Hoje faria anos o craque do FC Porto que morreu em campo. Quem viu jogar Pavão?
Pavão atuou 229 vezes pelo FC Porto entre 1965 e 1973
Quis o destino que tivesse sido no
minuto 13 da jornada 13, num dia de jogo nas Antas, um dos momentos de maior
azar da história do FC
Porto: um dos seus principais craques caiu fulminado no relvado, naquela
que viria a ser a primeira morte súbita nos estádios portugueses. A notícia foi
anunciada depois de um triunfo, sobre o Vitória
de Setúbal (2-0), que ficou por comemorar.
Maestro do meio-campo azul e
branco ao longo de oito anos (1965 a 1973), começou a jogar à bola nas ruas de
Chaves, cidade onde nasceu a 12 de agosto de 1946, e percorreu as camadas
jovens do Desportivo
de Chaves, mas chegou aos dragões
ainda júnior, em 1964, após ter sido descoberto pelo ilustre portista António
Feliciano e perante a insistência do então coordenador de formação Artur Baeta.
José
Maria Pedroto poliu-o entre 1966 e 1969, catapultando-o para a seleção
nacional A, e quis o destino que fosse ele o técnico dos sadinos
naquele fatídico encontro de 16 de dezembro de 1973.
Fernando Pascoal Neves era o seu
nome verdadeiro, mas a forma como ultrapassava adversários em cadeia, sempre de
braços abertos, valeu-lhe a graciosa alcunha de “Pavão”. Era raçudo, à boa
maneira transmontana, mas também cerebral e dotado de uma qualidade técnica
superior. Passou nove épocas de dragão ao
peito, numa fase difícil para o clube, durante o jejum de 19 anos sem ser
campeão, pelo que só ergueu uma Taça
de Portugal (1967-68), mas nem por isso deixa de ser um nome carregado de
mística. Estreou-se a 26 de setembro de 1965, quando tinha apenas 19 anos,
tendo sido lançado pelo brasileiro Flávio Costa num triunfo sobre o Benfica
de Eusébio
nas Antas (2-0), naquele que foi somente o primeiro de 229 encontros de azul e
branco – faturou por 25 vezes durante esse percurso. E poderiam ter sido muitos
mais, pois caiu subitamente quando tinha apenas 27 anos, numa altura em que era
orientado pelo treinador que defrontou na estreia, Béla
Guttmann.
Chegou a ser dono da braçadeira
de capitão durante duas temporadas, mas abdicou dela quando deixou de se sentir
digno de a envergar, após ter sido punido com seis jogos de castigo por
protestos contra Américo Barradas, árbitro de uma partida diante do Leixões. Paralelamente, somou seis
internacionalizações pela seleção
nacional A entre 1968 e 1973, metade precisamente no ano da sua morte.
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