quinta-feira, 17 de julho de 2025

Recorde aqui grandes jogos dos Mundiais

Campeonato do Mundo teve primeira edição em 1930
Surpresas completamente inesperadas, triunfos históricos e inéditos, reviravoltas épicas, duelos com contexto político, jogos marcados por golos bonitos e emblemáticos, defesas, fintas, jogadas ou expulsões que ficaram na memória, gerações de ouro que ficaram pelo caminho e muito mais. Tem sido esta a toda dos Campeonatos do Mundo.
 
Recorde aqui alguns dos grandes jogos da história da prova.
 

17/07/1994 – Final
Brasil 0-0 (3-2 g.p.) Itália
Num duelo entre duas seleções que procuravam sagrar-se tetracampeãs mundiais, Brasil e Itália reeditaram a final de 1970 e protagonizaram a única final sem golos da história dos Campeonatos do Mundo.
Num jogo marcado pela presença de um calor sufocante no Estádio Rose Bowl, nos arredores de Los Angeles, e pela ausência de grandes oportunidades de golo, o único momento de grande perigo foi quando o guarda-redes italiano Pagliuca viu a bola ressaltar no poste e voltar para as suas mãos.
O nulo no final dos noventa minutos e no final do prolongamento obrigou ao recurso ao desempate por grandes penalidades pela primeira vez numa final de um Mundial. O escrete foi mais forte na marca dos onze metros e venceu por 3-2, tendo o penálti decisivo sido falhado pelo grande craque dos transalpinos, Roberto Baggio, que atirou a bola para as nuvens e deu o quarto título mundial ao Brasil.
 
 


21/06/1998 – 2.ª jornada da fase de grupos
Numa altura de alguma tensão entre Estados Unidos e Irão, quis o destino que as seleções de ambos os países ficassem alojadas no mesmo grupo (F) do Mundial 1998, juntamente com Alemanha e Jugoslávia.
Na génese do conflito estava a revolução iraniana que depusera o Xá pró-EUA em 1979, o que levou o ayatollah Khamenei a instruir os jogadores a não cumprimentar os adversários americanos antes do jogo. Mas o que aconteceu ainda foi mais simbólico do que apertos de mão: os futebolistas iranianos deram a cada jogador americano um ramo de rosas brancas, símbolo de paz no Irão, e os atletas de ambas as seleções tiraram uma fotografia de grupo juntos. “Fizemos mais em 90 minutos do que os políticos em 20 anos”, disse o defesa norte-americano Jeff Agoos.
O menos importante até acabou por ser o resultado, uma vitória por 2-1 do Irão que deixou os Estados Unidos automaticamente eliminados. Hamid Estili (40 minutos) e Mehdi Mahdavikia (84’) marcaram para os persas, ao passo que Brian McBride reduziu para os estado-unidenses à beira do tempo de compensação (87’).
 

21/06/2002 – Quartos de final
Uma final antecipada do Mundial 2002, entre uma Inglaterra orientada por Sven-Göran Eriksson que tinha o Bola de Ouro em título, Michael Owen, e um dos melhores e mais mediáticos jogadores daquele tempo, David Beckham; e um Brasil comandado por Luiz Felipe Scolari com o “Trio R”: Rivaldo, Ronaldo e Ronaldinho.
Começaram melhor os ingleses, com Lúcio a dominar mal a bola em zona proibida e a isolar o supersónico Owen, que bateu Marcos aos 23 minutos.
escrete chegou ao empate ao cai do pano da primeira parte, por Rivaldo (45+2’), após grande cavalgada e assistência de Ronaldinho, que reforçou o protagonismo no início do segundo tempo, ao fazer o 2-1 para a canarinha através de um livre direto em zona lateral que apanhou o guarda-redes adversário, David Seaman, completamente desprevenido (50’).
 
 


17/06/2006 – 2.ª jornada da fase de grupos
Após bater Angola (1-0) no arranque do Mundial 2006, a seleção portuguesa comandada por Luiz Felipe Scolari garantiu o apuramento para os oitavos de final logo na segunda jornada, ao vencer o Irão por 2-0 em Frankfurt.
Depois de Deco ter inaugurado o marcador para a equipa das quinas através de um grande remate de fora da área, aos 63 minutos, Cristiano Ronaldo, então um jovem extremo de 21 anos, assumiu a execução de uma grande penalidade – apesar de o habitual executante, Luís Figo, ainda se encontrar em campo – e apontou, aos 80’, o seu primeiro golo em Campeonatos do Mundo.
 
 


22/06/2006 – 3.ª jornada da fase de grupos
A história dos mundiais também se faz de erros de arbitragem e de momentos inusitados.
No decisivo Croácia-Austrália do Mundial 2006, num encontro em que estava em jogo o apuramento para os oitavos de final, o árbitro inglês Graham Poll cometeu um erro grave, ao expulsar o defesa croata Josip Simunic somente ao terceiro cartão amarelo. Depois de uma primeira admoestação aos 62 minutos, seguiu-se a segunda aos 90’ e a terceira já após o apito final. Esse erro só não teve consequências mais gravosas porque foi a principal prejudicada, a seleção australiana, que se apurou para a fase seguinte, enquanto os croatas caíram por terra.
Num jogo impróprio para cardíacos, a Croácia então orientada por Zlatko Kranjcar esteve por duas vezes em vantagem, graças aos golos de Srna aos quatro minutos e de Niko Kovac aos 56’, mas os socceroos fizeram o 1-1 por Craig Moore aos 39’ (de penálti) e o 2-2 por Harry Kewell aos 79’.
“Cerca de 20 minutos após o fim do jogo percebi que cometera um erro terrível. Um oficial da FIFA bateu à porta e disse-me que ‘havia um problema’. Fiquei devastado. Toda a gente fala do terceiro cartão amarelo, mas o segundo é que causou todos os problemas. O jogo foi espetacular. Muitas entradas, mas estava satisfeito com a forma como decorria. E estava em jogo um lugar na fase a eliminar para ambas as equipas, o que o tornava ainda mais entusiasmante. Estava equilibrado quando a Croácia ficou à frente por 2-1. Mas quando Kewell empatou, as entradas começaram a aumentar. Expulsei Brett Emerton [aos 87’] antes do fim a mostrei a Simunic o seu segundo amarelo mesmo antes de começar o tempo de compensação. No fim do jogo, com a Croácia eliminada, ele estava tão furioso que veio ter comigo e disse-me exatamente o que achava de mim, e foi aí que lhe mostrei o que eu achava ser o seu segundo cartão. Já tinha apitado vários jogos no torneio, com a Arábia Saudita e o Togo, e este foi sem dúvida um nível acima, mas também sabia, no fundo, que era a minha oportunidade de apitar uma final de um Mundial. Mais tarde fiquei a saber que esse jogo seria o meu seguinte no torneio, mas não podia voltar atrás no que acontecera. Mesmo que a FIFA me tivesse pedido, teria recusado. Ele [Simunic] acabou por me enviar uma camisola assinada através do melhor árbitro da Croácia. Espero que tenha sido um gesto de boa vontade, embora uma nota tivesse sido mais simpática. Mas dá jeito para limpar o carro”, recordou Graham Poll, citado pela revista FourFourTwo.
 
 


25/06/2006 – Oitavos de final
“A Batalha de Nuremberga”. Assim ficou conhecido o jogo quezilento entre Portugal e Países Baixos nos oitavos de final do Mundial 2006, que resultou na amostragem de 16 cartões amarelos e quatro vermelhos por parte do árbitro russo Valentin Ivanov.
Já depois de Maniche ter adiantado a equipa das quinas a meio da primeira parte (23 minutos), Costinha foi expulso à beira do intervalo devido à acumulação de amarelos (45’). Pouco depois da hora de jogo, foi a vez do defesa neerlandês Khalid Boulahrouz ter visto o segundo amarelo (63’).
Seguiu-se Deco, já no derradeiro quarto de hora (78’), e Giovanni van Bronckhorst ao cair do pano (90+5’). Inesquecível a imagem de ambos, então companheiros de equipa no Barcelona, sentados lado a lado a assistir aos últimos minutos da partida.
 


19/06/2014 – 2.ª jornada da fase de grupos
Um duelo entre duas equipas derrotadas na jornada inaugural do grupo da morte do Mundial 2014, disputado no Brasil: o Uruguai perdeu com a surpreendente Costa Rica (1-3), ao passo que Inglaterra sofreu uma derrota às mãos de Itália (1-2).
Num jogo em que a seleção celeste se apresentou com os ex-portistas Álvaro Pereira, Cristián Rodríguez no onze, com o lateral portista Jorge Fucile em campo a partir dos 78 minutos e Sebastián Coates nos derradeiros instantes, a figura maior foi o recém-sagrado melhor marcador da Premier League: Luis Suárez.
O então avançado do Liverpool bisou, com golos aos 39 e 85 minutos, ao passo que Wayne Rooney chegou a empatar para a seleção dos três leões aos 75’.
Na sequência deste resultado e do triunfo da Costa Rica sobre Itália (1-0), Inglaterra ficou sem hipóteses matemáticas de se apurar para os oitavos de final.
 


25/06/2018 – 3.ª jornada da fase de grupos
Ainda com tudo em aberto, a seleção portuguesa comandada por Fernando Santos partiu para a última jornada da fase de grupos na liderança do grupo B, com os mesmos quatro pontos de Espanha, enquanto o Irão de Carlos Queiroz ocupava o 3.º lugar, com três pontos.
Num jogo difícil, Ricardo Quaresma deu vantagem à equipa das quinas à beira do intervalo (45 minutos), graças a um remate espetacular de trivela, a sua imagem de marca, naquele que foi o seu primeiro golo em Campeonatos do Mundo.
No início da segunda parte, Portugal beneficiou de uma grande penalidade, mas Cristiano Ronaldo permitiu a defesa do guarda-redes Alireza Beiranvand (53’).
Ao cair do pano, Karim Ansarifard empatou para a seleção persa (90+3’) e fez com que a seleção lusa caísse para o segundo lugar do grupo, com Espanha a terminar na liderança.
 
 

em atualização



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