sábado, 16 de julho de 2022

Aloísio Neto, um brasileiro com “qualidade técnica” acima da média para central

Aloísio Neto assinou por dois anos pelo Vitória FC
Recrutado ao Marítimo na sequência das boas campanhas ao serviço da equipa B dos madeirenses no Campeonato de Portugal, o brasileiro Aloísio Neto é defesa central, mas o que quem conhece o reforço do Vitória de Setúbal mais lhe destaca é a qualidade técnica. “Com a qualidade técnica que tem, sempre lhe disse que não era defesa central”, refere Diogo Firmino, que partilhou o balneário com o novo jogador dos sadinos no Marítimo B entre 2017 e 2021, crendo que o antigo companheiro de equipa tem condições para jogar mais à frente.

“As principais qualidades dele é a calma a sair a jogar e a maturidade que apresenta”, descreve o atacante do Canelas 2010, questionado por O Blog do David. “É um bom central, que joga com o pé esquerdo. As melhores atuações dele foram quando a equipa jogava com três centrais, o que lhe dava liberdade para subir muito no terreno e executar bons cruzamentos e mudanças de flanco. É alto [1,86 m] e é forte no jogo aéreo”, acrescenta o treinador que o orientou nas últimas cinco temporadas nos bês madeirenses, Ludgero Castro.

Ainda que Aloísio chegue ao Bonfim a partir de uma divisão inferior, o Campeonato de Portugal, o ex-treinador e o antigo companheiro de equipa acreditam que o brasileiro se vai impor no eixo da defesa vitoriana. “Na Liga 3 terá melhor rendimento, porque não tanta pressão nem tanta porrada. Há mais espaço para jogar. De certeza que se vai sair muito bem”, acredita Ludgero Castro, corroborado por Diogo Firmino, que sabe bem o que é jogar na Liga 3: “Tenho a certeza de que se vai impor muito facilmente, ainda por cima numa equipa como a do Vitória.”

Ainda assim, Aloísio Neto necessita de “melhorar a agressividade e a comunicação, pois é muito calado no jogo”, aponta o seu ex-treinador. “Embora seja bom no jogo aéreo, penso que é o ponto que precisa mais de melhorar”, acrescenta o antigo companheiro de equipa.

Em termos de personalidade, Diogo Firmino elogia a “pessoa cinco estrelas e que está sempre a sorrir”. Ludgero Castro também diz que gosta muito do central brasileiro, uma “boa pessoa” e um “bom profissional”, recordando que “não foi por acaso” que lhe deu a braçadeira de sub-capitão. Contudo, o técnico recorda um amuo que valeu ao defesa a expulsão de um treino e o pagamento de uma multa. “Voltou muito bem, serviu de lição”, lembra o treinador de 66 anos.


Um dos destaques do Campeonato de Portugal em 2021-22

Escolhido para o onze ideal da temporada 2021-22 da Série do Campeonato de Portugal pelas páginas Cem Oportunidades e Campeonatos das Oportunidades, Aloísio Neto foi objeto de rasgados elogios por parte dos analistas responsáveis pela segunda. “Como dizem os nossos amigos brasileiros: não tem como! É que não tem mesmo maneira de perceber como é que Aloísio não tem lugar na equipa principal do Marítimo. Há cinco épocas nos insulares, ainda só fez cinco jogos e já foi há três anos. No entanto, este tempo todo foi o melhor ou um dos melhores jogadores da equipa B. Central canhoto com bastante mobilidade que se adapta muito bem a um esquema de três centrais, jogando pela esquerda ou até mesmo a lateral, dá qualidade ao futebol ofensivo. Se não for para ser aposta na equipa principal, Aloísio precisa de outras conquistas”, pode ler-se.

Nascido a 16 de agosto de 1997 (24 anos), Aloísio Soares Neto nasceu em Niterói, no estado do Rio de Janeiro, e entrou no futebol português pela porta dos juniores do Nacional em 2015-16. Na época seguinte representou o São Martinho, tendo depois ingressado no Marítimo. Ao longo de cinco anos, o central brasileiro atuou por 99 vezes pela equipa B e 16 pelos sub-23, além de ter participado em cinco partidas da equipa principal, todas em 2018-19, às ordens de Cláudio Braga, primeiro, e Petit, depois.


Um indicador de um sistema de três centrais?

A contratação de Aloísio Neto aumentou o número de defesas centrais no plantel do Vitória para quatro, num lote em que também constam os nomes de Adama François, Matheus Stockl e o igualmente reforço João Freitas.

Tendo em conta que a época foi planeada a contar com Bruno Almeida, que os treinadores habitualmente gostam de um grupo com dois jogadores por posição, que José Semedo também pode atuar no eixo defensivo, os elogios de Ludgero Castro a Aloísio quando este jogava num sistema de três centrais, a possibilidade de Tiago Melo também atuar como central numa linha de três, as características ofensivas dos laterais contratados e a experiência extremamente positiva do técnico Micael Sequeira como adjunto de Rúben Amorim de Sp. Braga em 2019-20, serão estes sinais de que o Vitória vai novamente apresentar-se num sistema com três centrais? Recorde-se que uma estrutura idêntica já havia sido implementada por Filipe Moreira na temporada passada, ainda que numa fase bastante adiantada da época e sem que tivesse estabelecido algo que se assemelhasse a um onze-base.
















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