sexta-feira, 6 de setembro de 2024

A minha primeira memória de… um jogo entre Portugal e Escócia

Couto luta contra um avançado escocês e... as condições do relvado
Ainda eu não era nascido quando Portugal e Escócia se defrontaram em jogos das fases de qualificação para Mundiais e Europeus nas décadas de 1970 e 1980 e ainda era um bebé aquando do duplo confronto a contar para o apuramento para o Mundial 1994 – nulo em Glasgow e goleada lusa na Luz com jogão de Futre (5-0).
 
O primeiro duelo entre as duas seleções de que me recordo remonta, por isso, a 20 de novembro de 2002, quando ambas mediram forças num jogo particular no velhinho Estádio 1º de Maio, em Braga.
 
Na altura, Portugal estava no início de uma extensa lista de amigáveis até ao Euro 2004 e tinha ainda como selecionador interino Agostinho Oliveira, que só no início do ano seguinte foi substituído pelo efetivo Luiz Felipe Scolari.
 
Nesta fase, estavam a ser chamados vários jogadores que não pertenciam aos três grandes. Além do habitualmente convocado Quim, estiveram na ficha deste jogo Mário Sérgio (Paços de Ferreira), Ricardo Silva, Pedro Mendes e Nuno Assis (todos Vitória de Guimarães), Jorge Ribeiro (Varzim), Neca (Belenenses) e Marco Ferreira (Vitória de Setúbal). Já o defesa Ricardo Rocha (Benfica) e o guarda-redes Nélson (Sporting) somaram uma rara internacionalização nessa partida.



 
Tal como tantas vezes aconteceu durante esse extenso período de jogos particulares, o goleador de serviço foi Pauleta. Inaugurou o marcador aos sete minutos, na sequência de um bom trabalho de Sérgio Conceição na direita, e fez o 2-0 final logo aos 16 minutos, assistido por Luís Figo. Pelo meio a equipa das quinas desperdiçou um penálti, com Figo a permitir a defesa de Douglas (13’).
 
Nessa partida Portugal atuou num raro 3x4x3, com Fernando Couto, Meira e Ricardo Rocha a comporem o trio de centrais, Sérgio Conceição e Rui Jorge a fazerem os corredores, Tiago e Rui Costa na sala de máquinas do meio-campo e Figo e Simão Sabrosa no apoio a Pauleta.
 
 
Portugal resistiu à intempérie e fez valer os seus alas para superar uma Escócia débil, ingénua e desadaptada às condições do relvado, e que nunca teve argumentos táticos capazes de travar o compressor português, implacável na primeira parte, nem tanto na segunda, porque as substituições travaram o caudal ofensivo da equipa, menos expansiva e mais de trabalho, mas sempre de qualidade. As péssimas condições climatéricas que se fizeram sentir na capital do Minho roubaram cor ao espetáculo, mas a chuva, que caiu desalmadamente antes do começo do 14.º Portugal-Escócia, diminuiu de intensidade e o espetáculo acabou por ser vivo, com desenhos bonitos por parte de Portugal, que fez dois golos cedo, falhou um penálti e dominou o jogo e o adversário de forma clara e inequívoca. Em noite de temporal, Pauleta, o ciclone dos Açores, materializou o forcing ofensivo português, com dois golos plenos de oportunidade, só ao alcance dos pontas-de-lança de eleição. Agostinho Oliveira despediu-se na sua casa e saiu em ombros, acabando invicto (duas vitórias e dois empates)”, escreveu o jornal O Jogo.



 




  

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