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Jorge Vidigal chegou ao Sporting após despontar n'O Elvas |
Quando pensamos em Vidigal campeão
pelo
Sporting,
o nosso cérebro remete-nos automaticamente para o médio defensivo Luís Vidigal,
internacional português com parte significativa da carreira feita em
Itália
e que foi um dos esteios da equipa que Augusto Inácio guiou à conquista do
título nacional em 1999-00.
Mas Luís, nascido em 1973, não
foi o único Vidigal campeão de
leão
ao peito. Também o irmão Jorge, quase cinco anos mais novo, recebeu uma faixa
de campeão, mas relativa ao título nacional de 2001-02. Este lateral direito
que, ao contrário do mano já nasceu em Elvas, venceu na mesma época uma
Taça
de Portugal, igualando o número de troféus que Luís ganhou com a camisola
verde
e branca – venceu também a
Supertaça
Cândido de Oliveira relativa ao ano de 1995.
A (enorme) diferença é que Luís
somou 139 jogos e nove golos ao serviço do
Sporting,
enquanto Jorge apenas representou a equipa principal dos
leões,
então às ordens de
Laszlo Bölöni,
em duas partidas – atuou os 90 minutos numa derrota em Braga para o campeonato
(1-2), a 13 de outubro de 2001, e entrou a quatro minutos do fim num triunfo em
Alvalade
sobre o Vilanovense (3-1) para a
Taça
de Portugal, no dia 17 do mês seguinte. Esteve ainda inscrito na ficha de
jogo por mais duas vezes, mas não foi utilizado na receção ao
Santa
Clara para o campeonato (0-0) nem numa visita ao
Alverca
para a
Taça
(0-0).
“Nessa altura, o
Sporting
tinha grandes equipas, quer a A, quer a B. A equipa principal tinha craques
como João Pinto,
Sá
Pinto, Pedro Barbosa, Jardel,
André
Cruz, César Prates. Depois apareciam jogadores da B como eu,
Quaresma,
Hugo Viana,
Custódio,
Beto.
Foram tempos espetaculares”, recordou ao
Maisfutebol
em maio de 2022.
Até aí, o percurso de Jorge foi
muito idêntico ao de Luís. Fez quase toda a formação no clube da terra,
O
Elvas, e jogou uma época pela equipa principal
emblema
raiano na II Divisão B, em 1997-98, antes de se mudar para o
Estoril,
que representou entre 1998 e 2000.
No verão de 2000, curiosamente na
mesma altura em que Luís se transferiu do
Sporting
para o
Nápoles,
Jorge assinou contrato pelos
leões,
tendo feito toda a época 2000-01 e grande parte da temporada seguinte na equipa
B, pela qual atuou em 65 jogos ao longo desses dois anos.
Embora tivesse acabado de vencer
a dobradinha, em 2002-03 decidiu prosseguir a carreira na… III Divisão,
voltando ao
O
Elvas.
Ainda assim, conseguiu relançar a
carreira e regressar às ligas profissionais. Em 2003-04 ajudou o
Olhanense
a subir à
II
Liga, patamar em que competiu nas duas épocas que se seguiram ao serviço
dos
algarvios.
“O tempo em Olhão também foi muito bom. O Paulo Sérgio, que tinha sido meu
colega no
Estoril,
convidou-me para ir para lá e fomos campeões da II Divisão B no primeiro ano”,
contou.
Em 2006-07 jogou novamente na
I
Liga, desta feita com a camisola do
Beira-Mar,
tendo voltado a ter como companheiro de equipa Mário Jardel.
Depois de dois anos em Aveiro e
meia temporada no
União
da Madeira, em 2009 prosseguiu a carreira no país das suas raízes, Angola, onde
vestiu a camisola do Recreativo da Caála. Em agosto de 2011 tornou-se mesmo
internacional A pelos
palancas
negras, tendo sido lançado num particular diante da
República
Democrática do Congo por um selecionador que lhe é literalmente muito familiar:
o irmão mais velho Lito.
“Considero que a minha carreira
foi boa. Sei que podia ter sido muito melhor, mas não sei de quem foi a culpa,
se foi minha ou de terceiros. Estou feliz por aquilo que fiz e muito grato pela
carreira que tive”, afirmou, em jeito de balanço.
Após pendurar as botas teve
algumas experiências como treinador e diretor desportivo. Foi adjunto e chegou
a treinador principal do Recreativo da Caála e desde 2023-24 que trabalha como
técnico nas camadas jovens do
O
Elvas. Paralelamente, explora juntamente com o também irmão mais velho
Toni
o bar da ARPI (Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos) e o restaurante
do Monte da Graça na cidade raiana.
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