terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Os 10 internacionais angolanos que jogaram na Liga dos Campeões

Uma dezena de futebolistas angolanos disputou a Champions
A Taça dos Campeões Europeus foi fundada em 1955 e desde então que dezenas e dezenas de jogadores nascidos em Angola ou com origem angolana têm disputado a competição, mas se contabilizarmos apenas os que jogaram pelos Palancas Negras, que tiveram o seu primeiro encontro oficial em 8 de fevereiro de 1976, apenas dez disputaram a Champions.

Os dois primeiros internacionais angolanos a atuar na principal competição europeia de clubes estiveram quase a ganhá-la logo no ano de estreia, em 1989-90, e foram os únicos deste lote a participar na prova quando esta ainda se chamava Taça dos Campeões Europeus. Daí para cá, o melhor que um internacional angolano conseguiu foi atingir os quartos-de-final. Porém, nenhum efetuou mais de oito partidas e 568 minutos na liga milionária.

Vale por isso a pena conhecer esta lista restrita.


10. Genséric Kusunga (4 minutos)

Genséric Kusunga
Nascido em Genebra, na Suíça, mas com raízes na Suazilândia e em Angola, este defesa central tinha 23 anos e jogava no Basileia quando entrou nos minutos finais das partidas na vitória caseira sobre o Manchester United (2-1) e no empate na Luz diante do Benfica (1-1), na fase de grupos de 2011-12.
Na época anterior, tinha sido suplente não utilizado nos encontros com Bayern Munique e Roma, mas estreia ficou adiada.
Curiosamente, só começou a representar Angola em maio de 2014, quando atuava pelo Oldham Athletic, no terceiro escalão do futebol inglês. Antes também representou o Servette, clube que o formou, e depois jogou com as camisolas dos portugueses do União da Madeira e dos escoceses do Dundee FC. Agora representa o Cova da Piedade, na II Liga lusa.


9. Luís Miguel (91 minutos)

Luís Miguel
Luís Miguel apenas jogou 91 minutos (distribuídos por dois jogos) na Liga dos Campeões, mas ainda assim conseguiu marcar um golo, ao serviço do Sporting, numa derrota no terreno do Mónaco (2-3) na fase de grupos de 1997-98 em que cumpriu os 90 minutos. 21 dias antes, a 5 de novembro de 1997, estreou-se ao entrar a um minuto do fim numa goleada sofrida na visita ao Bayer Leverkusen (1-4), quanto tinha 26 anos.
Três meses depois, em fevereiro de 1998, representou Angola na Taça das Nações Africanas que decorreu no Burquina Faso, tendo atuado nos jogos frente a África do Sul (0-0), Namíbia (3-3) e Costa do Marfim (2-5).
Embora tenha nascido em Luanda, fez toda a carreira em Portugal: Amarante (1989 a 1992), Desp. Aves (1992 a 1995), Sporting (1995 e 1998), Sp. Braga (1998 a 2002), Paços de Ferreira (2002 a 2004) e Felgueiras (2014-15).



8. Mantorras (103 minutos)

Mantorras
Nascido em Luanda, Pedro Mantorras disputou oito jogos na Liga dos Campeões, mas no total somou apenas 103 minutos, todos com a camisola do Benfica e na condição de suplente utilizado, em 2005-06 e 2006-07.
Assolado por uma lesão no joelho direito que condicionou o seu futebol em dezembro de 2002, quando tinha apenas 20 anos, o avançado internacional angolano esteve afastado dos relvados durante dois anos e desde então que ficou remetido para o papel de arma secreta para os últimos minutos das partidas.
Embora os problemas físicos tivessem limitado a sua carreira, foi no Benfica que passou a maior parte do seu trajeto profissional, entre 2001 e 2011. Antes jogou no Progresso Sambizanga (1998) e no Alverca (1999 a 2001).
Em termos de seleção angolana foi 31 vezes internacional e apontou cinco golos entre 2000 e 2010, tendo disputado o Mundial 2006 e a Taça das Nações Africanas em 2006 e 2010, já depois de ter participado no Campeonato do Mundo de sub-20 em 2001.



7. Igor Vetokele (135 minutos)

Igor Vetokele
Natural de Oostende, na Bélgica, mas filho de pais angolanos, o avançado Igor Vetokele jogou por duas vezes na Liga dos Campeões, ambas em 2013-14, ao serviço do Copenhaga. A estreia aconteceu em outubro de 2013, numa derrota no terreno do Galatasaray (1-3), tendo saído ao intervalo. Dois meses depois cumpriu os 90 minutos num desaire caseiro diante do Real Madrid (0-2). Na mesma edição, foi suplente não utilizado na visita aos espanhóis e na receção aos turcos.
Esses momentos e essa época, na qual apontou 13 golos, foram os pontos altos da carreira de um atacante que ainda vai a tempo de regressar à Champions, uma vez que tem apenas 27 anos de idade. Porém, essa tarefa adivinha-se difícil, uma vez que atua na II liga belga ao serviço do Westerlo.
Foi na Bélgica, país pelo qual foi internacional nas camadas jovens, que fez grande parte da carreira, tendo ainda passado por Gent (2010-11), Cercle Brugge (2011 e 2012), FC Copenhaga (2012 a 2014), Charlton (2014 a 2019), Zulte Waregem (2016) e Sint-Truiden (2017 e 2018).
Pelos Palancas Negras atuou sete vezes entre 2014 e 2019, não tendo apontado algum golo.


6. Djalma (162 minutos)

Djalma
Mais um jogador natural de Luanda e internacional por Angola que ouviu o hino da Liga dos Campeões em campo. No caso de Djalma, ao serviço do FC Porto na fase de grupos de 2011-12, tendo feito a estreia na condição de suplente utilizado, na receção ao Shakhtar Donetsk em setembro de 2011 (2-1). Depois não saiu do banco na visita ao Zenit e no duplo confronto com o APOEL, mas foi titular nos dois últimos jogos, na deslocação ao terreno do Shakhtar (2-0) e no empate com o Zenit no Dragão (0-0), tendo sido substituído a meio da segunda parte em ambos os encontros, numa fase em que tinha 24 anos.
Filho do antigo avançado internacional angolano Abel Campos, que passou por Petro de Luanda, Benfica, Estrela da Amadora, Sp. Braga e Alverca, entre outros, é um dos oito jogadores angolanos que marcaram presença em quatro Taças das Nações Africanas (2010, 2012, 2013 e 2019). Atualmente é capitão da seleção angolana, pela qual leva 48 jogos e oito golos.
Além do FC Porto (2011 e 2012), também passou por Marítimo (2006 a 2011), Kasimpasa (2012-13), Konyaspor (2013 a 2015), Gençlerbirligi (2015-16), PAOK (2016 a 2018) e Alanyaspor (desde 2018).


5. Carlos (270 minutos)

Carlos
Natural de Kinshasa, no antigo Zaire, mas filho e neto de angolanas, Carlos tocou o céu em 2006-07, quando representou o Steaua Bucareste na fase de grupos da Liga dos Campeões. Na estreia, ajudou a formação romena a golear o Dínamo Kiev na Ucrânia (4-1), mas saiu derrotado nos encontros seguintes, diante de Lyon (0-3) e Real Madrid (1-4), aos 25 anos.
Esse foi o momento alto de uma carreira longa, feita em grande parte em Portugal, ao serviço de Vilafranquense (1997 a 2001 e 2017-18), Campomaiorense (2001-02), Amora (2002-03), Felgueiras (2003-04), Boavista (2005 a 2008), Rio Ave (2009-10), Feirense (2012-13), Moreirense (2013-14), Limianos (2018-19) e Amarante (desde 2019). Em Angola defendeu a baliza do Recreativo da Caála (2015 e 2016), tendo ainda passado pelos romenos do Steaua Bucareste (2006 e 2007), pelos iranianos do Foolad (2008 e 2009) e pelos turcos do Bucaspor (2010 a 2012).
Ao serviço da seleção angolana disputou 18 encontros entre 2009 e 2012, incluindo quatro no CAN 2010 e dois no CAN 2012.



4. Abel Campos (312 minutos)

Abel Campos
Pai de Djalma, foi o primeiro internacional angolano a disputar a Liga dos Campeões – na altura ainda se chamava Taça dos Campeões Europeus – e esteve perto de a conquistar em 1989-90 com a camisola do Benfica, quando tinha 27 anos.
A estreia aconteceu a 13 de setembro de 1989, tendo sido titular no triunfo na Irlanda do Norte frente ao Derry City (2-1), na primeira ronda. Voltou a jogar de início no encontro da Luz (4-0) e em ambos os duelos frente aos húngaros do Budapest Honvéd na segunda eliminatória (2-0 e 7-0), tendo marcado o segundo golo na goleada na Luz. Nos quartos de final entrou a cinco minutos na vitória caseira sobre os ucranianos do Dnipro (1-0) e não voltou a ser utilizado, tendo falhado os encontros das meias-finais diante do Marselha e a final perdida para o AC Milan. No total, foi utilizado em 312 minutos, distribuídos por cinco jogos.
Esse foi o ponto alto de uma carreira marcada por essa passagem pelo Benfica (1988 e 1990). Antes jogou no Petro de Luanda (1982 a 1988) e depois no Estrela da Amadora (1990-91), Sp. Braga (1991-92), Benfica Castelo Branco (1992-93), Alverca (1995 e 1996) e pelos indonésios do Gelora Dewata (1994) e do PSIS Semarang (1997 e 1998).
A seleção angolana só surgiu mais tarde, em 1996, para este extremo natural de Luanda. Nesse ano, esteve na primeira presença dos Palancas Negras na Taça das Nações Africanas.



3. Dominique Kivuvu (360 minutos)

Dominique Kivuvu
Nascido em Amesterdão, na Holanda, mas com ascendência angolana, mas foi o Cluj que lhe abriu as portas da Liga dos Campeões em 2010-11. Ao serviço do clube romeno, este médio defensivo foi utilizado em quatro dos seis jogos da fase de grupos dessa época, diante de Roma (1-2 e 1-1), Bayern Munique (2-3) e Basileia (0-1), cumprindo os 90 minutos em todos, quando tinha 23 anos.
Esse foi o ponto alto de uma carreira feita em grande parte na Holanda, onde passou por Telstar (2005-06), NEC (2006 a 2010), FC Oss (2016-17), DOVO Veenendaal (2017-18) e VV DUNO (2018-19). Em Angola jogou ao serviço do Kabuscorp e do Progresso Sambizanga (ambos em 2015) e também passou pelos romenos do Cluj (2010 a 2013) e pelos suecos do Mjallby (2012).
Pela seleção angolana atuou 11 vezes entre 2009 e 2012, tendo apontado um golo num particular frente a Moçambique na despedida. Antes foi internacional sub-20 pela Holanda.


2. Vata (405 minutos)

Vata
Se Abel Campos foi o primeiro internacional angolano a jogar na Taça/Liga dos Campeões, Vata estreou-se na competição no mesmo encontro do que o compatriota e tornou-se no primeiro a marcar na prova e a jogar uma final da Champions. Na edição de 1989-90, o avançado nascido em Damba, na província do Uíge, disputou sete encontros, três dos quais na condição de titular, e apontou quatro golos: um na vitória na Luz sobre o Derry City (4-0), dois na goleada caseira ao Budapest Honvéd (7-0) e por fim o célebre golo com a mão ao Marselha que garantiu a passagem à final (1-0).
Esse foi o auge de uma carreira iniciada em Angola, no Progresso Sambizanga (1980 a 1984) e concluída na Indonésia, ao serviço do Gelora Dewata (1996-97 e 1999-00). Pelo meio, além da passagem pelo Benfica (1988 a 1991), jogou no Varzim (1984 a 1988), no Estrela da Amadora (1991-92), no Torreense (1992-93), nos malteses do Floriana (1993-94) e nos indonésios do Persija (1998-99).
Pela seleção angolana disputou 65 jogos e marcou 20 golos entre 1985 e 1993.



1. Clinton Mata (568 minutos)

Clinton Mata
Filho de pai angolano e mãe congolesa, Clinton Mata nasceu a 7 de novembro de 1992 em Verviers, na Bélgica, e é nesse país que tem feito carreira. Em 2018-19, depois de passagens pelo Eupen, Charleroi e Genk, estreou-se na Liga dos Campeões com a camisola do Club Brugge, tendo participado em quatro jogos da fase de grupos. O primeiro jogo foi no Wanda Metropolitano, entrando aos 56 minutos derrotado às mãos Atlético Madrid (1-3). Depois defrontou Mónaco em casa e fora (1-1 e 4-0) e o Borussia Dortmund na Alemanha (0-0).
Nesta época voltou a jogar quatro vezes na competição, todas na condição de titular, participando nos duelos com Galatasaray (0-0 em casa e 1-1 fora), Real Madrid (2-2 no Bernabéu) e Paris Saint-Germain (0-5 em casa).
Feitas as contas, contabiliza oito encontros e 568 minutos na Champions, números que poderão aumentar, uma vez que este lateral direito ainda tem 27 anos e Club Brugge está bem encaminhado para se tornar novamente campeão belga nesta temporada.
Em termos de seleção angolana soma oito internacionalizações, mas não representa os Palancas Negras desde junho de 2016, embora tivesse sido pré-convocado para o CAN 2019.













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