quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Hoje faz anos o médio que ajudou a mudar o destino do FC Porto na final de Viena. Quem se lembra de Frasco?

Frasco somou 319 jogos e 22 golos pelo FC Porto entre 1978 e 1989
Quando se fala na final da Taça dos Campeões Europeus de 1986-87, na qual o FC Porto bateu o Bayern Munique após ter estado a perder (2-1), refere-se sobretudo o golo de calcanhar de Madjer, o remate certeiro decisivo de Juary ou até a arrancada maradoniana de Paulo Futre que merecia melhor sorte. Mas quem viu o jogo realça o impacto muito positivo que teve uma substituição promovida aos 65 minutos por Artur Jorge: saiu Augusto Inácio, entrou Frasco.
 
Com essa alteração, André recuou para central, Lima Pereira passou para o lado esquerdo da defesa e a equipa melhorou. Frasco, um combativo mas refinado médio franzino e de baixa estatura (1,68 m), fez mesmo a abertura para o cruzamento de Juary que resultou no toque de magia de Madjer no lance do 1-1 (77’). Logo a seguir, os papéis inverteram-se e o argelino serviu o brasileiro para o 2-1 (79’). Depois foi esperar pelo apito final para que Viena se tornasse palco da primeira conquista internacional dos dragões.
 
Mas a carreira de Frasco não se resumiu a 25 minutos de um jogo. Aliás, teve outros encontros marcantes, como quando secou durante largos períodos Michel Platini na final da Taça das Taças de 1983-84, perdida pelos azuis e brancos para a Juventus, e na meia-final do Euro 1984, perdida por Portugal para França.
 
António Manuel Frasco Vieira nasceu a 16 de janeiro de 1955 em Leça da Palmeira, concelho de Matosinhos, e começou a jogar futebol nas camadas jovens do Leixões aos 14 anos, tendo feito a estreia na I Divisão em 1973-74, quando tinha apenas 18 anos. Rapidamente se tornou num habitual titular, sobretudo quando deixou de jogar a avançado para passar a atuar no meio-campo, e também num internacional sub-21, tendo marcado presença nas edições de 1975 e 1977 do prestigiado Torneio de Toulon.
 
No verão de 1978, após falhar a subida dos leixonenses à I Divisão, deu o salto para o FC Porto, clube pelo qual haveria de somar 319 jogos, 22 golos e onze títulos ao longo de onze temporadas. Além da Taça dos Campeões Europeus em 1986-87, venceu quatro campeonatos (1978-79, 1984-85, 1985-86 e 1987-88), duas Taças de Portugal (1983-84 e 1987-88), três Supertaças (1983, 1984 e 1986) e uma Supertaça Europeia (1987).
 
 
Embora tivesse viajado até Tóquio, não esteve na ficha de jogo na partida que valeu a conquista da Taça Intercontinental. “Fomos 18 jogadores, só podiam equipar 16. Fiquei eu e o Jaime Pacheco de fora. Ficámos na bancada. No dia anterior estava um calor fantástico, depois acordámos com neve. Não sei se foi por isso ou se não foi, não sei, que o Ivic entendeu não me meter nos 16”, recordou à Tribuna Expresso em junho de 2020.
 
Paralelamente, esteve em evidência no Campeonato da Europa disputado em França, em 1984, tendo sido titular nos quatro encontros que a equipa das quinas disputou ao longo do torneio. No total, somou 23 internacionalizações e um golo pela seleção nacional A entre 1979 e 1987.
 
 
Após uma época em que foi poucas vezes utilizado nas Antas, voltou ao Leixões para se despedir da carreira de futebolista em 1989-90, ajudando os matosinhenses a assegurar uma vaga na edição inaugural da II Liga.
 
Depois tornou-se treinador, sempre bastante longe de atingir o sucesso alcançado como jogador. Entre 2008-09 e 2023-24 foi adjunto de várias equipas da formação do FC Porto.







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