O elvense que cresceu em Guimarães, foi campeão pelo FC Porto e chegou à seleção. Quem se lembra de Sereno?
Sereno somou duas internacionalizações pela seleção A
Defesa central alto (1,87 m) e
capaz de desenrascar também nas laterais do setor mais recuado, nasceu em Elvas
e começou a jogar futebol no Os Elvenses, tendo rumado ao O
Elvas já enquanto júnior.
Em 2004-05 estreou-se na equipa
principal do histórico
emblema raiano, na antiga III Divisão, e destacou-se ao ponto de ter dado o
salto para o Vitória
de Guimarães no final da época. Até se afirmar no Dom Afonso
Henriques teve muito que penar. Em 2005-06 esteve cedido ao Famalicão
e na temporada seguinte foi pouco utilizado na campanha que culminou na promoção
à I
Liga. Em 2007-08 estreou-se finalmente
no primeiro
escalão do futebol português e formou com Geromel uma excelente dupla de
centrais que ajudou os vimaranenses
então orientados por Manuel Cajuda a obter um brilhante terceiro lugar no
campeonato e o consequente apuramento para as pré-eliminatórias de acesso à
fase de grupos da Liga
dos Campeões. No final dessa época estreou-se por uma seleção nacional, no
caso a de sub-21.
A temporada seguinte ficou
marcada por uma grave lesão no tendão rotuliano do joelho esquerdo que o afastou
dos relvados entre setembro de 2008 e abril de 2009, tendo sido utilizado em
apenas seis jogos. Ainda assim, somou uma internacionalização pela seleção B em
abril de 2009. Em 2009-10 voltou a mostrar-se em
bom plano, ao ponto de se ter transferido para os espanhóis do Valladolid em
janeiro de 2010, rendendo 300 mil euros aos cofres do Vitória.
Embora tivesse sido utilizado com
alguma regularidade em Espanha, tendo atuado os 90 minutos numa derrota às mãos
do Barcelona
de Guardiola e Messi em Camp Nou e num desaire ante o Atlético
Madrid de David De Gea, Tiago, Forlán e Simão
Sabrosa no Vicente Calderón, coletivamente as coisas correram-lhe mal: o
Valladolid desceu de divisão. Mas como há males que vêm por
bem, no verão de 2010 ficou livre para assinar pelo FC
Porto, tendo feito parte da equipa que, sob a liderança de André
Villas-Boas, venceu campeonato, Taça
de Portugal e Liga
Europa. Embora tivesse estado na ficha de jogo em nove partidas da prova
europeia, incluindo na segunda-mão da meia-final no terreno do Villarreal,
não chegou a somar minutos na competição. Entretanto perdeu espaço no
plantel portista
então já comandado por Vítor Pereira, face à concorrência de Rolando, Otamendi,
Maicon e Mangala, foi emprestado aos alemães do Colónia
em 2011-12 e jogou com bastante regularidade na Bundesliga,
o que lhe valeu a primeira convocatória à seleção
A em outubro de 2011. Voltou a ser chamado para particulares
em agosto de 2012 e fevereiro de 2013 e para partidas da fase qualificação para
o Mundial 2014 em outubro de 2012 e março de 2013, mas só conseguiu estrear-se a
10 de junho de 2013, numa vitória sobre a Croácia num jogo de preparação (1-0),
depois de uma época em que voltou ao Valladolid, por empréstimo do FC
Porto.
Tornaria a ir a jogo pela seleção
em outubro do mesmo ano, desta feita a doer, numa vitória sobre o Luxemburgo no
fecho da fase de apuramento para o Campeonato do Mundo, numa altura em que já
representava os turcos do Kayserispor. Depois de dois anos na Turquia, voltou
à Alemanha para vestir a camisola do Mainz, mas não chegou a estrear-se,
muito por culpa de uma cirurgia à púbis que o afastou vários meses dos
relvados. Na reta final da carreira representou
os indianos do Atlético de Kolkata e do Chennaiyin, tendo sido campeão por
ambos, e os espanhóis do Almería na II Liga. Haveria de se despedir dos
relvados em 2018, aos 32 anos. “Saí de Elvas com 19 anos. Nessa
altura treinava uma vez por semana. Chegar onde cheguei, uma coisa que muito
pouca gente conseguia… E eu consegui. Estou muito feliz pela carreira que fiz.
(…) Tive muitas lesões durante a minha vida e mesmo assim estou muito feliz com
o que consegui. Não tirava nada”, afirmou ao Maisfutebol
em dezembro de 2016. Desde que se retirou que tem
feito carreira no dirigismo, tendo sido vice-presidente e presidente da SAD do Vilafranquense
e do sucessor AVS.
Sem comentários:
Enviar um comentário