Hoje faz anos o antigo guardião do Benfica que ocupou cargos de topo no Record e n’A Bola. Quem se lembra de Delgado?
Delgado brilhou no Portimonense antes de chegar ao Benfica
Hoje é mais conhecido como
jornalista, mas foi, durante meia dúzia de anos, uma espécie de eterno suplente
de Manuel Bento no Benfica,
já depois de boas épocas nas balizas de Belenenses
e Portimonense
e de uma chamada à seleção
nacional A que não se traduziu em internacionalizações.
José Manuel Delgado nasceu em
Lisboa, a 30 de outubro de 1957, mas foi nas camadas jovens do Sp.
Braga que se iniciou como futebolista. Quando entrou na Faculdade de
Direito da Universidade de Lisboa, em 1974, voltou à capital para concluir a
formação no Sporting,
clube que o catapultou para a seleção nacional de sub-18. Na transição para sénior, porém,
teve de procurar a sorte noutras paragens. Encontrou-a no Montijo,
emblema pelo qual fez a estreia na I
Divisão a 2 de janeiro de 1977, numa vitória caseira sobre o Belenenses
(1-0). Fez mais nove jogos nessa época, tendo sofrido onze golos, não
conseguindo impedir a despromoção à II Divisão. Após o fecho do campeonato,
representou a seleção
nacional de sub-21 no Torneio de Toulon, em França. Seguiram-se quatro anos no Belenenses.
O primeiro foi passado na sombra de Rui Paulino e parte do segundo também, mas
depois estabeleceu-se como titular e um dos bons guarda-redes do patamar
maior do futebol português, ajudando os azuis
do Restelo a alcançar um 5.º lugar no campeonato em 1979-80 e a atingir as
meias-finais da Taça
de Portugal na época seguinte. Paralelamente somou mais duas
internacionalizações pelos sub-21
em outubro de 1979 e uma pela seleção B em abril de 1981.
Depois mudou-se para o Portimonense.
A única temporada que passou no Algarve
foi, talvez, a mais impactante da carreira. Com apenas 15 golos sofridos em 22
jogos, ajudou os alvinegros
a conseguir um brilhante 6.º lugar na I
Divisão. As suas boas atuações valeram-lhe uma chamada à seleção
nacional A, mas não saiu do banco numa derrota ante o Brasil
em São Luís do Maranhão (1-3) a 5 de maio de 1982. No verão de 1982 deu o salto para
o Benfica,
mas na Luz
enfrentou a concorrência de um monstro, curiosamente o titular na baliza
portuguesa nesse particular diante da canarinha:
Manuel Bento. Em seis anos de ligação aos encarnados,
teve de se contentar com apenas oito jogos oficiais. Ainda assim, pode gabar-se
de ter vencido dois campeonatos (1982-83 e 1983-84) e outras tantas Taças
de Portugal (1982-83 e 1984-85) e de ter estado nas fichas do jogo das duas
mãos da final da Taça UEFA em 1982-83. Numa altura em que Silvino
já havia destronado Bento, Delgado foi emprestado ao Farense
em 1986-87. Até começou a época como titular, mas foi relegado para segundo
plano após a 10.ª jornada.
Em 1988-89 despediu-se dos
relvados na baliza do Sp.
Espinho, numa temporada em que foi maioritariamente suplente de outro
Silvino, Morais, e na qual os tigres
da Costa Verde não conseguiram impedir a despromoção à II Divisão.
Após pendurar as luvas dedicou-se
ao jornalismo, tendo desempenhado funções de chefia em vários órgãos de
comunicação social. Foi editor na revista Sábadoe no jornal A Capital,
diretor do Record e diretor-adjunto de A Bola.
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