Hoje faz anos o lateral uruguaio cinco vezes campeão pelo FC Porto. Quem se lembra de Fucile?
Fucile disputou 160 jogos pelo FC Porto entre 2006 e 2013
Nem sempre foi um titular
indiscutível, até porque concorria com nomes como Bosingwa, Marek Cech,
Sapunaru, Cissokho, Álvaro Pereira, Danilo e Alex Sandro, mas Jorge Fucile foi
sempre uma presença relevante no plantel do FC
Porto entre o início da época 2006-07 e meio de 2011-12.
Embora fosse destro, era um
lateral capaz de oferecer competência em ambas as alas, tendo tirado proveito
dessa polivalência para somar um elevado número de jogos em quase todas as
temporadas. Contratado por 600 mil euros ao
Liverpool de Montevideu no verão de 2006, viveu no Dragão
anos recheados de conquistas, tendo engrossado o palmarés com cinco campeonatos
(2006-07, 2007-08,
2008-09, 2010-11 e 2011-12), três Taças
de Portugal (2008-09, 2009-10 e 2010-11), quatro Supertaças
(2007, 2009, 2011 e 2013) e uma Liga
Europa (2010-11).
A regularidade com que jogava no
futebol português permitiu-lhe ser uma opção regular para a seleção
principal do Uruguai, tendo feito parte das caminhadas até às meias-finais
da Copa América 2007 e do Mundial 2010.
Contudo, em 2011 sofreu uma
fratura da clavícula que o afastou das decisões finais da época 2010-11 e da
Copa América que a seleção
celeste viria a conquistar. E foi nesse ano que também começou a ter
alguns problemas com a estrutura portista, tendo sido emprestado ao Santos
em 2012. “Fui eu que decidi ir para o Santos,
porque achava que já tinha ganho praticamente tudo no FC
Porto. Faltou a Liga
dos Campeões”, contou em maio de 2019, em entrevista ao jornal O Jogo. No emblema paulista jogou ao lado
de Neymar,
mas em abril de 2012 sofreu uma grave lesão no joelho que o afastou dos
relvados até ao início do ano seguinte. Só voltou a jogar pelo FC
Porto em agosto de 2013, com Paulo Fonseca no comando técnico, mas foi
perdendo espaço entre as opções do treinador e, por se tratar de um jogador em
final de contrato, não voltou a jogar de dragão
ao peito, despedindo-se ao fim de 160 jogos e um golo. “O FC
Porto queria renovar o meu contrato, mas eu recusei, porque queria voltar a
jogar no meu país para jogar no Nacional
[de Montevideu]”, lembrou.
Após o vínculo terminar, esteve
no Mundial 2014 apesar de ter estado quase um ano sem jogar e disparou contra a
cúpula azul
e branca, tendo-a comparado a “uma monarquia absoluta”. “Já não estamos na
época da escravatura e isso era o que se passava no FC
Porto. Revoltei-me contra eles. Queriam decidir sobre a minha vida. Para
onde tinha de ir, onde tinha de jogar, e eu disse-lhes que sobre a minha vida
decido eu. Ameaçaram-me. Disseram que se eu não renovasse, não seria emprestado
e treinaria afastado do plantel principal. Não aceito esse tipo de injustiças”,
revelou à rádio Sport 890.
No regresso ao Uruguai ajudou o Nacional
a conquistar dois campeonatos (2014-15 e 2015-16), tendo ainda marcado presença
nas edições de 2015 e 2016 da Copa América. Retirou-se no final de 2020, aos 36
anos.
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