Há jogadores brasileiros oriundos
dos estaduais que chegam a Portugal e afirmam-se ao mais alto nível. Outros vêm
diretamente do Brasileirão e com internacionalizações no currículo, mas não
conseguem confirmar a reputação na Europa. Gil Baiano, lateral direito com sete
jogos pela canarinha
que passou pelo Sporting
em 1996-97, foi um desses casos.
Nascido em Tucano, no estado da Bahia,
a 3 de novembro de 1966, mudou-se para Campinas ainda tenra idade e começou a
jogar futebol nas camadas jovens do Guarani,
chegando a estrear-se pela equipa principal em 1987 antes de se mudar para o
Bragantino no ano seguinte, no âmbito da transferência Vitor Hugo para o bugre. Em Bragança Paulista fez parte de
uma histórica equipa que venceu a Série B (segundo escalão em 1989 e o
campeonato paulista em 1990 foi vice-campeã do Brasil em 1991. Foi precisamente
nesse período que viveu a melhor fase da carreira, tendo sido eleito para o
onze do ano da revista Placar (Bola de Prata) em 1990 e 1991 e somado as
sete internacionalizações pela seleção
A que tem no currículo, todas em jogos de caráter particular.
No entanto, a partir de 1993 entrou
numa roda-viva, tendo passado por Internacional,
Palmeiras,
Vitória
da Bahia e Paraná no espaço de cerca de dois anos. A melhor fase que viveu ao
longo de todo esse período foi ao serviço do verdão,
tendo vencido campeonato brasileiro em 1993 e campeonato paulista em 1994. No verão de 1996 entrou no
futebol português pela porta do Sporting,
que procurava um lateral direito para suceder a Nélson,
que se tinha transferido para o Aston
Villa. Gil Baiano chegou a Alvalade
à beira de comemorar o 30.º aniversário e, embora tivesse começado a época como
titular, não confirmou a fama de lateral moderno e bom rematador, acabando por
ser relegado pelo treinador Octávio
Machado em prol do mais jovem Luís Miguel, que até tinha sido contratado
como médio. Após apenas 22 jogos de leão ao
peito, regressou ao Brasil no verão de 1997 para voltar a representar Paraná e
Bragantino, tendo também passado por modestos clubes como Ituano,
Comercial e Ceilândia. Em 1998 esteve suspenso durante seis meses devido a um
resultado positivo num controlo antidoping e entre 2002 e 2006 fez uma pausa numa
carreira que viria a encerrar somente em 2007, aos 40 anos.
Entretanto tornou-se treinador,
tendo trabalhado sobretudo como adjunto em modestos clubes brasileiros.
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