segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Jaguaré, o brasileiro que foi o primeiro guarda-redes a usar luvas em Portugal

Jaguaré defendeu a baliza do Sporting em 1935-36
Um pioneiro. Um dos primeiros três brasileiros da história do Sporting, reforçou os leões em novembro de 1935, aos 30 anos, trazendo no currículo três internacionalizações pela seleção canarinha e uma passagem pelo Barcelona.
 
Esteve cerca de meio ano em Portugal, até abril de 1936, tempo suficiente para ficar na história como o primeiro guarda-redes a usar luvas no futebol luso – já o havia sido no Brasil – e a iniciar as modas de cuspir na bola antes dos penáltis e de provocar adversários nos balneários. A cuspidela deu jeito num dérbi, quando confundiu o avançado benfiquista Aníbal José, que primeiro atirou por cima e depois para defesa do goleiro após o árbitro mandar repetir o pontapé. Por causa disso, meteu-se em problemas com os jogadores encarnados já nas cabines.
 
Desportivamente atuou por sete vezes pelo Sporting e conquistou um Campeonato de Lisboa, mas a passagem pelo nosso país acabou apenas por servir de ponte de passagem para o Marselha, até porque os verde e brancos apostaram no jovem Azevedo (20 anos).
 
Antes da estadia em Lisboa, impôs-se na baliza do Vasco da Gama entre 1928 e 1931, tendo vencido o campeonato carioca em 1929. Numa digressão pela Europa, deu nas vistas e foi logo contratado pelo Barça, tornando-se no primeiro negro a jogar pelos catalães.
 
Posteriormente, ganhou o campeonato francês em 1937 e a Taça de França em 1938 pelo Marselha e voltou a Portugal para defender as balizas de Académico do Porto (1938-39) e Leça (1940 a 1942).
 
Carismático e protagonista de histórias recheadas de mística e humor – umas comprovadamente verdadeiras, outras nem tanto… –, trabalhou como estivador e morreu precocemente em agosto de 1946, aos 41 anos, num hospital psiquiátrico no Brasil. 



 
 
 




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