Hoje faz anos o lateral checo com passagem pelo FC Porto mas sem vogais no apelido. Quem se lembra de Vlk?
Lubomír Vlk representou o FC Porto entre 1990 e 1993
Lateral esquerdo alto (1,86 m),
com pernas longas e passada larga, foi o escolhido pela estrutura do FC
Porto para suceder ao mítico Branco
no verão de 1990, mas nunca se aproximou do nível do internacional brasileiro,
também por culpas de lesões que lhe travaram a afirmação e constituíram
oportunidades para os jovens Rui
Jorge e Morgado.
Proveniente do FC Vítkovice,
clube pelo qual se sagrou campeão checoslovaco em 1985-86 e defrontou o FC
Porto na Taça
dos Campeões Europeus em 1986-87, e internacional A pela Checoslováquia,
Lubomír Vlk tem a particularidade de ter um apelido sem vogais, algo raríssimo.
Vlk significa lobo, o que deu origem a brincadeiras no balneário das Antas.
“Todos me tratavam por lobo e uivavam quando eu entrava no balneário. Grandes
malucos. Tenho muitas saudades desses tempos, a malta era espetacular”,
recordou ao Maisfutebol
em novembro de 2019. O que dava menos vontade de rir
eram os problemas físicos. Em 1990 esteve nos pré-convocados da Checoslováquia
para o Mundial de Itália, mas uma lesão gravíssima afastou-o dos relvados
durante dez meses. E foi lesionado que chegou ao FC
Porto: “O FC
Porto contratou-me quando eu já estava lesionado no Vítkovice e não me
posso esquecer disso. Os meus primeiros meses em Portugal foram desesperantes.
Não conhecia ninguém, não podia jogar, não falava português nem inglês… Eu já
era casado e tinha um filho. Agarrei-me à família para aguentar. Só fiquei bem
quando pude voltar a jogar.” Recuperado pelo fisioterapeuta
Rodolfo Moura, somou 42 jogos e sete golos de dragão ao peito ao longo de três
temporadas, tendo conquistado um bicampeonato (1991-92 e 1992-93), uma Taça
de Portugal (1990-91) e uma Supertaça
Cândido de Oliveira (1991). O bom registo goleador deveu-se à importância
que tinha na equipa nos lances de bola parada: “O Artur
Jorge queria-me sempre na área adversária para os cantos e para os livres.
Adivinhava bem essas jogadas. Podia ter marcado mais golos, não fossem as
lesões.” Em 1993, numa altura em que
esperava o nascimento do seu segundo filho, regressou à República Checa para
prosseguir discretamente a carreira até pendurar as botas em 2000, aos 36 anos.
Após encerrar o seu percurso como
futebolista integrou a estrutura do FC Vítkovice até ao momento em que o clube
declarou bancarrota em 2011. Mais tarde desempenhou a função de diretor
desportivo no MFK Karvina.
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