A minha primeira memória de… um jogo entre Portugal e Escócia
Couto luta contra um avançado escocês e... as condições do relvado
Ainda eu não era nascido quando Portugal
e Escócia
se defrontaram em jogos das fases de qualificação para Mundiais e Europeus nas
décadas de 1970 e 1980 e ainda era um bebé aquando do duplo confronto a contar
para o apuramento para o Mundial 1994 – nulo em Glasgow e goleada lusa na Luz com
jogão de Futre
(5-0).
O primeiro duelo entre as duas
seleções de que me recordo remonta, por isso, a 20 de novembro de 2002, quando
ambas mediram forças num jogo particular no velhinho Estádio 1º de Maio, em
Braga. Na altura, Portugal
estava no início de uma extensa lista de amigáveis até ao Euro 2004 e tinha
ainda como selecionador interino Agostinho Oliveira, que só no início do ano
seguinte foi substituído pelo efetivo Luiz
Felipe Scolari. Nesta fase, estavam a ser
chamados vários jogadores que não pertenciam aos três grandes. Além do habitualmente
convocado Quim, estiveram na ficha deste jogo Mário Sérgio (Paços
de Ferreira), Ricardo Silva, Pedro
Mendes e Nuno
Assis (todos Vitória
de Guimarães), Jorge Ribeiro (Varzim),
Neca (Belenenses)
e Marco
Ferreira (Vitória
de Setúbal). Já o defesa Ricardo Rocha (Benfica)
e o guarda-redes Nélson (Sporting)
somaram uma rara internacionalização nessa partida.
Tal como tantas vezes aconteceu
durante esse extenso período de jogos particulares, o goleador de serviço foi
Pauleta. Inaugurou o marcador aos sete minutos, na sequência de um bom trabalho
de Sérgio
Conceição na direita, e fez o 2-0 final logo aos 16 minutos, assistido por Luís
Figo. Pelo meio a equipa
das quinas desperdiçou um penálti, com Figo a permitir a defesa de Douglas
(13’). Nessa partida Portugal
atuou num raro 3x4x3, com Fernando Couto, Meira e Ricardo Rocha a comporem o
trio de centrais, Sérgio
Conceição e Rui
Jorge a fazerem os corredores, Tiago e Rui Costa na sala de máquinas do
meio-campo e Figo e Simão Sabrosa no apoio a Pauleta.
“Portugal
resistiu à intempérie e fez valer os seus alas para superar uma Escócia
débil, ingénua e desadaptada às condições do relvado, e que nunca teve
argumentos táticos capazes de travar o compressor português, implacável na
primeira parte, nem tanto na segunda, porque as substituições travaram o caudal
ofensivo da equipa, menos expansiva e mais de trabalho, mas sempre de qualidade.
As péssimas condições climatéricas que se fizeram sentir na capital do Minho roubaram
cor ao espetáculo, mas a chuva, que caiu desalmadamente antes do começo do 14.º
Portugal-Escócia,
diminuiu de intensidade e o espetáculo acabou por ser vivo, com desenhos
bonitos por parte de Portugal,
que fez dois golos cedo, falhou um penálti e dominou o jogo e o adversário de
forma clara e inequívoca. Em noite de temporal, Pauleta, o ciclone dos Açores,
materializou o forcing ofensivo português, com dois golos plenos de
oportunidade, só ao alcance dos pontas-de-lança de eleição. Agostinho Oliveira
despediu-se na sua casa e saiu em ombros, acabando invicto (duas vitórias e
dois empates)”, escreveu o jornal O Jogo.
Sem comentários:
Enviar um comentário