quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Hoje faz anos o melhor jogador do Mundial de sub-20 que jogou nos três grandes. Quem se lembra de Peixe?

Emílio Peixe representou Sporting, FC Porto e Benfica
Um dos jogadores mais promissores da famosa geração de ouro do futebol português, que se sagrou campeão e melhor jogador do Mundial sub-20 de 1991, chegou a internacional A e representou os três grandes do futebol nacional, mas que por várias razões acabou por fazer uma carreira abaixo das expetativas.
 
Médio defensivo nascido na Nazaré e que começou a jogar futebol no Nazarenos, ingressou no Sporting quando era iniciado e rapidamente passou a fazer parte das convocatórias para as seleções jovens, a partir dos sub-16.
 
Em 1989 sagrou-se campeão europeu de sub-16 e dois anos depois campeão mundial de sub-20, tendo mesmo sido considerado o melhor jogador desse Campeonato do Mundo disputado em Lisboa. Aquando dessa premiação, tinha apenas um jogo realizado pela equipa principal dos leões, uma vitória para o campeonato no Barreiro, casa emprestada do Farense, a 2 de dezembro de 1990, tendo sido lançado por Marinho Peres.
 
 
Na temporada 1991-92, logo após a consagração no Mundial sub-20, pegou de estaca não só no plantel principal do Sporting, mas também no onze inicial, tendo amealhado os primeiros 31 de 156 encontros que viria a somar com a camisola verde e branca. Ao longo de quatro temporadas patenteou qualidades como uma técnica bastante razoável para um médio defensivo, rapidez, leitura de jogo, sentido posicional e uma polivalência que lhe permitia também atuar no centro da defesa, até interpretando o papel de líbero. Coletivamente, porém, o melhor que conseguiu foi conquistar a Taça de Portugal em 1994-95.
 
 
Também nesse período somou as 12 internacionalizações A que tem no currículo, todas entre outubro de 1991 e outubro de 1993, sendo que apenas quatro aconteceram em jogos oficiais: duas na qualificação para o Euro 1992 e outras tantas no apuramento para o Mundial 1994. Pouco para quem amealhou 71 internacionalizações pelas seleções jovens, desde os sub-16 à seleção olímpica.
 
 
No verão de 1995 decidiu não renovar com o Sporting, influenciado pelo empresário que tinha na altura, e assinou pelo Sevilha, mas a aventura em Espanha foi malsucedida e deu o pontapé de saída a uma curva descendente na carreira.
 
 
Haveria de regressar a Alvalade em dezembro de 1995, a tempo de vencer a Supertaça desse ano já decidida em 1996 com vitória sobre o FC Porto em Paris e de capitanear a seleção lusa nos Jogos Olímpicos de Atlanta, nos quais a equipa das quinas viria a atingir o quarto lugar.
 
 
Porém, em 1996-97 confirmou que tinha perdido a aura dos primeiros anos de carreira, tendo vivenciado lesões, problemas pessoais e desentendimentos com a direção que o levaram a ser incluído numa troca de jogadores com o FC Porto no verão de 1997: rumou às Antas na companhia de Costinha, tendo Bino e Rui Jorge feito o percurso inverso.
 
O primeiro ano e meio de dragão ao peito foi passado praticamente sem jogar, tendo apenas sido utilizado em duas partidas até janeiro de 1999. Depois aproveitou a saída de Doriva e problemas físicos de Paulinho Santos para agarrar a titularidade no último terço da época 1998-99 e ser utilizado com regularidade na temporada seguinte, tendo voltado a perder protagonismo em 2000-01. Ao serviço dos portistas disputou 56 encontros e marcou um golo, tendo vencido os dois últimos campeonatos da sequência do célebre penta (1997-98 e 1998-99), duas Taças de Portugal (1999-00 e 2000-01) e uma Supertaça (1999).
 
Em 2001-02 esteve emprestado ao Alverca, mas foi pouco utilizado numa campanha que culminou na despromoção dos ribatejanos à II Liga.
 
No verão de 2002 assinou de forma surpreendente pelo Benfica, concretizando um namoro antigo e beneficiando da proximidade que o seu agente José Veiga tinha com os encarnados, mas não foi além de dois jogos de águia ao peito, tendo estado emprestado à União de Leiria em 2003-04, também com pouca utilização. Depois pendurou as botas, aos 31 anos.
 
Após encerrar a carreira de futebolista iniciou a de treinador e desde 2008 que trabalha quase de forma ininterrupta para a Federação Portuguesa de Futebol como selecionador das seleções jovens, tendo já dirigido sub-16, sub-17, sub-18, sub-19 e sub-20.



 



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