França conquistou o seu primeiro título europeu em 2000
Pela primeira vez na história, em
2000 o Campeonato
da Europa foi vencido pela seleção que tinha o estatuto de campeã mundial: A
França
de Zinédine
Zidane, Laurent Blanc, Patrick Vieira, Marcel Desailly, Lilian Thuram,
Thierry Henry, Didier Deschamps, Fabien Barthez, Bixente Lizarazu, David
Trezeguet e companhia. Enfim, só craques.
Mas essa não foi a única
novidade. Também pela primeira vez, a UEFA entregou a organização a dois países,
Holanda
e Bélgica,
que assim pouparam na despesa de uma eventual organização a solo e se pouparam à…
fase de qualificação. Os belgas
haveriam de tornar-se, de resto, na primeira seleção anfitriã a não passar a
fase de grupos de um Europeu. Apesar do estatuto de campeã
mundial, a fase de qualificação não foi propriamente um passeio para a França.
À entrada para a última jornada, les
bleusocupavam o terceiro lugar do Grupo 4, com os mesmos 18 pontos que
a Rússia,
que era segunda classificada, e menos um ponto que a líder Ucrânia.
E nessa derradeira jornada, os gauleses
sofreram para bater a Islândia no Stade de France (3-2), ao passo que russos
e ucranianos
empataram entre si em Moscovo. Ou seja, verificou-se a única conjugação de
resultados possível de apurar os franceses
diretamente, em primeiro lugar. Arménia e Andorra eram as outras seleções desse
grupo de apuramento.
Quem também se apurou diretamente
foi Portugal,
como melhor segundo classificado dos nove grupos, tendo ficado atrás da Roménia
no Grupo 7. Na fase final, França
ficou alocada no Grupo D, juntamente com a anfitriã Holanda,
a vice-campeã europeia República
Checa e uma Dinamarca
que oito
anos antes havia conquistado o título continental. Na primeira jornada, a seleção
comandada por Roger Lemerre bateu a Dinamarca
em Bruges por esclarecedores 3-0. Blanc abriu o ativo aos 16 minutos e Wiltord
fechou as contas aos 90’, mas o grande momento desse jogo foi o lance do
segundo golo, um slalom de 70 metros de Henry.
Cinco dias depois, França
voltou a Bruges para defrontar a República
Checa. Sofreu um pouco mais, mas voltou a sair vitoriosa (2-1). Henry
inaugurou o marcador aos sete minutos, mas Karel Poborsky, que na altura jogava
no Benfica,
empatou aos 35’ na conversão de uma grande penalidade. À passagem da hora de
jogo, o recém-entrado Djorkaeff apontou o golo da vitória.
Como França
e Holanda
somaram seis pontos e República
Checa e Dinamarca
nenhum nos dois primeiros jogos, gauleses
e holandeses
partiram para a última jornada já apurados para os quartos de final e
apresentaram segundas linhas quando se defrontaram em Amesterdão. Num jogo
aberto, les
bleus estiveram por duas vezes em vantagem, graças aos golos de Dugarry
(8 minutos) e Trezeguet (30’), mas Kluivert (14’) e Frank de Boer
restabeleceram a igualdade (51’), tendo Zenden apontado o 3-2 final para a seleção
laranja (59’).
Nos quartos de final França
defrontou a vizinha Espanha,
numa reedição da final do Euro
1984, mas desta vez em terreno neutro (Bruges, na Bélgica). Tal como 16
anos antes, o golo inaugural foi apontado na execução de um livre direto por
parte do camisola 10 francês,
desta feita Zidane
e não Platini
(aos 33 minutos). Mendieta empatou pouco depois, na conversão de um penálti (38’).
Porém, ainda antes do intervalo Djorkaeff fez o 2-1 para os gauleses.
À beira do apito final de Pierluigi Collina, la
roja teve a hipótese de empatar o encontro e adiar a decisão para
prolongamento, mas Raúl falhou uma grande penalidade, atirando a bola para as
nuvens.
A final, ao contrário do que
costuma acontecer, foi disputada não na capital de um dos países organizadores,
que seria Bruxelas ou Amesterdão, mas sim na cidade holandesa de Roterdão,
entre França
e uma Itália
orientada por Dino Zoff e com craques como Fabio Cannavaro, Alessandro Nesta,
Paolo Maldini, Demetrio Albertini, Alessandro Del Piero e Francesco Totti.
Depois de uma primeira parte sem golos, Delvecchio adiantou a seleção
transalpina ao minuto 55, após cruzamento de Pessotto. Já nos derradeiros
instantes da partida e numa fase em que os franceses
davam tudo por tudo, Wiltord empatou o jogo (90+1’), atirando a decisão para
prolongamento. Aos 103’, Trezeguet disparou para o fundo das redes de Toldo, assistido
por Pires, marcando assim o golo de ouro que decidiu a final.
Os campeões
Guarda-redes: Bernard Lama
(Paris
Saint-Germain), Fabien Barthez (Mónaco)
e Ulrich Ramé (Bordéus) Defesas: Vincent Candela (Roma),
Bixente Lizarazu (Bayern),
Laurent Blanc (Inter),
Marcel Desailly e Frank Lebœuf (ambos Chelsea)
e Lilian Thuram (Parma) Médios: Patrick Vieira e Emmanuel
Petit (ambos Arsenal),
Youri Djorkaeff (Kaiserslautern), Didier Deschamps (Chelsea),
Zinédine
Zidane (Juventus),
Robert Pires (Marselha),
Johan Micoud (Bordéus)
e Christian Karembeu (Real
Madrid) Avançados: Nicolas Anelka
(Real
Madrid), Sylvain Wiltord e Christophe Dugarry (ambos Bordéus),
Thierry Henry (Arsenal)
e David Trezeguet (Mónaco) Selecionador: Roger
Lemerre
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