quinta-feira, 20 de março de 2025

O herói da primeira Taça de Portugal do Sp. Braga. Quem se lembra de Perrichon?

Perrichon marcou o golo que valeu a conquista da Taça de 1965-66
Durante quase 50 anos, o único grande troféu que o Sp. Braga tinha no palmarés era a Taça de Portugal conquistada em 1965-66. Na final do Jamor, os arsenalistas bateram o Vitória de Setúbal por 1-0, graças a um golo do avançado argentino Miguel Perrichon, o único estrangeiro do onze apresentado por Manuel Palmeira naquela tarde de 22 de maio.
 
“Foi um dia inesquecível. Lembro-me que o Vitória de Setúbal nos tinha ganho por muitos no campeonato [1-8 no Bonfim]. Repito, naquela altura o Sp. Braga era uma equipa pequena. Mas conseguiu ganhar esse jogo e é um imenso orgulho para mim estar na história do Sp. Braga”, recordou ao Maisfutebol em abril de 2012. “O meu golo foi um grande passe do Estevão, o adversário era um pouco lento e quando saiu o Félix Mourinho, foi a cobrar. Foi o golo mais belo do mundo! Mas não foi o Perrichon que deu a Taça ao Sp. Braga, foram 11 irmãos”, explicou ao mesmo portal em maio de 2015.
 
Esse golo já seria mais suficiente para elevar este atacante sul-americano ao estatuto de herói, mas há mais: marcou o golo que eliminou o Sporting no jogo de desempate nas meias-finais e antes havia faturado na goleada por 4-1 ao Benfica na primeira-mão dos quartos de final e somado um total de quatro remates certeiros no duplo confronto com o Lusitânia dos Açores nos oitavos de final.
 
Argentino de Córdoba que havia representado Talleres, Olimpo e Sporting Punta Alta no seu país, chegou a Portugal em 1964, na altura para o Boavista, então na II Divisão. No ano seguinte rumou à Cidade dos Arcebispos, onde deixou uma marca. Entre 1965 e 1967 amealhou 37 remates certeiros em 67 encontros oficiais, oito dos quais na caminhada vitoriosa dos bracarenses na Taça de Portugal em 1965-66 e três na Taça das Taças na época seguinte, naquela que foi a estreia do clube nas provas da UEFA.
 
 
Depois partiu para o México, voltou ao Boavista em 1971-72, passou pelo União de Coimbra e experimentou o futebol canadiano antes de regressar ao Sp. Braga em 1973-74 para jogar na II Divisão Nacional, tendo faturado por 13 vezes em 22 partidas oficiais.
 
Após essa segunda passagem pelo emblema minhoto foi despedir-se dos relvados nos Estados Unidos.
 
Em 2015 dedicava-se ao ramo da restauração na cidade de Irapuato, no México, a cerca de 700 quilómetros da capital daquele país.
 
 

   




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