terça-feira, 22 de abril de 2025

O checo que ajudou a levar Jardel para Alvalade e foi multado por uma saudação nazi. Quem se lembra de Horváth?

Horváth disputou 29 jogos pelo Sporting entre 2000 e 2001
Médio checo capaz de desempenhar várias funções no meio-campo, que tanto podia ser trinco como atuar nas costas do ponta de lança ou mais descaído para uma das alas (sobretudo a esquerda), nasceu em Praga em 22 de abril de 1975, ainda no tempo da Checoslováquia, e fez quase toda a formação no Sparta local.
 
No entanto, quando transitou para sénior (1993) teve poucas oportunidades na equipa principal, o que o fez procurar a sorte noutras paragens, nomeadamente no mais modesto FK Jablonec (1994 a 1996).
 
Após dois anos bem-sucedidos voltou à capital, mas para vestir a camisola do Slávia Praga, emblema pelo qual brilhou entre 1996 e 2000, tendo apontado 27 golos no campeonato checo e vencido duas taças nacionais (1996-97 e 1998-99) ao longo desse período. Paralelamente, passou a fazer parte das convocatórias para a seleção principal da República Checa – depois de dez internacionalizações pelos sub-21 entre 1995 e 1997 –, tendo feito a estreia a 9 de fevereiro de 1999, numa vitória sobre a Bélgica num jogo particular (1-0).
 
 
Após ter estado no Euro 2000, mas sem jogar, à sombra de conceituados médios ofensivos como Patrik Berger, Pavel Nedved e Vladimír Smicer, assinou pelo Sporting, que na altura investia fortemente para atacar a revalidação do título nacional e a participação na Liga dos Campeões. A transferência rendeu cerca de 160 mil contos (cerca de 800 mil euros) aos cofres do Slávia.
 
Não se pode dizer que Pavel Horváth tenha vingado em Alvalade, mas também é exagerado considera-lo um flop. Atuou em 26 jogos ao longo da temporada 2000-01, metade como titular e outra metade como suplente utilizado, tendo apontado um (fantástico) golo ao Alverca e contribuído para a conquista da Supertaça Cândido de Oliveira. Nessa época teve três treinadores: Augusto Inácio, Fernando Mendes e Manuel Fernandes.
 
 
No início da temporada 2001-02, com Laszlo Bölöni ao leme, até foi titular nas primeiras três jornadas do campeonato que os leões viriam a conquistar, mas valores mais altos se levantaram quando o Sporting teve a oportunidade de contratar Mário Jardel ao Galatasaray, tendo utilizado o checo, Mbo Mpenza e Robert Spehar como moeda de troca na transação.
 
“Fiquei triste. Saí para representar a seleção checa e certa noite, estava eu no hotel, ligou-me o Carlos Freitas [diretor desportivo]. Disse-me que havia a possibilidade de ir para a Turquia. Não reagi bem, porque gostava de Lisboa e do Sporting. Estava a construir uma nova vida. Falei com o meu agente, disse-lhe que não queria sair e ele foi muito claro na resposta. ‘Queres ficar no Sporting e ser suplente ou sair para seres uma estrela no Galatasaray e a ganhar mais dinheiro?’. Foi difícil escolher, mas dei o meu ok. Duas semanas depois já estava arrependido”, contou ao Maisfutebol em junho de 2024.
 
O negócio teve um desfecho feliz para o Sporting e para Jardel, mas não para Horvath e para o Galatasaray, uma vez que o médio foi pouco utilizado na Turquia e acabou por voltar ao seu país no decorrer da mesma época para vestir a camisola do Teplice, clube pelo qual venceu a Taça da República Checa em 2002-03.
 
 
Afastado das escolhas para a seleção checa desde abril de 2002, teve uma carreira longa até 2015, tendo pendurado as botas aos 40 anos. Depois de uma aventura de dois anos nos japoneses do Vissel Kobe entre 2004 e 2006, regressou uma vez mais ao seu país para se estabelecer novamente como um dos principais jogadores do campeonato.
 
Venceu um campeonato (2006-07) e duas taças (2006-07 e 2007-08) no regresso ao Sparta Praga (2006 a 2008), mas também protagonizou um momento negativo em agosto de 2007, quando foi apanhado a fazer uma aparente saudação nazi durante um jogo contra o Viktoria Zizkov. O jogador pediu desculpa e disse que o seu gesto foi mal interpretado, justificando que estava a pedir calma aos adeptos e afirmando-se como um antirracista, mas não escapou a uma multa de 200 mil coroas checas (cerca de 7250 euros).
 
Já entre 2008 e 2015 conquistou três campeonatos (2010-11, 2012-13 e 2014-15), uma taça (2009-10) e uma supertaça (2011) ao serviço do Viktoria Plzen, clube no qual se tornou capitão de equipa. Em 2010 foi nomeado Personalidade do Ano na Liga Checa.
 
 
Após pendurar as botas tornou-se treinador, mas tem trabalhado sobretudo como adjunto, técnico nas camadas jovens e treinador principal de clubes modestos.



 



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