinov ainda mostrou pouco mas há que dar o benefício da dúvida, Wolfswinkel finalmente mostrou golos e Izmailov mostrou que tem de jogar de inicio porque faz toda a diferença.
Rui Patrício à excepção daquela infantilidade esteve sempre bem.
Creio que este onze aproximou-se do melhor que o Sporting pode apresentar, alterava apenas Schaars por Izmailov, Pereirinha por Jeffren e quanto ao ponta-de-lança, colocaria Bojinov, Rubio ou Wolfswinkel tendo em conta o tipo de jogo que se está a disputar. Em Paços, por exemplo, nos últimos 20 minutos, com o Sporting a jogar de uma forma mais directa, fazia sentido ter Wolfswinkel e isso resultou, tendo o holandês marcado o golo da vitória.

Quanto ao Paços, foi uma equipa com a personalidade que nos tem habituado sempre quando joga em casa. Muito combativa, muito forte, aguerrida e com muita alma, com jogadores com capacidade de fazer a cabeça em água aos defesas sportinguistas.
De entre todos, destaco Caetano (Ai rapaz! Ainda estou traumatizado por teres falhado aquele golo ao Brasil!) e sobretudo Michel, um jogador que já ando a seguir desde Janeiro, quando fui a Alvalade ver o Sporting – Penafiel para a Taça da Liga e fiquei bastante impressionado pelo poderio técnico e físico deste jogador, a quem chamavam na altura de “Hulk de Penafiel”. Recordo que este jogador esteve para ser vendido ao Sporting de Braga, mas os durienses pediram demasiado dinheiro, no entanto, num daqueles negócios que ninguém percebe, foi vendido ao Paços por uma verba muito inferior. Mas não tenho dúvidas que em Janeiro ou no final da época dê um salto na carreira!

Quanto ao árbitro, sinceramente, achei que teve um critério que não entendi, com algum excesso de cartões na primeira parte, depois tornou-se menos rigoroso na segunda, e foi mostrando ou não amarelos conforme lhe dava na cabeça, deixando passar em claro faltas agressivas e ao mesmo tempo sendo excessivamente rigoroso em situações normais. Não consegue ser tão mau como Bruno Paixão, mas Paulo Baptista mostrou não estar muito a altura da situação.

Já agora, falando de arbitragens, que raio foi aquilo no Estádio da Luz?

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Liga ZON Sagres | União de Leiria 2-5 FC Porto



O FC Porto foi hoje à Marinha Grande, casa empresta da União de Leiria, bater o seu adversário por uns esclarecedores 5-2.

Eis a constituição das equipas:

União de Leiria: Gottardi; Ivo Pinto, Diego Gaúcho, Edson e Shaffer; Manuel Curto (Marcos Paulo), André Almeida, Maykon e Elvis (Cacá); Bruno Moraes (Robinho) e Djaniny.

FC Porto: Helton; Fucile, Rolando, Maicon e Alvaro Pereira; Fernando (Souza), João Moutinho (Defour) e Belluschi; Hulk (Varela), James e Kléber.

Vitor Pereira não foi de meias medidas e mudou meia equipa em relação ao «onze» inicial que tinha defrontado o Barcelona para a Supertaça Europeia há uma semana e meia. Saiu Sapunaru, Otamendi, Souza, Guarin e Cristián Rodriguez e entraram para os seus lugares Alvaro Pereira, Maicon, Fernando, Belluschi e James, respectivamente.

A União de Leiria entrou com uma atitude bastante positiva no jogo, assumindo as despesas da partida, olhou o FC Porto nos olhos e em determinados momentos do jogo conseguiu encostar os dragões à sua defesa por instantes, fazendo uma boa pressão alta e jogando muitas vezes no meio-campo adversário, chegando mesmo a ter em determinada fase do jogo mais remates que os portistas e estavam a golear em cantos.

O FC Porto não estava a conseguir fluir o seu jogo, não conseguia assumir as despesas, e procurava sobretudo aproveitar a pressão alta dos leirienses para os apanhar desprevenidos com contra-ataques rápidos, mas em determinadas ocasiões, por falta de engenho e arte mas também por culpa de um relvado mal tratado, que não beneficia quem gosta de jogar com a bola nos pés e de pé para pé, as coisas não estavam a sair bem aos jogadores azuis-e-brancos.

Mas tudo mudou aos 28’, num minuto em que a União esteve quase a marcar após um cruzamento perigoso da direita em que Helton não ficou nada bem na fotografia, o FC Porto iniciou o contra-ataque numa transição bastante rápida, culminando num golo de James de pé esquerdo, a passe de Moutinho.

Cerca de sete minutos depois, com a formação de Leiria a ir à procura do empate, mas mostrando algum desalento por já se encontrar em desvantagem, face à pressão alta do FC Porto, Manuel Curto perdeu a bola junto à sua grande área para Belluschi, que progride no terreno e assiste Kléber, possibilitando o primeiro golo em jogos oficiais do brasileiro pelo seu novo clube.

Assim foi o jogo para intervalo, com a vitória praticamente entregue ao FC Porto, que não costuma vacilar nestas situações, e que face à atitude ofensiva dos leirienses, não me surpreenderia se na segunda parte os dragões aumentassem a vantagem.

No inicio da segunda parte, a União surpreendeu ao conseguir reduzir de um modo algo afortunado, após um corte da defensiva do FC Porto num canto a favor dos leirienses, André Almeida faz o 1-2, depois de um desvio de Maicon para a própria baliza.

Aos 57’, momento caricato no jogo, regista-se um apagão na Marinha Grande que durou um quarto de hora, curiosamente o segundo envolvendo o FC Porto em cinco meses (o outro foi em Abril no Estádio da Luz), e mais uma vez, os dragões provaram que quando há apagões têm sucesso e poucos minutos depois do jogo ter sido reatado, fazem o 3-1 por intermédio de James, um golo que encostou o Leiria às cordas definitivamente.

Depois, veio o 4-1 por Kléber aos 74’, os leirienses reduziram poucos minutos depois, no entanto, perto do fim, Varela sentenciou o resultado em 5-2, dando a terceira vitória em três jogos para os dragões, e a terceira derrota nos mesmos jogos para a União de Leiria.


Analisando o jogo, penso que o FC Porto jogou praticamente com aquela que é a sua melhor formação, excepção feita a Maicon que na minha opinião é inferior a Otamendi. Penso que os dragões entraram pouco agressivos, permitiram que a União assumisse o jogo nos primeiros 25/30 minutos, no entanto, também o podem ter feito de forma a apanhar a equipa da Beira Litoral desprevenida e lançar contra-ataques venenosos.
Nesse aspecto foi bastante importante o papel de Belluschi, sendo por diversas vezes o motor ofensivo da equipa, e claro, a qualidade de James, que se não acontecer nada de extraordinário será certamente dentro de anos dos melhores jogadores do planeta, marcando dois golos e dinamizando o ataque, que grande jogador! Kléber, não sendo um prodígio e não tendo a capacidade de marcar golos como Falcao, bisou e deu conta do recado, ainda que em certos momentos da temporada não me admirava nada se a sua falta de mobilidade fosse contestada, um pouco à imagem de Cardozo no Benfica.
Quando entraram, Defour e Varela cumpriram o seu trabalho, tendo os dois feito assistências para o golo, sendo que o segundo acabou mesmo por marcar.

Já o Leiria, mostrou ambição, garra e vontade, e até alguma capacidade para jogar no meio-campo do adversário, no entanto, em termos defensivos especialmente há muito trabalho a fazer, foram cometidos muitos erros, a equipa errou nas transições, os jogadores estavam mal posicionados quando o FC Porto atacava, e prova disso foi o espaço que alguns jogadores portistas tiveram para rematar à baliza.

Com esta vitória, o FC Porto torna-se o primeiro líder isolado do campeonato, e a União de Leiria é cada vez mais a “lanterna vermelha”.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

APW em Ribeira de Pena (27.08.2011) - Análise e Reportagem


No passado sábado, 27 de Agosto, desloquei-me ao Parque do Bustelo, em Ribeira de Pena, no distrito de Vila Real, para mais um evento da APW, tendo tido a oportunidade mais uma vez de ser “ring anouncer” e ter viajado com a comitiva....

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Supertaça Europeia | Barcelona 2-0 FC Porto



O Barcelona conquistou hoje a Supertaça Europeia, após bater o FC Porto por 2-0, com golos de Messi e Fabregas.

Eis as constituições das equipas:

FC Porto: Helton; Sapunaru, Rolando, Otamendi e Fucile; Guarín, Souza (Fernando) e João Moutinho; Rodriguez (Varela), Kléber (Belluschi) e Hulk.

Barcelona: Valdés; Alves, Mascherano, Abidal, Adriano (Busquets); Keita, Xavi, Iniesta; Messi, Pedro (Fabregas) e Villa (Alexis Sanchez).


A única novidade no FC Porto foi a inclusão de Cristián Rodriguez no «onze», relegando Varela para o banco de suplentes, e até mesmo afastando as possibilidades de James jogar de inicio.
Na minha opinião, antes do inicio do jogo, foi que se tratou de uma má jogada por parte de Vitor Pereira, visto que o uruguaio não tem a mesma capacidade de criar desequilíbrios nem a mesma velocidade de Varela, isto para além da superior capacidade física do português.
Creio que uma equipa que terá de jogar maioritariamente em contra-ataque (e já se sabe que o Barcelona joga com uma linha muito avançada) deveria apostar num extremo mais veloz.
Álvaro Pereira não joga devido a estar com a cabeça em Londres, onde se diz que pode ser anunciado como contratação do Chelsea a qualquer momento.

Já os catalães, sem poder contar com Puyol e Piqué lesionados, não surpreendem muito, embora me cause em alguma confusão em altura de crise deixar reforços caríssimos como Alexis Sanchez e Fabregas no banco de suplentes, ainda que quem esteja em campo seja tão bom ou melhor que eles. Outra “meia-novidade” foi a inclusão de Keita no «onze» em detrimento de Busquets, e aí assumo que não estou muito de acordo com Guardiola, pois penso que embora por vezes sem brilhantismo, o espanhol tem uma excelente capacidade de recuperação de bola e de sobretudo iniciar o jogo ofensivo do Barcelona, para além de ser mais alto que o maliano, e tendo em conta que a defesa “blaugrana” é algo baixa, é preciso alguém para marcar directamente Kléber, que não sendo um gigante, tem quase 1,90m.

O FC Porto começou bem no jogo, criando as principais oportunidades de golo da primeira parte, rematando mais, fazendo mais remates perigosos, sobretudo nos primeiros 15 minutos, porque a partir daí o Barcelona foi lentamente assentando o seu jogo, e já se sabe como os catalães são, acabando o primeiro tempo com cerca de 70% de posse de bola.
Os portistas no entanto conseguiram manter sempre a concentração, pressionar alto, e evitar sempre que os catalães fossem conclusivos no último terço do terreno, muito por culpa da linha mais defensiva do FC Porto que esteve sempre muito atenta, evitando que Messi e companhia pudessem fazer estragos.
No entanto, aos 38 minutos, face à pressão alta do Barcelona, Guarín pressionado no seu meio-campo não encontra outra alternativa senão passar repentinamente a bola para a linha mais recuada da sua equipa, só que o problema é que a bola foi ter redondinha aos pés de Lionel Messi, que isolado frente a Helton, já se sabe como o astro argentino é, iludiu o guarda-redes brasileiro e atirou a bola para o fundo das redes.

Os comandados de Vitor Pereira viam-se agora com um dilema chegando ao intervalo, porque por um lado teriam de arriscar mais para tentar conquistar a Supertaça Europeia, mas por outro se sobem demasiado no terreno não serão precisas muitas oportunidades para o Barcelona ampliar a vantagem, até por números algo elevados.
A equipa esteve sempre muito concentrada e pouco inventou nos primeiros 45 minutos, no entanto, Rodriguez pouco estava a acrescentar e pedia-se mais poder de fogo, algo que Kléber certamente também não sabe dar, visto que não é um jogador rápido, e num jogo como este exige-se rapidez a pensar e a agir, e talvez não seja por acaso que nos jogos fora de casa, muitas vezes o brasileiro ficava no banco da sua ex-equipa, o Marítimo.

Na segunda parte, o FC Porto entrou ainda mais pressionante, como tinha feito no inicio da primeira, procurou a igualdade e até fez por isso, sendo que nesta fase Cristián Rodriguez mostrou grande garra e empenho para tentar causar danos na defesa catalã, Kléber estava a ser inconsequente, Hulk esforçado, Moutinho estava a ter mais bola e Guarín tentava a todo o custo redimir-se do erro que estava a causar a desvantagem à equipa, que tinha sido até o único erro que ele e a sua equipa praticamente tinham cometido no jogo.
Os portistas estiveram muito bem colectivamente, sempre muito bons a defender, e dentro dos possíveis a tentar aproximar-se da baliza do Barcelona, no entanto, não conseguiram marcar.

Os “blaugrana”, sem serem deslumbrantes ofensivamente, mas com a calma do costume, iam controlando o jogo, mantendo a elevadíssima posse de bola, e quando chegavam à área azul-e-branca, criavam sempre perigo.

O jogo foi caminhando para o fim, entrou Varela, Fernando e Belluschi e saíram os já desgastados Rodriguez, Souza e Kléber, no entanto, as alterações não conseguiram virar o resultado, numa fase em que Guarín até jogava como homem mais avançado no FC Porto, o que até é bastante compreensível, dado que era difícil os dragões aproximarem-se demasiado da baliza dos catalães, com o colombiano a jogar mais à frente e com a facilidade de remate que lhe é característica, passavam pelos seus tiros a principal solução do campeão português para tentar chegar à igualdade. No entanto, a força do Barcelona e o desgaste que é estar 70% do jogo a correr atrás da bola não permitiu que essas soluções pudessem ser postas em prática, e numa altura em que Rolando já tinha sido expulso (duplo amarelo, curiosamente em duas tentativas de travar Messi), o astro argentino com um toque de classe isola o recém-entrado Fabregas, que não vacilou perante Helton, colocando um ponto final ao jogo com o 2-0.


Analisando as duas equipas, creio que o FC Porto ressentiu-se da falta que lhe faz Falcao, ou pelo menos, um ponta-de-lança com características semelhantes. Kléber é lento, tanto em termos de corrida, como a pensar e a executar, e perdeu algumas bolas nos últimos 30 metros que com o colombiano poderia ter um desfecho diferente. Ainda por cima, não conseguiu ser uma arma nas bolas paradas dos portistas. Hulk não podia jogar fixo na frente porque a sua força e velocidade eram precisas para levar a bola para o último terço do terreno, e parece que Djalma e Walter não estão à altura de estar no «onze» portista, ainda que não creio que pudessem acrescentar muito mais que o ex-Maritimo. O FC Porto precisa urgentemente de ir ao mercado contratar um ponta-de-lança com características semelhantes a Falcao, ou então, que possa acrescentar mais a um jogo desta categoria do que um Kléber por exemplo.
No meio-campo, Moutinho e Souza estiveram muito bem, e atenção que a sua tarefa era dificílima, foi grande parte do jogo a ter de correr atrás da bola como se de um “meiinho” se tratasse. Guarín também esteve muito bem, embora a sua exibição ficasse um pouco manchada pelo erro do primeiro golo e pela expulsão.
A defesa esteve quase perfeita, sempre muito concentrada, embora Fucile se distraísse algumas vezes na hora de fazer a defesa em linha, esteve bem em travar as iniciativas do Barcelona pelas alas.
Helton fez uma grande exibição, e quem sabe, pode ter mostrado nesta montra que tem qualidade para ser chamado à canarinha.
Terminado o jogo, percebo a abordagem que Vitor Pereira fez ao jogo. Colocou Kléber porque o Barcelona tem jogadores baixos, e já se sabe que é em bolas paradas que com mais facilidade se pode fazer chegar perigo à baliza de Valdés. Kléber tem uma elevada estatura, não devo andar muito enganado se disser que não havia nenhum jogador dos catalães que fosse mais alto que ele, no entanto, revelou pouca agressividade e velocidade de execução, e por isso foi inconsequente.
A aposta em Rodriguez justifica-se acima de tudo por dar que fazer a Daniel Alves, desgastando o lateral do Barcelona, para mais tarde no jogo colocar Varela, que mais fresco e com maior poderio físico, teria mais condições para passar pelo brasileiro.
As opções pelo trio do meio-campo e pelo quarteto defensivo pareceram-me óbvias, e em relação à táctica usada, foi como o próprio Vitor Pereira disse, só podia ser o 4-3-3, porque era esse um FC Porto igual a si próprio.

Em relação ao Barcelona, pergunto-me se em vez de gastarem dezenas de milhões com dois jogadores que apesar das qualidades indiscutíveis são suplentes e só em virtude de gestão de esforço da equipa poderão ter oportunidades para jogar como titulares (Fabregas e Sanchez), e além disso, podem estar a tapar o lugar a jovens vindo da “cantera”, porque não contrataram um central que pudesse ser uma alternativa a Puyol e Piqué? Esta dupla Mascherano/Abidal não me convenceu mesmo nada!
De resto, foi um Barça igual a si próprio, pouco há a dizer, pouco se pode apontar a uma equipa que tem 70% de posse de bola, uma eficácia tão elevada e que ganha tantos troféus como esta.

Bem, resta dar os parabéns aos catalães, que continuam a somar títulos!



quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Liga Europa | Sporting 2-1 Nordsjaelland



O Sporting venceu hoje os dinamarqueses do Nordsjaelland por 2-1, carimbando assim o passaporte para a Fase de Grupos da Liga Europa.

O Sporting apresentou-se de inicio com algumas surpresas: Rui Patrício; João Pereira, Daniel Carriço, Polga e Evaldo; André Santos e Schaars (Rinaudo); Yannick Djaló (Bojinov), Izmailov (Carrillo) e Capel; Postiga.

Causou-me alguma estranheza André Santos jogar em vez de Rinaudo, e depois de até estar entusiasmado com as noticias que saiam nos jornais que indicavam que Postiga iria jogar a “10” e haveria um ponta-de-lança a jogar à sua frente, que eu gostaria que fosse Rubio por motivos que já enunciei anteriormente, mas que compreenderia que fosse Wolfswinkel porque podia-se esperar um jogo mais directo já que previa-se que o Sporting encostasse os dinamarqueses à sua linha defensiva.
No entanto, nem Rinaudo nem Wolfswinkel ou Rubio, e a verdade é que o Sporting ressentiu-se da falta do argentino mostrando alguma intranquilidade nos minutos iniciais e perdendo algumas bolas a meio-campo, revelando também alguma falta de garra e agressividade que André Santos não consegue dar.
Postiga, curiosamente, que jogou como único ponta-de-lança, teve em destaque na primeira parte pelos passes que fez, e pela tentativa de organizar o ataque leonino, uma tarefa que cabe a um “10”.

Embora por vezes apresentando alguma instabilidade, o Sporting dominou toda a primeira parte, encostando o Nordsjaelland à sua linha defensiva, e tirando algumas iniciativas dos nórdicos por volta da meia hora de jogo, bem que o meio-campo defensivo dos leões podia ser alugado.
Foram criadas muitas oportunidades, no entanto, golos nem vê-los, um espelho do que se tem visto neste inicio de época da equipa leonina.

Na segunda parte, só deu Sporting, os níveis de intensidade foram aumentando, conseguiu-se encostar os dinamarqueses mais atrás, e só por muito azar é que o golo foi sendo adiado, criando alguma frustração mas ao mesmo tempo entusiasmo entre os adeptos leoninos.

Domingos, decide, então, tirar Schaars (penso que por lesão) e colocar Rinaudo, e depois tirar Yannick Djaló e colocar Bojinov, curiosamente, tirou dois homens que têm vindo a ser criticados pelos adeptos neste inicio de temporada, e colocou um que tem sido dos mais elogiados, e outro que ainda não se tinha estreado, mas que estava a gerar grande entusiasmo em seu redor, e diga-se de passagem que o ex-treinador do Sporting de Braga acertou em cheio, porque a intensidade de jogo aumentou, as oportunidades foram sendo cada vez mais perigosas e só o guarda-redes do Nordsjaelland ía adiando o que parecia inevitável, o golo dos portugueses.

E esse golo veio a surgir aos 76’, após um cruzamento de Capel na direita, Bojinov recolhe a bola na grande área, tem bastante calma e ao mesmo tempo protege muito bem a bola, encontra André Santos desmarcado e passa-lhe a bola, o médio português não vacilou e colocou, finalmente, o Sporting em vantagem.

Este golo veio dar tranquilidade, e minutos depois, num canto de Capel, Evaldo (um pouco sem saber como), marca um golo com a coxa e resolveu a eliminatória.

A partir daí, só o cansaço acumulado por impor um ritmo tão alto no jogo impediu que os jogadores do Sporting se mantivessem tão concentrados e apresentando o discernimento necessário para fazer o 3-0.

Entretanto, foi mesmo o Nordsjaelland quem marcou, por Laudrup, já no tempo de compensação, no lance muito confuso na grande área do Sporting, no entanto, já nada havia a fazer e os leões estavam qualificados para a fase de grupos.


Em relação à análise da equipa do Sporting, creio que defensivamente esteve bem, embora algumas vezes se tivesse sentido a falta de Rinaudo na primeira parte, creio que Carriço não ficou atrás do que Rodriguez tem feito, Evaldo fez provavelmente o seu melhor jogo esta temporada, Polga e João Pereira estiveram como de costume.
No meio-campo para a frente, ficou provado que neste momento Schaars acrescenta muito pouco à equipa, e se antes poderiam falar das bolas paradas pelas quais o holandês é responsável, a verdade é que foi preciso ele sair e Capel ir marcar os cantos para o Sporting finalmente marcar um golo de bola parada esta temporada, portanto, está aqui um indicador de que um holandês neste momento não pode ser titular no Sporting.
Para o seu lugar, em relação a quem começou o jogo, certamente Rinaudo para jogar a “6” e depois entre o argentino e o “10” pode jogar André Santos (embora este tenha muita tendência em jogar demasiado próximo do “6”) ou então Izmailov, que sinceramente, penso que poderia dar maior dinâmica à equipa jogando a “8” e deixando a posição “10” para Hélder Postiga, que na minha opinião, tem todas as características necessárias para o fazer, pois em termos de eficácia pode não ser um avançado de topo, mas é extremamente lutador, é talentoso tecnicamente, gosta de vir buscar jogo mais atrás, serve bem os colegas, e penso que o Sporting ganharia mais se o colocasse a jogar atrás do ponta-de-lança, um pouco à imagem do que acontece com Saviola (comparações à parte) no Benfica.
Nas alas a dupla ideal seria Jeffren e Capel, espero que o ex-Barcelona esteja em condições de jogar contra o Marítimo, porque infelizmente, Yannick Djaló não tem condições para jogar a titular no Sporting. Já no ataque, com Postiga a jogar mais atrás do ponta-de-lança, e depois de ter visto este jogo, Bojinov deixou boas indicações para ser o “9”, ou pelo menos para fazer dupla com Postiga, visto que têm complementam-se bem, e penso que até seria interessante durante os jogos fazerem trocas posicionais, alternando quem joga mais atrás e como quem joga como homem mais avançado. No entanto, não sei se o búlgaro já está em condições para jogar os 90 minutos, e duvido mesmo que Domingos opte por ele como titular para domingo.
Uma palavra muito especial para Capel, mais uma vez o melhor em campo do Sporting, e embora muitas vezes ficasse demasiado tempo com a bola acabando por ser desarmado (com Izmailov passou-se o mesmo), fez o que melhor sabe segundo o seu ex-treinador: Desviar autocarros. Esteve nos dois golos e mostrou ter argumentos para levar o Sporting a grandes vitórias! É de desequilibradores assim que os leões precisam e estou ansioso para o ver numa ala e Jeffren na outra.

Quanto aos dinamarqueses, não tenho muito a dizer, tendo em conta os argumentos que dispunham tanto em termos individuais como colectivos, fizeram o jogo possível frente a um adversário superior e devo destacar o seu guarda-redes, Jesper Hansen, que embora não me pareça ter uma grande escola e apresentar alguns erros básicos daquilo que deve ser um guarda-redes completo (nomeadamente a forma como aborda certos remates apenas com uma mão ou como defende as bolas para a frente e ter dificuldades em agarrar o esférico), tem grandes reflexos e foi importantíssimo para o Nordsjaelland, já que esteve apenas a 15 minutos de levar o jogo para o prolongamento, defendendo tudo o que lhe aparecia pela frente.

O Sporting ficará então à espera do sorteio de amanhã da Fase de Grupos.
No que toca as minhas análises, devem voltar em princípio amanhã para o FC Porto – Barcelona, a contar para a Supertaça Europeia.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Liga dos Campeões | Benfica 3-1 Twente



O Benfica recebeu hoje, e venceu, o Twente por 3-1, carimbando o passa porte para a Fase de Grupos da Liga dos Campeões.

Os encarnados apresentaram-se com o seguinte onze: Artur; Maxi Pereira, Luisão, Garay e Emerson; Javi García e Witsel; Gaitán, Aimar e Nolito; Cardozo.

O Benfica entrou bem no jogo, criando diversas oportunidades, sobretudo nos primeiros 15 minutos em que houve cerca de cinco remates, que com mais ou menos perigo, levavam a direcção da baliza de Mihaylov.

De resto as águias foram bastante perigosas na primeira parte, aproveitando o espaço que os holandeses davam, já que os comandados de Co Andriaanse jogavam com as linhas muito avançadas no terreno, e por isso foram várias as situações em que o Benfica teve contra-ataques em que praticamente os seus atacantes estavam em igualdade numérica com os defensores do Twente.

A equipa encarnada jogou mesmo muito bem no primeiro tempo, apresentando uma coesão defensiva que poucas hipóteses davam ao vice-campeão da Holanda, muito por culpa de Jorge Jesus ter colocado Witsel em campo em vez de Saviola, o que fez com que Javi Garcia pudesse estar mais perto dos centrais, e mesmo quando o espanhol avançava no terreno, o belga apresentava-se mais recuado para fazer as dobras.
No ataque, só faltavam mesmo os golos, e diga-se de passagem que o Benfica teve oportunidades mais que suficientes para ir para o intervalo com o apuramento para a fase de grupos da Liga dos Campeões praticamente garantido.

Já os primeiros 45 minutos do Twente não foram do meu agrado, facilitando muito na defesa, correndo sérios riscos, e ao mesmo tempo não justificavam esses riscos com oportunidades de golo criadas pelo ataque, tanto que o único remate que fez no primeiro tempo, e diga-se de passagem que levou algum perigo, foi de fora da área por intermédio de Bryan Ruiz, à passagem dos 34’. Posso mesmo dizer que não tenho dúvidas de que o costa-riquenho é mesmo o melhor jogador desta equipa.
De resto, a equipa holandesa parece não ter muita qualidade, falhando muitos passes e sendo inconsequente no ataque.

Na segunda parte, o Benfica praticamente entrou a ganhar. Na sequência de um livre a meio do meio-campo do Twente, Luisão amortece a bola de cabeça para um remate acrobático de Witsel, colocando o resultado em 1-0.

Aí, gerou-se um clima de tranquilidade e confiança entre os encarnados, e aos 58’ apareceu o 2-0, através de Luisão, a responder de cabeça ao primeiro poste a um canto de Aimar.
Cerca de sete minutos depois, após um excelente passe de Cardozo, Witsel aparece isolado e com toda a calma faz o 3-0, se dúvidas havia, o apuramento para a Liga dos Campeões ficou aqui carimbado.

A partir daí, o Benfica foi diminuindo a intensidade de jogo, e por isso os homens vindos do país das tulipas estiveram mais próximo da área encarnada, acabando mesmo por marcar, numa jogada que envolveu os dois melhores elementos de campo do Twente, Ola John a fazer um cruzamento milimétrico para a cabeça de Bryan Ruiz, estavam decorridos 84 minutos, tempo insuficiente para tentar dar a volta aos acontecimentos.

Fazendo uma análise de como o Benfica se apresentou, confesso que era esta a constituição de equipa que eu esperava, ainda que não me admirasse se visse Saviola no lugar de Cardozo, de forma a garantir mais posse de bola, mais mobilidade e contra-atacar com mais rapidez e consequente maior eficácia.
No entanto, percebe-se a intenção de Jorge Jesus e isso viu-se no jogo, pois a equipa jogou como se o resultado estivesse 0-0 e não 2-2, e depois, pela frente não estava nenhum colosso europeu como o Arsenal (cito esta equipa porque o Benfica apresentou a formação que eu pensava que iria apresentar neste jogo com os ingleses para a Eusébio Cup), as águias podiam muito bem dominar o jogo, ser mais forte e não precisar da mobilidade de Saviola, e foi isso que se assistiu.
Em relação aos sectores, devo dizer que a defesa esteve muito bem, penso que está encontrado o quarteto defensivo, e que Garay e Emerson são duas boas aquisições, exemplo de jogadores que não precisaram de período de adaptação, basicamente chegaram, viram e venceram. Emerson pode não fazer esquecer Coentrão, mas é um jogador que raramente falha nas suas tarefas.
O meio-campo esteve sempre muito dinâmico, sobretudo até aos 3-0, com Witsel a ser mais um exemplo de jogador que chegou, viu e venceu. Basicamente quem é bom é sempre bom, a linguagem do futebol é universal, e ficou aqui provado.
No entanto, e incluindo aqui também o ataque, o Benfica acusou demasiado a sede de querer marcar golos, em termos colectivos até ao 1-0, mas em termos individuais, destaco Nolito e Cardozo, que foram dos mais desesperados para colocar a bola dentro da baliza. O primeiro talvez por querer bater o recorde de Eusébio, o segundo por querer reconciliar-se com os adeptos.
Posso mesmo dizer que pecou por escassa esta vitória do Benfica.

Em relação ao Twente, sinceramente não compreendo. Milhões de jovens davam tudo para estar ali a lutar por uma vaga na Liga dos Campeões, e por muito bem que tivesse jogado a formação portuguesa, o vice-campeão da Holanda apresentou sempre grande passividade, uma grande falta de querer e motivação, e até mesmo de alguma incoerência na abordagem do jogo. Como é possível a linha defensiva estar tão subida quando o ataque estava inconsequente, e apesar do perigo que o Benfica ía causando na primeira parte, continuar subida e os jogadores parecerem despreocupados com isso?
Como é possível o líder isolado do campeonato da Holanda (país que ainda esta semana subiu ao 1º lugar no Ranking da FIFA) apresentar tão poucos argumentos? Como é possível falhar tantos passes, revelar tão pouca ambição e ficar dependente dos lances individuais do seu melhor jogador (leia-se Bryan Ruiz), e depois também de Ola John?
Nunca mostraram muita vontade em dar a volta aos acontecimentos, nem sequer qualidade para isso, e podem-se dar por felizes por não sair da Luz com uma derrota histórica, e devem alguma dessa felicidade ao extraordinário guarda-redes que têm.

Dados estes acontecimentos, o Benfica está qualificado para a Fase de Grupos da Liga dos Campeões, e terá de esperar pelo sorteio de 6ª feira para saber quais as três equipas que lhe saem na rifa.

Amanhã, em princípio, as análises futebolísticas deverão estar de regresso para fazer o rescaldo do Sporting – Nordsjaelland.
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