sexta-feira, 25 de abril de 2025

O lateral do Sporting que atirou pelo ar a medalha de finalista da Taça da Liga. Quem se lembra de Pedro Silva?

Pedro Silva representou o Sporting entre 2007 e 2010
Foi um lateral útil, capaz de jogar à direita e à esquerda, para o Sporting de Paulo Bento, mas ficou para a história como o injustiçado que atirou pelo ar a medalha de finalista vencido da Taça da Liga de 2008-09 após um penálti assinalado por uma suposta falta por mão na bola que não cometeu.
 
Defesa com passagens por clubes importantes do Brasil, como Atlético Mineiro (formação), Palmeiras e Internacional de Porto Alegre, e que havia conquistado um campeonato baiano pelo Vitória (2004) e um campeonato gaúcho pelo colorado (2005), entrou pela primeira vez no futebol português pela porta da Académica em 2005-06. Após uma primeira metade de época intermitente, conquistou definitivamente um lugar no onze de Nelo Vingada a partir de fevereiro, fechando a temporada com 25 jogos (16 a titular) e um golo (maradoniano, ao Rio Ave) em todas as competições.
 
 
Entretanto regressou ao Brasil para representar Santos e Corinthians, tendo vencido o campeonato paulista ao serviço do peixe em 2007, poucos meses antes de voltar a Portugal pela porta grande, para reforçar o Sporting.
 
 
Numa altura em que os verde e brancos haviam perdido Rodrigo Tello e Marco Caneira, os jogadores que mais vezes haviam atuado no lado esquerdo da defesa nas épocas anteriores, Pedro Silva assumiu a titularidade nessa posição. Foi escolhido por Paulo Bento para o onze inicial que defrontou o FC Porto na Supertaça Cândido de Oliveira – que os leões viriam a conquistar – a 11 de agosto de 2007, mas sofreu uma grave lesão logo nos minutos iniciais do jogo e só voltou aos relvados em fevereiro do ano seguinte. Já com o comboio em andamento e Abel e Grimi estabelecidos como donos das laterais, apenas cumpriu mais três encontros até ao final da temporada.
 
Em 2008-09 foi aposta ocasional, fazendo-se valer da polivalência para ir colmatando as ausências dos habituais titulares à direita ou à esquerda, fechando a temporada com 21 jogos (15 a titular). Nessa época viveu o momento de maior mediatismo na carreira, na final da Taça da Liga.
 
Aos 73 minutos, numa altura em que o Sporting vencia por 1-0, o árbitro Lucílio Batista assinalou um penálti para o Benfica por suposta mão na bola de Pedro Silva, que não existiu, na área dos verde e brancos, e ainda expulsou o lateral brasileiro por acumulação de amarelos. Irado, o defesa leonino confrontou o árbitro e até lhe deu uma peitada. Logo a seguir, o extremo espanhol José Antonio Reyes converteu a grande penalidade e fez o 1-1. Essa decisão errada e o resultado que originou adiaram a atribuição do troféu para o desempate por penáltis e aí o Benfica foi mais forte, tendo vencido por 3-2.
 
 
Na cerimónia de entrega das medalhas, o frustrado Pedro Silva atirou a sua para longe. “Para que quero a medalha? Dêem-na a ele, a esse ladrão”, afirmou na altura, furioso. “Os árbitros erram e ninguém faz nada. Acho que alguém tem que tomar medidas. Perguntei-lhe quem assinalou e ele diz que não sabe? Então se ele é o árbitro porque assinalou? Isto é uma brincadeira. Não foi penálti. Que o meu filho morra se foi penálti”, atirou, tendo revelado em janeiro de 2025 que Paulinho, o roupeiro, acabou por guardar a medalha no seu balneário, após a tentativa falhada de a devolver.
 
Ainda cumpriu uma última temporada de leão ao peito em 2009-10, na qual se estreou a marcar, curiosamente no seu último de 44 jogos pelo Sporting, numa vitória sobre o Leixões em Matosinhos, numa fase em que já era Carlos Carvalhal que estava no comando técnico.
 
 
No início da época seguinte foi excluído do grupo de trabalho pelo novo treinador, Paulo Sérgio, tendo sido colocado a treinar à parte até ser emprestado ao Portimonense, clube pelo qual cumpriu 23 jogos e apontou dois golos em 2010-11, não conseguindo impedir a descida de divisão à II Liga.
 
 
 
Depois regressou ao Brasil, tendo representado Novo Hamburgo, ABC, ASA e CSA antes de pendurar as botas em 2014, aos 33 anos.
 
Após encerrar a carreira de jogador iniciou a de treinador, tendo trabalhado como adjunto no Portimonense entre 2014-15 e 2017-18.
 
 

 



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