Hoje faz anos o médio que ajudou a mudar o destino do FC Porto na final de Viena. Quem se lembra de Frasco?
Frasco somou 319 jogos e 22 golos pelo FC Porto entre 1978 e 1989
Quando se fala na final da Taça
dos Campeões Europeus de 1986-87, na qual o FC
Porto bateu o Bayern
Munique após ter estado a perder (2-1), refere-se sobretudo o golo de calcanhar
de Madjer,
o remate certeiro decisivo de Juary ou até a arrancada maradoniana de Paulo
Futre que merecia melhor sorte. Mas quem viu o jogo realça o impacto muito
positivo que teve uma substituição promovida aos 65 minutos por Artur
Jorge: saiu Augusto Inácio, entrou Frasco.
Com essa alteração, André recuou
para central, Lima Pereira passou para o lado esquerdo da defesa e a equipa
melhorou. Frasco, um combativo mas refinado médio franzino e de baixa estatura
(1,68 m), fez mesmo a abertura para o cruzamento de Juary que resultou no toque
de magia de Madjer
no lance do 1-1 (77’). Logo a seguir, os papéis inverteram-se e o argelino
serviu o brasileiro para o 2-1 (79’). Depois foi esperar pelo apito final para
que Viena se tornasse palco da primeira conquista internacional dos dragões. Mas a carreira de Frasco não se
resumiu a 25 minutos de um jogo. Aliás, teve outros encontros marcantes, como
quando secou durante largos períodos Michel
Platini na final da Taça das Taças de 1983-84, perdida pelos azuis
e brancos para a Juventus,
e na meia-final do Euro
1984, perdida por Portugal
para França. António Manuel Frasco Vieira
nasceu a 16 de janeiro de 1955 em Leça da Palmeira, concelho de Matosinhos, e
começou a jogar futebol nas camadas jovens do Leixões
aos 14 anos, tendo feito a estreia na I
Divisão em 1973-74, quando tinha apenas 18 anos. Rapidamente se tornou num
habitual titular, sobretudo quando deixou de jogar a avançado para passar a
atuar no meio-campo, e também num internacional sub-21, tendo marcado presença
nas edições de 1975 e 1977 do prestigiado Torneio de Toulon. No verão de 1978, após falhar a
subida dos leixonenses
à I
Divisão, deu o salto para o FC
Porto, clube pelo qual haveria de somar 319 jogos, 22 golos e onze títulos
ao longo de onze temporadas. Além da Taça
dos Campeões Europeus em 1986-87, venceu quatro campeonatos (1978-79, 1984-85,
1985-86 e 1987-88), duas Taças
de Portugal (1983-84 e 1987-88), três Supertaças
(1983, 1984 e 1986) e uma Supertaça
Europeia (1987).
Embora tivesse viajado até Tóquio,
não esteve na ficha de jogo na partida
que valeu a conquista da Taça Intercontinental. “Fomos 18 jogadores, só
podiam equipar 16. Fiquei eu e o Jaime Pacheco de fora. Ficámos na bancada. No
dia anterior estava um calor fantástico, depois acordámos com neve. Não sei se
foi por isso ou se não foi, não sei, que o Ivic entendeu não me meter nos 16”,
recordou à Tribuna
Expresso em junho de 2020. Paralelamente, esteve em
evidência no Campeonato
da Europa disputado em França, em 1984, tendo sido titular nos quatro
encontros que a equipa
das quinas disputou ao longo do torneio. No total, somou 23
internacionalizações e um golo pela seleção
nacional A entre 1979 e 1987.
Após uma época em que foi poucas
vezes utilizado nas Antas, voltou ao Leixões
para se despedir da carreira de futebolista em 1989-90, ajudando os matosinhenses
a assegurar uma vaga na edição inaugural da II
Liga. Depois tornou-se treinador,
sempre bastante longe de atingir o sucesso alcançado como jogador. Entre
2008-09 e 2023-24 foi adjunto de várias equipas da formação do FC
Porto.
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