sexta-feira, 19 de julho de 2019

GreNal. Os 10 jogos mais marcantes de sempre

Lúcio e Ronaldinho num jogo entre Internacional e Grêmio
Grêmio e Internacional, os dois clubes de Porto Alegre, são os protagonistas daquele é considerado o maior clássico do futebol brasileiro e que divide ao meio todo o estado do Rio Grande do Sul. Embora no Brasil haja 12 clubes grandes, divididos por quatro estados, nenhuma rivalidade é tão acesa como o Gre-Nal.

Foi essa a conclusão a que têm chegado meios de comunicação social daquele país e do estrangeiro, como um inquérito levado a cabo pelo Globoesporte junto de quase 300 jornalistas de cada um dos 27 estados do Brasil em outubro de 2016 ou um artigo da revista inglesa Four Four Two sobre os principais clássicos do futebol mundial em abril desse ano.


Entre goleadas, decisões emocionantes do Campeonato Gaúcho e dérbis memoráveis para as competições nacionais, a rivalidade entre tricolor e colorado vem sendo alimentada por centenas de encontros desde 1909. Veja aqui a nossa seleção dos dez melhores, por ordem cronológica.


18 de julho de 1909 – Jogo particular
O primeiro Gre-Nal de sempre, o primeiro jogo da história do Internacional e a maior goleada de sempre entre os dois principais clubes de Porto Alegre. De forma amigável, o recém-formado Internacional convidou o Grêmio para ser o seu primeiro adversário.
No Estádio da Baixada, que pertencia aos gremistas, o tricolor gaúcho arrasou o vizinho, perante duas mil pessoas. A Edgar Booth pertenceu não só o pontapé de saída como o primeiro golo do jogo e da história do clássico, aos 10 minutos. Booth viria a marcar mais quatro golos, com os restantes a serem marcados por Júlio Grünewald (quatro) e Moreira.



13 de agosto de 1944 – Campeonato Citadino de Porto Alegre
Conhecido por Gre-Nal da virada, foi neste jogo que se deu a maior reviravolta da história do clássico, em partida a contar para a segunda volta do Campeonato Citadino de Porto Alegre.
O Internacional contava com o famoso Rolo Compressor, apelido dado ao ataque diabólico composto por Tesourinha, Russinho, Villalba, Rui e Carlitos, perante um Grêmio que jogava em casa, no Estádio da Baixada, e que vinha de três derrotas consecutivas no clássico.
Ao intervalo, o tricolor gaúcho perdia por 0-3, com golos de Elizeu, Rui e Adãozinho. Porém, na segunda parte o Grêmio deu a volta por Ramón Castro (dois golos), Bentevi e Mário.

Imagem do jogo que ficou conhecido por Gre-Nal da virada


17 de outubro de 1948 – Campeonato Citadino de Porto Alegre (última jornada)
Mais um clássico histórico no Estádio da Baixada e para o Campeonato Citadino de Porto Alegre. Já com o título entregue ao Internacional, o colorado do Rolo Compressor mostrou-se demolidor e aplicou a maior goleada sobre o rival e a maior goleada do Gre-Nal desde que o futebol foi profissionalizado no estado de Rio Grande do Sul, em 1940.
Quatro golos de Villalba, dois de Carlitos e um de Roberto construíram o triunfo dos visitantes, implacáveis nesse jogo.

Equipa do Internacional campeã de Porto Alegre em 1948


26 de setembro de 1954 – Torneio de Inauguração do Estádio Olímpico
Em setembro de 1954 o Grêmio inaugurou o seu novo estádio, o Estádio Olímpico, e organizou um torneio para assinalar a inauguração, tendo convidado o vizinho Internacional e o Liverpool do Uruguai.
Após vitória por 4-0 sobre os uruguaios, o colorado enfrentou o maior rival numa partida apitada pelo uruguaio Carlos Alberto Vigorito, naquela que foi a primeira ocasião em que um árbitro uruguaio dirigiu um jogo em solo brasileiro. O Grêmio até entrou a vencer, inaugurando o marcador por Sarará, de livre direto, logo aos sete minutos. Porém, o Inter chegou ao intervalo a ganhar por 2-1, com golos de Jerônimo (também de livre) e Larry.
No segundo tempo, Larry mostrou-se endiabrado, marcando mais três golos, depois de Canhotinho ter colocado o resultado em 1-3. A perder por cinco golos de desvantagem, o melhor que o tricolor conseguiu foi reduzir já nos últimos minutos, por Zunino.
Após o quarto golo, o guarda-redes gremista Sérgio revoltou-se com os companheiros e abandonou a partida, enquanto Bodinho, atacante do Inter, foi atrás dele e gritou bem alto para todo o estádio ouvir: “Volta, covarde! Volta para tomar mais quatro!”. E Sérgio voltou. O jogo, que era para ser de festa para o Grêmio, acabou por ser de grande alegria para os torcedores do Inter, que entoaram cânticos como “Ah, salão de festas!”.



20 de abril de 1969 – Torneio de Inauguração do Estádio Beira-Rio
Num torneio que também incluía a seleção húngara e o Benfica de Eusébio, Internacional e Grêmio empatavam a zero a cerca de dez minutos do fim quando se deu uma cena de pancadaria em pleno relvado, suspendendo o encontro e levando à expulsão de 20 jogadores. Salvaram-se o médio colorado Dorinho e o guarda-redes gremista Alberto, com este último a pedir paz a Urruzmendi e Alcindo, começaram a confusão e se tentavam agredir a todo o custo. A briga estendeu-se aos restantes jogadores, transformando um jogo de futebol numa batalha campal.
“Olha, numa confusão, vou ser bem sincero. Você não bate nem apanha. Você não sabe em quem está dando, de quem vem o soco... Você está sempre cego, ameaça, empurra…”, contou anos mais tarde Alcindo, ao Globoesporte.



12 de fevereiro de 1989 – Campeonato Brasileiro 1988 (segunda-mão das meias-finais)
Após um empate sem golos no Estádio Olímpico, as duas equipas mediram forças três dias depois no Beira-Rio, num jogo com uma importância extraordinária, pois definia quem passava à final do Campeonato Brasileiro e quem preenchia a vaga na Libertadores desse ano.
Perante 78.083 espetadores pagantes, um recorde de público do Gre-Nal no campeonato brasileiro, o Grêmio chegou ao intervalo a vencer por 1-0, com golo de Marcos Vinícius, e a jogar com mais uma unidade, devido à expulsão do lateral Casemiro Mior – sim, o mesmo que treinou Nacional de Madeira e Belenenses em Portugal. No entanto, Nilson, que disputou esse jogo em grandes dificuldades físicas, bisou e deu a vitória ao colorado naquele que foi considerado o Gre-Nal do século.



24 de agosto de 1997 – Campeonato Brasileiro (11.ª jornada da 1.ª fase)
Partida cerca de grande expetativa no Estádio Olímpico. De um lado, o Grêmio que tinha conquistado a Copa do Brasil e contratado jogadores como Sérgio Manoel e Beto, enquanto o Internacional era o campeão gaúcho e tinha os atacantes Christian e Fabiano em grande forma.
Christian, de cabeça, inaugurou o marcador para o colorado, mas depois acabou expulso devido a um desentendimento com Otacílio, que também viu o vermelho. Mais tarde, Fernando e André Santos também receberam ordem de expulsão e deixaram as duas equipas com nove homens apenas. Entretanto, Sandoval colocou o Inter a vencer por 0-2. Tudo isto ainda na primeira parte.
No segundo tempo, Fabiano fez o terceiro na execução de um livre direto e o quarto num remate colocado. “Dentro do Olímpico, pela fase do Inter, para mim, aos 22 anos, foi magnifico. Vinha de um clube pequeno e logo em seguida ser um ídolo da torcida. Até hoje eu saio na rua e escuto ‘Uh, Fabiano!’ 5 a 2. É engraçado. Não tem como explicar. É só a gente, lá dentro, que sente isso na pele”, recordou o avançado, que chegou ao Inter oriundo da Juventus de São Paulo.
Até ao apito final, o Grêmio reduziu por Sérgio Manoel, Marcelo marcou o quinto para o Inter e o gremista Gilmar sentenciou o resultado de 2-5.



9 de novembro de 2014 – Brasileirão (33.ª jornada)
Entre Brasileirão e Campeonato Gaúcho, o Grêmio já não vencia o rival há nove jogos, incluindo as duas primeiras edições do Gre-Nal na recém-construída Arena Grêmio. No entanto, a equipa então orientada por Luiz Felipe Scolari deu uma grande resposta e goleou por 4-1.
Luan colocou o tricolor em vantagem ao intervalo e Ramiro fez o 2-0 no início do segundo tempo. Rafael Moura reduziu à passagem da hora de jogo, mas Alan Ruiz bisou e sentenciou o resultado final, que permitiu aos gremistas ascender aos quatro primeiros lugares do Brasileirão, precisamente por troca com o Internacional.



3 de maio de 2015 – Campeonato Gaúcho (segunda-mão da final)
Depois de um empate a zero na Arena Grêmio, ficou tudo em aberto para o jogo do Beira-Rio, mas cedo o Internacional procurou resolver o assunto, com uma avalanche ofensiva durante os primeiros 20 minutos. Aos 6’, Nilmar colocou o colorado em vantagem, a passe de Valdívia, em jogada de contra-ataque. Em nova transição, os papéis trocaram-se, com Nilmar a assistir Valdívia para o 2-0, quando apenas estavam decorridos 17 minutos. Porém, Giuliano reduziu a diferença à beira do intervalo, fazendo antever uma segunda parte emocionante. Puro engano. As ocasiões de golo escassearam no segundo tempo e o Inter, orientado pelo uruguaio Diego Aguirre, garantiu a conquista do pentacampeonato.



9 de agosto de 2015 – Brasileirão (17.ª jornada)
Apenas quatro meses depois de ter vencido o rival e conquistado o Campeonato Gaúcho, o Internacional sofreu a pior goleada no Gre-Nal desde 1911 e uma das piores em jogos do Brasileirão na era dos pontos corridos.
Sem o craque D’Alessandro e o treinador Diego Aguirre, demitido em vésperas do clássico, a folgada vitória gremista começou a desenhar-se no final da primeira parte, quando Giuliano (36’) e Luan (43’) deram vantagem ao tricolor, ambos através de remates de fora da área.
Logo no início do segundo tempo, Luan fez mais um golo (47’). O colorado lançou-se desesperadamente no ataque, mas a estratégia não surtiu os efeitos desejados, com Fernandinho (76’) e Réver na própria baliza (83’) a completarem a goleada.




















Sem comentários:

Enviar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...