segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Hoje faz anos o chileno que esteve sete épocas no Sporting mas só se afirmou na última. Quem se lembra de Rodrigo Tello?

Tello somou 157 jogos e sete golos com a camisola do Sporting
Uma promessa adiada que só não foi eterna porque na última temporada finalmente conseguiu afirmar-se no Sporting. E o que aconteceu depois? Terminou contrato, recusou renovar e transferiu-se a custo zero para o Besiktas.
 
Mas recuemos até ao início da carreira de Rodrigo Tello, cuja qualidade do pé esquerdo o levou à seleção principal do Chile em março de 2000, quando tinha apenas 20 anos e ainda jogava na Universidad de Chile. Nesse ano ajudou a seleção olímpica chilena a ganhar a medalha de bronze nos Jogos de Sydney.
 
Rotulado de uma mistura de Salas com Recoba, até porque na altura jogava em posições de ataque, transferiu-se para o Sporting em janeiro de 2001 por uma verba a rondar os sete milhões de euros, tornando-se no reforço mais caro de sempre dos leões, estatuto que deteve até ao verão de 2017.
 
O primeiro treinador que teve em Alvalade, Manuel Fernandes, começou por conceder-lhe a titularidade, mas foi perdendo espaço. Ainda assim, ajudou a equipa a conquistar a Supertaça Cândido de Oliveira em 2001.
 
Com Laszlo Bölöni festejou a dobradinha em 2001-02, mas individualmente não teve muitos motivos para festejar, uma vez que não chegou aos 1000 minutos de jogo ao longo da temporada e ainda teve de ir à equipa B ganhar rodagem.
 
No entanto, a sorte de Tello começou a mudar na temporada seguinte, quando foi adaptado de forma mais regular a lateral esquerdo, tendo chegado a relegar Rui Jorge para o banco durante vários meses. Até foi utilizado em menos jogos em relação à época anterior (19 contra 23), mas praticamente duplicou o tempo de jogo (1658 minutos contra 864), tendo marcado pela primeira vez de leão ao peito numa derrota em Braga.
 
 
A chegada de Fernando Santos para o comando técnico não foi particularmente uma boa notícia para o chileno, que passou a ser de forma mais vincada uma segunda linha tanto para a lateral esquerda como para o meio-campo. Ainda assim, foi utilizado em 25 partidas, o seu melhor registo até então, e somou sete assistências e um golo, uma vez mais de fora da área.
 
 
Seguiu-se José Peseiro a treinador, mais uma mudança que não fez bem ao chileno, que apenas foi utilizado no campeonato durante a segunda volta. Até aí, só tinha atuado um total de 20 minutos, distribuídos por dois encontros na Taça UEFA. Na altura, Tello foi prejudicado pela regra que impedia a utilização de mais de quatro extracomunitários em simultâneo – tal como o internacional argentino Facundo Quiroga havia sido em 2003-04 –, tendo chegado a ser falada a possibilidade de ser emprestado à Universidad de Chile. Porém, ficou e ganhou espaço na segunda metade da temporada, ao ponto de ter atuado os 90 minutos na final da Taça UEFA e renovado contrato. Nessa época revelou pela primeira vez outra faceta, a de bom executante de livres diretos, estreando-se a marcar dessa forma numa receção ao Vitória de Guimarães.
 
 
“O momento mais triste da minha carreira foi perder a final da Taça UEFA, depois de perder o campeonato, mas de resto são muitas lembranças felizes que se sobrepõem”, afirmou, em jeito de balanço, em outubro de 2016.
 
Em 2005-06 começou por aproveitar a saída de Rui Jorge para se estabelecer como titular do lado esquerdo da defesa, ainda com Peseiro, mas houve troca de treinador e Paulo Bento decidiu apostar em André Marques e posteriormente em Marco Caneira, recrutado em janeiro de 2006. Acabou a época no onze inicial, mas a jogar no meio-campo.
 
 
Já em 2006-07 começou por ser opção a partir do banco, mas ainda bem no início da época Paulo Bento tomou a decisão de deslocar Caneira para o eixo defensivo, para fazer dupla com Anderson Polga, e atribuir a Tello a titularidade no lado esquerdo da defesa. O chileno correspondeu e conseguiu a tão desejada afirmação em Alvalade, naquela que era a sua sétima temporada no clube. Na memória dos adeptos leoninos estará para sempre o golaço de livre direto que valeu uma rara vitória no Estádio do Dragão e que manteve os verde e brancos na luta pelo título nacional até à última jornada. O Sporting acabou por não ser campeão, mas venceu a Taça de Portugal, o primeiro troféu do clube desde 2002.
 
“Foi o golo de livre mais bonito que marquei em toda a carreira. Toda a gente pensava que era o João Moutinho que marcava, mas eu estava com fé e disse-lhe para me deixar tentar. O remate saiu bem e marquei um grande golo, que acabou por nos dar a vitória. Foi pena não termos ganho esse campeonato. Teria sido muito bom”, lembrou em 2013.
 
 
No final dessa temporada, e numa altura em que parecia tudo certo para a renovação de contrato, Tello mudou de ideias e assinou a custo zero pelo Besiktas, tendo realizado três boas temporadas na Turquia. Em novembro de 2009 viveu um dos melhores momentos da carreira, ao marcar um grande golo que deu a vitória ao emblema de Istambul em Old Trafford num jogo da Liga dos Campeões e valeu a primeira derrota caseira do Manchester United em oito anos.
 
 
Em 2010, quando já tinha 30 anos, estreou-se em Mundiais, tendo sido utilizado na derrota do Chile às mãos do Brasil nos oitavos de final.



 




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