Hoje faz anos o melhor jogador do Mundial de sub-20 que jogou nos três grandes. Quem se lembra de Peixe?
Emílio Peixe representou Sporting, FC Porto e Benfica
Um dos jogadores mais promissores
da famosa geração de ouro do futebol português, que se sagrou campeão e melhor
jogador do Mundial sub-20 de 1991, chegou a internacional A e representou os
três grandes do futebol nacional, mas que por várias razões acabou por fazer
uma carreira abaixo das expetativas.
Médio defensivo nascido na Nazaré
e que começou a jogar futebol no Nazarenos, ingressou no Sporting
quando era iniciado e rapidamente passou a fazer parte das convocatórias para
as seleções jovens, a partir dos sub-16. Em 1989 sagrou-se campeão europeu
de sub-16 e dois anos depois campeão mundial de sub-20, tendo mesmo sido
considerado o melhor jogador desse Campeonato do Mundo disputado em Lisboa.
Aquando dessa premiação, tinha apenas um jogo realizado pela equipa principal
dos leões,
uma vitória para o campeonato no Barreiro,
casa emprestada do Farense,
a 2 de dezembro de 1990, tendo sido lançado por Marinho
Peres.
Na temporada 1991-92, logo após a
consagração no Mundial sub-20, pegou de estaca não só no plantel principal do Sporting,
mas também no onze inicial, tendo amealhado os primeiros 31 de 156 encontros
que viria a somar com a camisola verde
e branca. Ao longo de quatro temporadas patenteou qualidades como uma
técnica bastante razoável para um médio defensivo, rapidez, leitura de jogo,
sentido posicional e uma polivalência que lhe permitia também atuar no centro
da defesa, até interpretando o papel de líbero. Coletivamente, porém, o melhor
que conseguiu foi conquistar a Taça
de Portugal em 1994-95.
Também nesse período somou as 12
internacionalizações A que tem no currículo, todas entre outubro de 1991 e
outubro de 1993, sendo que apenas quatro aconteceram em jogos oficiais: duas na
qualificação para o Euro 1992 e outras tantas no apuramento para o Mundial
1994. Pouco para quem amealhou 71 internacionalizações pelas seleções
jovens, desde os sub-16 à seleção olímpica.
No verão de 1995 decidiu não renovar
com o Sporting,
influenciado pelo empresário que tinha na altura, e assinou pelo Sevilha,
mas a aventura em Espanha
foi malsucedida e deu o pontapé de saída a uma curva descendente na carreira.
Haveria de regressar a Alvalade
em dezembro de 1995, a tempo de vencer a Supertaça
desse ano já decidida em 1996 com vitória sobre o FC
Porto em Paris e de capitanear a seleção lusa nos Jogos Olímpicos de
Atlanta, nos quais a equipa das quinas viria a atingir o quarto lugar.
Porém, em 1996-97 confirmou que
tinha perdido a aura dos primeiros anos de carreira, tendo vivenciado lesões,
problemas pessoais e desentendimentos com a direção que o levaram a ser
incluído numa troca de jogadores com o FC
Porto no verão de 1997: rumou às Antas na companhia de Costinha, tendo Bino
e Rui
Jorge feito o percurso inverso. O primeiro ano e meio de dragão
ao peito foi passado praticamente sem jogar, tendo apenas sido utilizado em duas
partidas até janeiro de 1999. Depois aproveitou a saída de Doriva
e problemas físicos de Paulinho Santos para agarrar a titularidade no último
terço da época 1998-99 e ser utilizado com regularidade na temporada seguinte,
tendo voltado a perder protagonismo em 2000-01. Ao serviço dos portistas
disputou 56 encontros e marcou um golo, tendo vencido os dois últimos
campeonatos da sequência do célebre penta (1997-98 e 1998-99), duas Taças
de Portugal (1999-00 e 2000-01) e uma Supertaça
(1999). Em 2001-02 esteve emprestado ao Alverca,
mas foi pouco utilizado numa campanha que culminou na despromoção dos ribatejanos
à II
Liga. No verão de 2002 assinou de forma
surpreendente pelo Benfica,
concretizando um namoro antigo e beneficiando da proximidade que o seu agente
José Veiga tinha com os encarnados,
mas não foi além de dois jogos de águia
ao peito, tendo estado emprestado à União
de Leiria em 2003-04, também com pouca utilização. Depois pendurou as
botas, aos 31 anos. Após encerrar a carreira de
futebolista iniciou a de treinador e desde 2008 que trabalha quase de forma
ininterrupta para a Federação Portuguesa de Futebol como selecionador das
seleções jovens, tendo já dirigido sub-16, sub-17, sub-18, sub-19 e sub-20.
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