sexta-feira, 28 de novembro de 2025

Hoje faz anos que morreu o brasileiro do Vitória SC que não sujava os calções. Quem se lembra de Caio Júnior?

Caio Júnior apontou 42 golos em 128 jogos pelo Vitória de Guimarães
Um daqueles jogadores que passeavam classe, com um futebol à base de uma refinada relação com bola, e que por isso saía do relvado da mesma forma com que entrava: com o equipamento imaculado, raramente sujo, o que sobressaía ainda com a camisola e os calções brancos do Vitória de Guimarães.
 
Passou – ou melhor: brilhou! – cinco anos na cidade-berço, entre 1987 e 1992. Um período dourado do ponto de vista coletivo, com conquista do primeiro grande troféu do clube, a Supertaça Cândido de Oliveira de 1988, uma final da Taça de Portugal (1988), um quarto lugar na I Divisão (1989-90) e sucessivas participações europeias. E uma fase também grandiosa a nível individual para Caio Júnior, que até nem esteve nos jogos da Supertaça, mas apontou 42 golos em 128 jogos de rei ao peito.
 
“Cheguei em 1987 a Guimarães, com um ano de atraso. Devia ter ido antes, mas o Grémio não deixou. O Ademir Alcântara foi sozinho. O senhor Pimenta Machado [antigo presidente] viu-me num Gre-Nal e assinei por quatro temporadas. Fui com o Bené e o René”, contou ao Maisfutebol em março de 2016.
 
 
“Fiz uma grande dupla com o Chiquinho Carlos, mais tarde com o Ziad. E também com o Décio António. Mas as minhas melhores temporadas foram a quarta e quinta em Guimarães, com o João Alves [1990-91 e 1991-92]”, prosseguiu, curiosamente sobre épocas em que apenas apontou seis e cinco golos, respetivamente.
 
 
 
Cerebral, repentino, eficaz e subtil, Caio Júnior representou ainda Estrela da Amadora (1992 e 1994) e Belenenses (1994-95). As passagens pelos três clubes portugueses tiveram um denominador comum: João Alves. “Foi meu treinador em Guimarães, no Estrela e no Belenenses. Foi ele que me recuou no terreno, para segundo avançado, e que melhor percebeu o meu futebol”, contou o brasileiro, que pelos amadorenses foi campeão da II Liga em 1992-93 e semifinalista da Taça de Portugal na época seguinte.
 
 
Mais discreta foi a passagem pelo Restelo: dois golos em 13 jogos entre dezembro de 1994 e maio de 1995.
 
 
Mas antes de chegar a Portugal, o atacante era já um jogador com créditos firmados no Brasil. Venceu a Taça Libertadores pelo Grémio em 1983, no primeiro ano da carreira, e mais tarde conquistou três campeonatos gaúchos (1985, 1986 e 1987).
 
 
Após deixar o futebol luso, em 1995, regressou ao Brasil para terminar o seu percurso como futebolista e construir uma interessante carreira de treinador. Treinou Palmeiras, Flamengo, Botafogo e Grémio, chegou a ser selecionador brasileiro e levou a Chapecoense à final da Copa Sul-Americana de 2016.
 
Quando viajava para a Colômbia para defrontar o Atlético Nacional na primeira-mão da final, o avião que transportava a comitiva caiu, a 28 de novembro, e Caio Júnior morreu, tal como outras 70 pessoas, incluindo 19 jogadores da equipa de Chapecó. Antes da tragédia, soltou uma frase arrepiante: “se morresse amanhã, morreria feliz.”
 
 



 




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