sexta-feira, 8 de maio de 2020

Os 10 brasileiros com mais jogos pela União de Leiria na I Divisão

Dez jogadores importantes da história da União de Leiria
É impossível escrever a história futebolística da União de Leiria sem fazer referência a jogadores brasileiros. A presença de nativos de terras de Vera Cruz tem sido uma constante ao longo das 18 presenças do emblema leiriense na I Divisão.

Logo na primeira participação no primeiro escalão, em 1979-80, o clube da cidade do Lis utilizou cinco futebolistas brasileiros: Cícero, Clésio, Jorge Bonga, Chico Explosão e Édson.


Daí para cá, foram-se sucedendo. No total, foram 75 a jogar pela União de Leiria na I Divisão. Em termos relativos, 27 por cento dos futebolistas que representaram a formação da Beira Litoral no patamar maior do futebol português eram brasileiros.

Essa tradição foi visível nos momentos mais altos da história do clube. Quando os leirienses chegaram à final da Taça de Portugal, em 2003, marcaram presença no Jamor com futebolistas canarinhos no onze (Helton, Gabriel, Edson e Maciel) e um outro no banco (Márcio Santos). 

Vale por isso a pena recordar os 10 futebolistas brasileiros com mais jogos pela União de Leiria na I Divisão.


10. Helton (67 jogos)

Helton
Guarda-redes ágil, com grande qualidade a jogar com os pés, capacidade para colocar a bola à distância com as mãos e selo das seleções jovens brasileiras, chegou a Portugal no início de 2003 pela porta da União de Leiria, proveniente do Vasco da Gama.
Na altura, ia fazer concorrência a Costinha, que era o dono da baliza leiriense há dois anos e meio, mas rapidamente o destronou. Ainda foi para o banco nos três primeiros jogos para o campeonato, mas depois assumiu a titularidade e ainda foi a tempo de disputar nove partidas (e sofrer 10 golos) na I Liga, as meias-finais da Taça diante do Paços de Ferreira e a final do Jamor, perdida para o FC Porto.
Na temporada seguinte voltou a ganhar a luta a Costinha, disputando 28 partidas no campeonato (e sofrendo 33 golos) e mais quatro na primeira participação de sempre da União nas competições europeias – excluindo a Taça Intertoto.
Se haviam dúvidas quanto à valia de Helton, estas foram dissipadas em 2004-05. Apesar do pouco positivo 15.º lugar, disputou 30 jogos (e sofreu 30 golos) e brilhou na baliza leiriense ao ponto de ter dado o salto para o FC Porto no final dessa época.


9. Fernando (67 jogos)

Fernando Prass
Quando saiu Helton entrou Fernando – ou Fernando Prass, como é mais conhecido no Brasil. Com a camisola leiriense disputou 67 jogos tal como o antecessor, mas esteve em campo durante mais 111 minutos.
Contratado ao Coritiba no verão de 2005, viveu a primeira época na sombra de Costinha, tendo apenas participado em nove jogos no campeonato, nos quais sofreu 11 golos.
Porém, o guarda-redes português transferiu-se para o Belenenses no final da temporada e aí o gigante brasileiro (1,91 m) agarrou o lugar, embora tenha começado como suplente de Bruno Vale em 2006-07. Fernando fixou-se na baliza leiriense à 3.ª jornada e manteve a condição de titular até ao final do campeonato, tendo sofrido 23 golos em 28 jogos – só os três grandes sofreram menos golos do que a União de Leiria nessa época.
Em 2007-08 o goleiro natural de Porto Alegre foi totalista na I Liga, mas sofreu 53 golos em 30 partidas e foi impotente para impedir a descida de divisão.
Ainda começou a época seguinte na II Liga, tendo atuado nas 14 primeiras jornadas, mas depois voltou ao Brasil para representar o Vasco da Gama. Embora já tivesse 30 anos, viveu a melhor fase da carreira depois de sair de Portugal.



8. Gabriel (69 jogos)

Gabriel
Central de elevada estatura (1,90 m), foi contratado ao Grêmio no verão de 2002, mas sentiu sempre grandes dificuldades para destronar a dupla composta por João Paulo e Renato.
Em 2002-03 não foi além de 10 jogos (nove a titular) no campeonato, tendo apontado um golo, ao Sp. Braga.  Na época seguinte foi um pouco mais feliz, tendo disputado 22 encontros (17 a titular) e marcado dois golos, frente a Alverca e Académica, este último de calcanhar [ver abaixo]. Em 2004-05 ficou novamente remetido a um papel secundário, participando em apenas nove partidas.
Porém, em 2005-06 afirmou definitivamente no eixo defensivo leiriense ao lado de Renato, uma vez que Jorge Jesus adiantou João Paulo para o meio-campo, disputando 29 encontros na I Liga, todos a titular.
Valorizado, saiu para os russos do Rubin Kazan no final dessa temporada. Entretanto passou por Espanha e Bulgária, voltou ao Brasil, mas em 2017 regressou a Portugal para encerrar a carreira de jogador e iniciar a de treinador no Estarreja.



7. Edson (76 jogos)

Edson
Lateral-esquerdo com pontapé-canhão e especialista em livres diretos, foi uma espécie de Roberto Carlos de Leiria durante os três anos que passou na cidade do Lis. Com passagens por clubes importantes como Sport Recife, Atlético Mineiro e Corinthians, além dos franceses do Marselha, reforçou os leirienses no verão de 2002 para suceder a Nuno Valente, que rumou ao FC Porto, e talvez até terá deixado mais saudades do que o antecessor.
Sempre titular indiscutível, contribuiu com três golos – entre os quais um ao FC Porto e outro ao Sporting - em 26 jogos para o quinto lugar obtido no campeonato em 2002-03, época em que ajudou a União a chegar à final da Taça de Portugal.
O estatuto foi mantido na época seguinte, em que apontou quatro golos em 28 jogos (25 a titular), e em 2004-05, quando faturou por cinco vezes em 24 partidas (20 a titular).
Com naturalidade, foi transferido por 500 mil euros para o Sporting. No entanto, Edson não se impôs em Alvalade, muito por culpa de problemas musculares, saindo ao fim de meio ano para os polacos do Legia Varsóvia.



6. Éder (76 jogos)

Éder Bonfim
Disputou 76 jogos pelo clube na I Divisão tal como Edson, mas esteve em campo durante quase mais 700 minutos – 6655 contra 5963. Lateral direito que chegou a Portugal em 2002 pela porta do Benfica, reforçou a União de Leiria três anos depois, já após ter passado por Estrela da Amadora e Vitória de Setúbal, tendo conquistado a Taça de Portugal ao serviço dos sadinos.
Com relativa naturalidade impôs-se como titular no lado direito da defesa leiriense ao longo de três anos, tendo disputado 27 jogos no campeonato (sempre a titular) na época de estreia. Em 2006-07 participou em 20 partidas (todas a partir do onze inicial) e marcou três golos. Na terceira temporada esteve em 28 encontros (27 a titular) e faturou por uma vez, mas foi impotente para evitar a despromoção.
Após a descida rumou ao futebol romeno, onde representou Politecnica Timisoara, Gloria Buzau e Steaua Bucareste.



5. Éder Gaúcho (81 jogos)

Éder Gaúcho
Central canhoto proveniente do Grêmio e com carimbo das seleções jovens brasileiras – esteve no Mundial sub-20 de 1997 ao lado de Helton -, reforçou a União de Leiria no verão de 2000 e rapidamente se impôs como titular, apesar da concorrência de Renato e Paulo Duarte.
Defesa duro e forte no jogo aéreo, na primeira época disputou 28 jogos (23 a titular) e apontou dois golos, ambos frente ao Benfica, ajudando os leirienses a ficar à frente das águias no campeonato e a obter aquela que seria na altura a melhor classificação do clube na I Divisão, o 5.º lugar.
Na temporada seguinte foi ainda mais importante, sob a orientação de José Mourinho, Mário Reis e Vítor Pontes. Disputou 32 encontros (todos como titular) e marcou um golo, ao Vitória de Guimarães. “Quando cheguei, o treinador era Manuel José. Grande técnico e grande pessoa. No ano seguinte trabalhámos com José Mourinho, e nem é preciso fazer comentários sobre ele, porque as provas estão aí”, afirmou ao Record em março de 2009.
Entretanto mudou-se para o Boavista, ajudando os axadrezados a chegarem às meias-finais da Taça UEFA em 2002-03, e depois passou pelo futebol russo e voltou ao Brasil antes de regressar a Leiria em 2007-08. Embora tivesse sido maioritariamente titular, tendo participado em 21 encontros e marcado um golo, ao Paços de Ferreira, foi imponente para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão experimentou o futebol do Médio Oriente antes de encerrar a carreira em 2012 ao serviço dos gaúchos do Ypiranga.
Atualmente é empresário de futebolistas.



4. Paulo César (86 jogos)

Paulo César
Atacante veloz e com grande parte da carreira feita em Portugal, chegou a Leiria no verão de 2005 depois de passagens por Gil Vicente, Vitória de Guimarães e Rio Ave e viveu algumas das melhores temporadas da carreira na cidade do Lis.
Nem sempre titular, mas quase sempre utilizado, participou em 30 jogos (23 a titular) na temporada de estreia e marcou sete golos. Em 2006-07 foi utilizado em 28 encontros (19 a titular) e apontou três golos. E na terceira e última temporada nos leirienses jogou 29 partidas (25 a titular) e somou cinco remates certeiros, entre os quais um ao Benfica e dois ao Sporting, mas não evitou a descida de divisão.
Após a despromoção rumou ao Sp. Braga, onde reencontrou Jorge Jesus e Domingos Paciência, treinadores com os quais já havia trabalhado em Leiria. Pelos bracarenses foi vice-campeão nacional, finalista vencido da Liga Europa e vencedor da Taça da Liga.



3. Dinda (87 jogos)

Dinda
Médio de baixa estatura (1,70 m), mas encorpado e dotado de um pontapé-canhão, chegou pela primeira vez a Leiria no verão de 1993, na altura para jogar na II Liga, deu uma pequena ajuda para a subida de divisão que haveria de ser conseguida sob o comando técnico de Manuel Cajuda.
Em 1994-95 começou a época no Lusitânia Lourosa, mas terminou-a na cidade do Lis, tendo participado em dois jogos (um a titular) e marcado um golo, ao Beira-Mar.
Nas temporadas seguintes jogou com as camisolas de Paços de Ferreira e Académica, mas voltou ao União no verão de 1997 para contribuir com 11 golos para nova promoção, desta vez com Vítor Oliveira como homem do leme.
Seguiram-se três anos ao serviço dos leirienses entre a elite do futebol português. Em 1998-99 disputou 32 jogos (29 a titular) e faturou por três vezes. Na época que se seguiu participou 30 encontros (20 a titular) e marcou quatro golos, entre os quais um na vitória caseira sobre o Benfica, após grande cavalgada desde o meio-campo defensivo. Em 2000-01, na última temporada em Leiria, não foi além de 22 partidas (sete a titular), tendo apontado quatro golos.
Depois rumou ao Marítimo, clube que representou durante três anos, antes de regressar ao Brasil. E quando voltou a Leiria num jogo do campeonato… foi aplaudido. “Senti-me muito bem no regresso a Leiria. Fui muito aplaudido pelo público, o que prova que fiz coisas boas aqui”, afirmou ao Record.



2. Derlei (91 jogos)

Derlei
Avançado móvel, trabalhador e com apetite pelo golo, construiu o estatuto de ídolo em Leiria. É, com 42 golos, o melhor marcador de sempre do clube na I Divisão.
Proveniente do modesto Madureira, da Série C brasileira, chegou à cidade do Lis no verão de 1999 e aproveitou a primeira época para se ambientar, tendo apontado oito golos em 26 jogos (16 a titular), ainda que pelo meio tivesse ficado afastado dos relvados durante dois meses devido a uma pubalgia. Na temporada seguinte, ainda com Manuel José, subiu a fasquia, participando em 32 encontros (todos a titular), nos quais apontou 13 golos, entre os quais um ao FC Porto.
Se existiam dúvidas quanto à qualidade do Ninja, estas foram dissipadas em 2001-02, quando se deu a explosão: 21 golos em 33 jogos. Em dezembro de 2001 apontou um póquer na goleada caseira sobre o Salgueiros (7-0) e iniciou uma série de sete jornadas consecutivas sempre a marcar, algo pouco comum no futebol português e raríssimo para um jogador que não pertence aos três grandes.
Com absoluta naturalidade, no final dessa temporada deu o salto – por 450 mil euros - para o FC Porto, clube pelo qual venceria dois campeonatos, uma Taça de Portugal, uma Supertaça e sobretudo uma Taça UEFA, uma Liga dos Campeões e um Mundial de Clubes.



1. Maciel (111 jogos)














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