Hoje faz anos a lenda do Brasileirão que teve uma passagem discreta pelo Sp. Braga. Quem se lembra de Léo Moura?
Léo Moura jogou uma vez pela seleção brasileira, em 2008
Disputou quase 500 jogos no
Brasileirão entre 2001 e 2019, quase todos ao serviço de vários dos maiores
clubes do país, e chegou a jogar pela seleção
brasileira, mas a sua passagem pelo Sp.
Braga pautou pela… discrição.
Recomendado no início de 2005
pelo então selecionador português ao emblema
bracarense, então orientado por Jesualdo
Ferreira, Luiz
Felipe Scolari reconheceu ao lateral direito, na altura com 26 anos,
qualidade para fazer todo o corredor direito e potencial para chegar à seleção
principal do Brasil. Felipão
até não se enganou, uma vez que Léo Moura demonstrou essa capacidade ao longo
de mais de duas décadas de carreira e chegou mesmo a internacional A pela canarinha,
mas o defesa não foi além de oito jogos oficiais pelos arsenalistas,
dos quais apenas três na condição de titular, na segunda metade da temporada
2004-05. Quis o destino que quem o tivesse tapado foi um jogador que hoje é um
dos treinadores de eleição no Brasil, Abel (Ferreira). Antes dessa breve passagem pelo
futebol português, Leonardo da Silva Moura, nascido a 23 de outubro em Niterói,
no estado do Rio de Janeiro, começou a jogar futebol nas camadas jovens do Botafogo. Ainda antes de se profissionalizar
foi transferido para os belgas do Germinal Beerschot de Antuérpia em 1999, de
onde se mudou para os neerlandeses do ADO Den Haag no ano seguinte. Em janeiro de 2001 voltou ao Botafogo
para se afirmar como um lateral direito mais conceituados do Brasileirão
durante quase duas décadas. Até 2019 representou sete dos 12 grandes do futebol
brasileiro: além do fogão,
vestiu as camisolas de Vasco
da Gama, Palmeiras,
São
Paulo, Fluminense,
Flamengo
e Grêmio.
Apesar de ter defendido as cores
de tantos clubes, esteve ininterruptamente no plantel do Flamengo
ao longo de uma década, entre 2005 e 2015. Atuou com a camisola rubro-negra em
519 ocasiões, o que faz dele o sétimo
jogador com mais jogos na história do mengão. Nesses dez anos
conquistou um título nacional (2009), duas Copas do Brasil (2006 e 2013) e
cinco campeonatos cariocas (2007, 2008, 2009, 2011 e 2014) e foi eleito por
quatro vezes o melhor lateral direito do Brasileirão (2006, 2007, 2008 e 2009).
Enquanto representava o Fla
recebeu a primeira e única convocatória para a seleção
principal do Brasil, tendo participado numa vitória sobre a República
da Irlanda em Dublin (1-0). Na altura, substituiu na lista de convocados o
lesionado Maicon, um dos muitos concorrentes de peso que teve ao longo da
carreira e que o impediram de somar mais internacionalizações. Cafú, Belletti, Cicinho,
Daniel Alves, Rafinha e Danilo foram outros dos nomes que o impediram de jogar
mais vezes pelo escrete. Com direito a jogo de despedida
pelo Flamengo,
um particular diante dos uruguaios do Nacional
de Montevideu em março de 2015, recebeu antes do apito inicial uma placa
entregue por Zico. Em outubro do ano seguinte, porém, colocou um processo em
tribunal contra o clube, a cobrar o pagamento de horas extra pelo tempo que
passou nos estágios antes dos jogos.
Quando deixou o Fla,
mudou-se para o Fort Lauderdale Strikers, da North American Soccer League
(NASL), quando já tinha 36 anos. Depois dessa aventura nos Estados Unidos ainda
representou os indianos do FC Goa durante dois meses e meio na então
recém-criada Superliga
Indiana e voltou ao Brasil para vestir as camisolas de Metropolitano e Santa
Cruz.
Os seus desempenhos nesses clubes
brasileiros mais modestos foram tão bons que acabou por ser recrutado por uma
equipa de topo do seu país em janeiro de 2017, o Grêmio,
o que lhe permitiu vencer o que lhe faltava: títulos internacionais. Conquistou
a Libertadores
em 2017 e a Recopa Sul-Americana no ano seguinte, além de dois campeonatos gaúchos
(2017 e 2019).
Em dezembro 2019 disputou o seu
último de 497 jogos no Brasileirão, aos 41 anos, mas no ano que se seguiu ainda
deu uma perninha na Série C (terceiro escalão) brasileira com a camisola do
Botafogo de Paraíba. Somente a 9 de março de 2021 é que anunciou o fim da carreira.
Paralelamente, fundou a
organização não governamental Instituto Leo Moura que se dedica ao planeamento
e execução de projetos sociais, com o desporto sempre presente.
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