Benfiquista Magnusson tenta passar pelos defesas alvinegros |
O saldo dos jogos entre Benfica
e Portimonense
são amplamente favoráveis aos lisboetas,
com 36 vitórias contra apenas duas dos algarvios
(e nove empates) em todas as competições. Se nos cingirmos apenas a jogos do
campeonato, os alvinegros
venceram dois, empataram seis e saíram derrotados em 29, num histórico em que a
percentagem de vitórias das águias
é de quase 80%.
A primeira vez em que os dois
emblemas se defrontaram remonta a 1965-66, quando os encarnados,
então orientados pelo húngaro Béla Guttmann e lendas como Costa Pereira e Mário
Coluna no onze, não foram além de um empate a dois golos em Portimão, em
partida da primeira-mão dos oitavos de final da Taça
de Portugal. No segundo jogo, o Benfica
viu-se obrigado a apresentar Eusébio, que apontou um hat trick que contribuiu para a goleada por 5-1 no Estádio da Luz.
Depois de novo duelo para a Taça
de Portugal em 1974-75, novamente com goleada benfiquista
na Luz (6-0), os dois conjuntos mediram forças pela primeira vez na I
Divisão em 1976-77, na época de estreia do Portimonense
no primeiro
escalão.
Vale por isso a pena recordar as
oito vezes em que o Portimonense
tirou pontos ao Benfica
no campeonato.
8 de abril de 1978 – I
Divisão (22.ª jornada)
Benfica
1-1 Portimonense
A viver a segunda época na I
Divisão, o Portimonense
entrou para a 22.ª jornada na zona de despromoção, ao passo que o Benfica
seguia colocado ao FC
Porto na liderança do campeonato.
Apesar da desigualdade de forças,
os algarvios
orientados por Mário Lino surpreenderam no antigo Estádio da Luz o Benfica
de John Mortimore, Bento, Pietra, Bastos Lopes, Humberto Coelho, Eurico Gomes,
Shéu, Toni, Chalana e Nené, ao empatarem a um golo.
O brasileiro Sapinho colocou os alvinegros
em vantagem aos 37 minutos. Chalana empatou à passagem da hora de jogo.
“Fizemos uma grande exibição e
podíamos ter ganho. Perto do intervalo fiz o passe e ele [Sapinho] colocou-nos
a ganhar. Sentimos o Benfica
a tremer, até porque a jogada foi muito bem executada”, recordou um dos
avançados do Portimonense
nessa tarde, Nélson Moutinho, ao Maisfutebol.
“Fiquei feliz pelo empate, claro.
Na segunda parte fomos mais apertados e o génio do Chalana evitou o escândalo. Para
mim, o Portimonense
foi roubar o título à Luz e ofereceu-o ao FC
Porto. Já estávamos perto do fim do campeonato e o FC
Porto foi campeão, com os mesmos pontos do Benfica.
Esse jogo fez toda a diferença”, acrescentou o pai de João
Moutinho.
Equipa do Portimonense em 1977-78 |
31 de janeiro de 1982 – I
Divisão (17.ª jornada)
Portimonense
1-1 Benfica
Orientado por um então jovem
treinador em ascensão, Artur Jorge, o Portimonense
procurava distanciar-se pontualmente da zona de despromoção quando recebeu o Benfica
do húngaro Lajos Baróti, o principal perseguidor do líder Sporting.
Quando Shéu colocou os encarnados
em vantagem, aos 72 minutos, parecia que a vitória já não ia fugir ao então
campeão em título, mas o brasileiro Manoel Costa fez o golo do empate ao cair
do pano (89’).
10 de março de 1985 – I
Divisão (21.ª jornada)
Portimonense
0-0 Benfica
Comandado por Manuel José, o Portimonense
era, sem sombra de dúvidas, a grande sensação do campeonato, uma vez que partiu
para a receção ao Benfica
do húngaro Pál Csernai em quarto lugar, a apenas dois pontos dos encarnados,
que tinham o estatuto de campeões nacionais.
O empate a zero em Portimão
reforçou o estatuto de candidato à Europa dos algarvios
e afastou ainda mais as águias
do sonho da revalidação do título.
Equipa do Portimonense de 1984-85 |
3 de maio de 1987 – I
Divisão (27.ª jornada)
Benfica
1-1 Portimonense
Na época do primeiro título
europeu do FC
Porto e dos 7-1 do Sporting
ao Benfica,
o campeão foi o emblema
encarnado, então orientado pelo inglês John Mortimore.
No entanto, as águias
permitiram uma ligeira aproximação dos dragões
à liderança na 27.ª de 30 jornadas, ao empatarem em casa diante do Portimonense
do brasileiro Paulo Roberto Dias, confortável a meio da tabela.
Um dia após o triunfo portista na
Póvoa do Varzim, o brasileiro Luciano colocou os alvinegros
em vantagem em pleno Estádio da Luz aos 23 minutos. Contudo, no início da
segunda parte Diamantino Miranda empatou para o Benfica.
Equipa do Portimonense de 1986-87 |
13 de março de 2011 – I
Liga (23.ª jornada)
Benfica 1-1 Portimonense
Embora ainda só estivéssemos em
março, o Benfica estava
a 11 pontos do líder FC
Porto e com 15 de vantagem sobre o Sporting,
que era terceiro classificado. Ou seja, dificilmente o desfecho do campeonato levaria
as águias para
outra posição que não a segunda. Por isso, e porque os encarnados ainda
estavam vivos na Liga
Europa, Jorge
Jesus poupou os habituais titulares e apresentou as suas segundas
linhas para receber os algarvios.
Já o Portimonense ocupava
o último lugar, a cinco pontos da zona de salvação, e nessa fase da época já
era orientado por Carlos Azenha, um antigo adjunto de Jorge
Jesus no Vitória
de Setúbal e de Jesualdo Ferreira no FC
Porto, que na época anterior, enquanto técnico principal dos sadinos, tinha
sido brindado na Luz com uma goleada por 8-1 do Benfica de Jesus.
No entanto, os alvinegros apresentaram-se
organizados no reduto benfiquista e
aproveitaram a menor rodagem dos homens de encarnado para
causar dificuldades. Aos 28 minutos, Ricardo Pessoa abriu o ativo para a equipa
do sul do país na conversão de uma grande penalidade. Porém, o
recém-entrado Nuno Gomes, então um veterano que marcava quase sempre que
entrada, mas que Jorge
Jesus insistia em guardar no banco, empatou o encontro aos 77’.
2 de janeiro de 2019 – I
Liga (15.ª jornada)
Portimonense
2-0 Benfica
Um dos jogos mais marcantes entre
os dois clubes, até pelas consequências que teve.
Vice-líder da I
Liga a quatro pontos do FC
Porto, o Benfica
de Rui Vitória começou o ano a jogar no Algarve,
um destino apetecível para o Réveillon,
mas que acabou por ditar o afastamento do treinador ribatejano do comando
técnico das águias.
Dois autogolos ainda na primeira
parte, da autoria de Rúben Dias (12 minutos) e Jardel
(18’), deram ao Portimonense,
então orientado por António Folha, a primeira vitória de sempre sobre os encarnados.
O Benfica
terminou essa jornada em quarto lugar, atrás de FC
Porto, Sporting
e Sp.
Braga, e a sete pontos da liderança. Porém, já com Bruno
Lage ao leme, operou uma reviravolta fantástica (18 vitórias e um empate
nas 19 jornadas que se seguiram) e conseguiu sagrar-se campeão nacional.
19 de junho de 2020 – I
Liga (26.ª jornada)
Portimonense
2-2 Benfica
Se o Portimonense-Benfica
de 2018-19 precipitou a entrada de Bruno
Lage para o comando técnico das águias,
o jogo da época seguinte contribuiu para o afastamento do treinador
setubalense, que viria a confirmar-se semanas depois.
A atravessar uma série de três
empates consecutivos, os encarnados
pareciam estar a dar um pontapé na crise quando pouco depois da meia hora se
colocaram a vencer por 2-0 em Portimão, com golos de Pizzi (18 minutos) e André
Almeida.
No entanto, no segundo tempo o Portimonense
de Paulo
Sérgio chegou ao empate, através dos remates certeiros de Dener (66’) e
Júnior Tavares (76’).
Apesar da crise de resultados, Bruno
Lage disse após o jogo que o presidente benfiquista
Luís Filipe Vieira mantinha confiança nele: “Já falámos sobre isso. Falei com o
presidente, fomos ver o mar… Está tudo tranquilo, não há problema nenhum.”
Os algarvios,
que pareciam condenados à despromoção, recuperaram na reta final do campeonato,
somando 19 pontos nas derradeiras 14 jornadas do campeonato, mas só se salvaram
na secretaria, devido à despromoção administrativa do Vitória
de Setúbal.
3 de outubro de 2021 – I
Liga (8.ª jornada)
Benfica
0-1 Portimonense
À entrada para outubro, o Benfica
de Jorge
Jesus estava imparável: sete vitórias em outros tantos jogos no campeonato,
quatro pontos de vantagem sobre os rivais FC
Porto e Sporting
e vitória categoria sobre o Barcelona
na Luz (3-0) no último encontro de setembro.
No entanto, as coisas começaram a
descambar na receção ao Portimonense
de Paulo
Sérgio, tranquilo no sexto lugar do campeonato.
Na sequência de um pontapé de
canto apontado por Lucas Fernandes na esquerda, Lucas Possignolo apareceu ao
primeiro poste para cabecear para o fundo das redes e gelar os adeptos benfiquistas
(66 minutos).
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