O central paraguaio que brilhou em meio ano no Benfica. Quem se lembra de Gamarra?
Gamarra disputou 17 jogos pelo Benfica na primeira metade de 1997-98
Defesa central não muito alto
(1,80 m), mas de grande categoria, era um líder-nato e um ótimo recuperador de
bolas, começou a jogar futebol no Cerro Porteño em 1991 e rapidamente se impôs,
tendo sido importante para a conquista do campeonato paraguaio em 1992. Nesse
mesmo ano representou a seleção olímpica do seu país nos Jogos de Barcelona.
No início da temporada 1992-93
teve uma curta passagem pelos argentinos do Independiente,
mas depressa voltou à casa-mãe, ajudando a equipa de Assunção a atingir as meias-finais
da Taça
Libertadores em 1993. Paralelamente, alcançou em março de 1993 a primeira
de 110 internacionalizações pela seleção
principal do Paraguai, um recorde entretanto batido pelo também central
Paulo da Silva em 2013. Entretanto, começou a ganhar fama
noutros países da América do Sul, tendo sido contratado pelos brasileiros do Internacional
de Porto Alegre em 1995. Ao serviço do colorado
venceu apenas um Campeonato Gaúcho (1997), mas as boas atuações levaram-no a
ser considerado o melhor futebolista paraguaio do ano de 1997 pelo jornal Diario
ABC Color, um galardão que voltaria a ganhar no ano seguinte.
No verão de 1997 mudou-se pela
primeira vez para a Europa, para representar o Benfica.
Assinou um contrato de quatro anos e depressa se impôs no onze de Manuel José e
posteriormente de Graeme
Souness. Na primeira metade da época 1997-98 foi utilizado em 17 jogos em
todas as competições, sempre a titular, mas depois percebeu que o salário que
auferia era pouco condizente com a importância que tinha para a equipa. “Estava muito bem e joguei todos
os jogos. Só que quando me apercebi realmente das coisas, descobri que estava a
ganhar o salário de um menino que subia de amador para profissional. E eu tinha
contrato de quatro anos em que ficaria esses quatro anos com o mesmo salário. A
ganhar menos do que os meninos no primeiro ano de profissional. Conheci aquele
que seria o meu agente e disse-lhe: 'Se tiveres alguma coisa, leva-me daqui de
novo'. E apareceu o Corinthians”,
afirmou ao portal brasileiro Globoesporte em junho de 2019. Em janeiro de 1998 lá se mudou
para o Corinthians,
clube pelo qual se sagrou campeão brasileiro logo no ano de estreia e campeão
paulista em 1999.
Carlos Gamarra nunca saiu, porém,
do radar dos clubes europeus, até porque aparecia regularmente em fases finais
de torneios de seleções, nomeadamente as edições de 1993, 1995, 1997 e 1999 da
Copa América e o Mundial 1998, tendo inclusivamente sido eleito para a equipa
ideal do Campeonato do Mundo disputado em França.
Após a despromoção, Gamarra
voltou ao Brasil, desta feita representar o Flamengo,
que se comprometeu a pagar uma verba equivalente a 6,25 milhões de euros ao Atleti.
Ao serviço do mengão
venceu um campeonato carioca (2001), mas em 2001-02 voltou à Europa para
representar o AEK Atenas, tendo sido orientado por Fernando Santos numa época
em que venceu a Taça da Grécia.
Após ter estado em bom plano no Mundial
2002, do qual se despediu sem cometer uma falta mesmo tendo cumprido os 90
minutos em cada um dos quatro jogos do Paraguai,
deu aos 31 anos um salto que talvez já não esperasse nessa fase da carreira,
para o Inter
de Milão. Ao serviço dos nerazzurri
teve finalmente a possibilidade de jogar numa das cinco principais ligas
europeias, no caso a italiana,
e na Liga
dos Campeões. Não foi muito utilizado, tendo apenas disputado 44 encontros
divididos por três épocas, mas engrossou o palmarés com a conquista de uma Taça
de Itália (2004-05). Pelo meio arrecadou uma medalha de prata nos Jogos
Olímpicos de Atenas (2004). No verão de 2005 voltou ao Brasil
para representar um quarto clube nesse país, o Palmeiras,
tendo sido eleito para a equipa ideal do Brasileirão nesse ano. Em 2007, um ano após ter disputado
o terceiro Mundial da carreira, regressou ao Paraguai para defender as cores do
Olimpia
antes de pendurar as botas.
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