quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

O outro Vidigal campeão pelo Sporting. Quem se lembra de Jorge Vidigal?

Jorge Vidigal chegou ao Sporting após despontar n'O Elvas
Quando pensamos em Vidigal campeão pelo Sporting, o nosso cérebro remete-nos automaticamente para o médio defensivo Luís Vidigal, internacional português com parte significativa da carreira feita em Itália e que foi um dos esteios da equipa que Augusto Inácio guiou à conquista do título nacional em 1999-00.
 
Mas Luís, nascido em 1973, não foi o único Vidigal campeão de leão ao peito. Também o irmão Jorge, quase cinco anos mais novo, recebeu uma faixa de campeão, mas relativa ao título nacional de 2001-02. Este lateral direito que, ao contrário do mano já nasceu em Elvas, venceu na mesma época uma Taça de Portugal, igualando o número de troféus que Luís ganhou com a camisola verde e branca – venceu também a Supertaça Cândido de Oliveira relativa ao ano de 1995.
 
A (enorme) diferença é que Luís somou 139 jogos e nove golos ao serviço do Sporting, enquanto Jorge apenas representou a equipa principal dos leões, então às ordens de Laszlo Bölöni, em duas partidas – atuou os 90 minutos numa derrota em Braga para o campeonato (1-2), a 13 de outubro de 2001, e entrou a quatro minutos do fim num triunfo em Alvalade sobre o Vilanovense (3-1) para a Taça de Portugal, no dia 17 do mês seguinte. Esteve ainda inscrito na ficha de jogo por mais duas vezes, mas não foi utilizado na receção ao Santa Clara para o campeonato (0-0) nem numa visita ao Alverca para a Taça (0-0).
 
“Nessa altura, o Sporting tinha grandes equipas, quer a A, quer a B. A equipa principal tinha craques como João Pinto, Sá Pinto, Pedro Barbosa, Jardel, André Cruz, César Prates. Depois apareciam jogadores da B como eu, Quaresma, Hugo Viana, Custódio, Beto. Foram tempos espetaculares”, recordou ao Maisfutebol em maio de 2022.
 
Até aí, o percurso de Jorge foi muito idêntico ao de Luís. Fez quase toda a formação no clube da terra, O Elvas, e jogou uma época pela equipa principal emblema raiano na II Divisão B, em 1997-98, antes de se mudar para o Estoril, que representou entre 1998 e 2000.
 
No verão de 2000, curiosamente na mesma altura em que Luís se transferiu do Sporting para o Nápoles, Jorge assinou contrato pelos leões, tendo feito toda a época 2000-01 e grande parte da temporada seguinte na equipa B, pela qual atuou em 65 jogos ao longo desses dois anos.
 
Embora tivesse acabado de vencer a dobradinha, em 2002-03 decidiu prosseguir a carreira na… III Divisão, voltando ao O Elvas.
 
Ainda assim, conseguiu relançar a carreira e regressar às ligas profissionais. Em 2003-04 ajudou o Olhanense a subir à II Liga, patamar em que competiu nas duas épocas que se seguiram ao serviço dos algarvios. “O tempo em Olhão também foi muito bom. O Paulo Sérgio, que tinha sido meu colega no Estoril, convidou-me para ir para lá e fomos campeões da II Divisão B no primeiro ano”, contou.
 
Em 2006-07 jogou novamente na I Liga, desta feita com a camisola do Beira-Mar, tendo voltado a ter como companheiro de equipa Mário Jardel.
 
Depois de dois anos em Aveiro e meia temporada no União da Madeira, em 2009 prosseguiu a carreira no país das suas raízes, Angola, onde vestiu a camisola do Recreativo da Caála. Em agosto de 2011 tornou-se mesmo internacional A pelos palancas negras, tendo sido lançado num particular diante da República Democrática do Congo por um selecionador que lhe é literalmente muito familiar: o irmão mais velho Lito.
 
“Considero que a minha carreira foi boa. Sei que podia ter sido muito melhor, mas não sei de quem foi a culpa, se foi minha ou de terceiros. Estou feliz por aquilo que fiz e muito grato pela carreira que tive”, afirmou, em jeito de balanço.
 
Após pendurar as botas teve algumas experiências como treinador e diretor desportivo. Foi adjunto e chegou a treinador principal do Recreativo da Caála e desde 2023-24 que trabalha como técnico nas camadas jovens do O Elvas. Paralelamente, explora juntamente com o também irmão mais velho Toni o bar da ARPI (Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos) e o restaurante do Monte da Graça na cidade raiana.








  

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