José Maria Freitas Pereira veio
ao mundo a 29 de outubro de 1941, filho de Maria Amélia de Freitas e Armando
Pereira, relojoeiro na cidade-berço de quem herdou a alcunha de Pedras.
Rapidamente se destacou em relação aos demais nos jogos de rua, o que tornou inevitável
o ingresso dele e do irmão mais velho no principal
clube da cidade. Em abril de 1960 tornou-se no
primeiro jogador do Vitória
de Guimarães a jogar por uma seleção nacional, no caso a de sub-18, tendo
participado no Campeonato da Europa da categoria ao lado de, entre outros,
António Simões. Em 1960-61 estreou-se na equipa
principal dos vimaranenses,
lançado por Artur Quaresma, e rapidamente se destacou, com nove golos em 18
jogos na época de estreia, marcada pela obtenção de um honroso quarto lugar na I
Divisão; e 20 remates certeiros em 33 encontros na temporada seguinte, na
qual a equipa atingiu as meias-finais da Taça
de Portugal. Apelidado de “Eusébio
Branco” por Alfredo Farinha, jornalista de A Bola, foi contratado pelo bicampeão
europeu Benfica
no verão de 1962, seguindo de Guimarães para a Luz
ao mesmo tempo do defesa Augusto Silva. O Sporting
também se mostrou interessado, mas perdeu a corrida. Os quatro anos que Pedras passou
de águia ao peito ficaram marcados, porém, pela escassa utilização, muito por
culpa de atuar na mesma posição de Eusébio.
Nesse período, foi utilizado somente em 31 encontros, tendo apontado 19 golos. Ainda
assim, venceu três campeonatos nacionais (1962-63, 1963-64 e 1964-65) e uma Taça
de Portugal (1963-64). No verão de 1966 transferiu-se
para o Vitória
de Setúbal, no âmbito do negócio que levou Jaime Graça do Bonfim
para a Luz,
conseguindo mostrar a sua melhor versão à beira-Sado. Em 1966-67 fez parte da
equipa venceu a Taça
de Portugal e na época seguinte ajudou novamente os sadinos
a atingir a final da prova rainha, tendo marcado o golo de honra na final
perdida para o FC
Porto no Jamor (1-2) – no campeonato, os setubalenses
concluíram ambas as temporadas na quinta posição.
Os bons desempenhos ao serviço
dos vitorianos,
traduzidos estatisticamente em 28 golos em 64 jogos em duas épocas, permitiram-lhe
alcançar uma internacional B (em junho de 1967) e três partidas pela seleção
nacional A (entre novembro de 1967 e junho de 1968). No verão de 1968 deu o salto para
o Sporting.
Na primeira época foi titular indiscutível, mas no início da temporada 1969-70
sofreu uma lesão grave e perdeu o lugar em função da entrada de Dinis para a
posição de extremo esquerdo e recuo de Fernando
Peres para o meio-campo. Em 1971 concluiu três anos de leão ao peito nos
quais averbou 61 jogos, 20 golos, um campeonato nacional (1969-70) e uma Taça
de Portugal (1970-71).
Na reta final da carreira, já
trintão, representou o Atlético
entre 1971 e 1973, despedindo-se da carreira de futebolista com a despromoção à
II Divisão. Viria a morrer a 12 de julho de
2017, aos 75 anos.
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