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Gomes ergueu o troféu em Tóquio após falhar a final de Viena |
Foi debaixo de um nevão e sobre
um relvado a fazer lembrar a serra da Estrela no inverno que o
FC
Porto venceu pela primeira vez o título que lhe valeu a designação de
campeão do mundo, a Taça Intercontinental, trazendo finalmente o troféu para Portugal.
Depois de Fernando Gomes ter inaugurado
o marcador ao cair do pano da primeira parte (42 minutos) e de Ricardo Viera
ter restabelecido a igualdade para o
Peñarol
de Óscar Tabárez na reta final da segunda (80’),
Rabah
Madjer voltou a ser decisivo – como já o havia sido na final da
Taça
dos Campeões Europeus, diante do
Bayern,
com o célebre golo de calcanhar – e quebrou o gelo em Tóquio, no Japão, ao
marcar o golo da vitória dos
dragões
já no segundo tempo do prolongamento, aos 109’.
Quem ergueu o troféu de campeão
do mundo foi Fernando Gomes, o capitão de equipa e goleador que havia perdido a
final da Viena devido a lesão. “Uma semana antes da final de
Taça
dos Campeões Europeus, em Viena, lesionei-me, com gravidade, e não pude
participar nesse jogo. Mas lembro-me que, nesse momento, disse para mim mesmo
que ia estar presente para levantar a Taça Intercontinental em Tóquio”,
recordou à
Lusa em dezembro de 2017, sobre um jogado iniciado às 12
horas locais (3 horas da madrugada em Portugal Continental).
“Merecemos o que aconteceu. Na
altura, fomos a primeira equipa portuguesa a vencer aquele título
intercontinental. Lembro-me que o
Benfica,
anos antes, o tinha disputado, por duas vezes, mas nunca conseguiu vencer. De
certa forma acabamos por vingar essa derrota do Benfica”, prosseguiu o antigo
avançado, que recordou também as condições atmosféricas: “Foi um dia com
condições atípicas, em que foi preciso uma grande coragem e união, para
ultrapassar não só a adversa situação do tempo, mas, também, as dificuldades
criadas por um adversário de qualidade. As imagens que me saltam à memória são
a neve, a lama, e aquele esforço que fizemos, que só foi possível pela amizade
que tínhamos no grupo e que ficou para sempre.”
No banco portista estava o
treinador croata Tomislav Ivic, que fez alinhar o seguinte onze:
Mlynarczyk;
João
Pinto, Lima Pereira, Geraldão e Inácio; André, Sousa e Jaime Magalhães; Rui
Barros (Quim, aos 61'), Gomes e
Madjer.
O FC Porto voltaria
a vencer a Taça Intercontinental em 2004, ao bater o Once Caldas no desempate
por penáltis.
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