quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Hoje faz anos o velocista do Sporting de Peseiro. Quem se lembra de Douala?

Douala marcou dez golos em 65 jogos pelo Sporting
O par preferencial de Liedson na época (2004-05) em que o Sporting de José Peseiro esteve pertíssimo de conquistar o campeonato e a Taça UEFA, Roudolphe Douala ficou na memória dos adeptos leoninos e dos seguidores do futebol português em geral pela velocidade que patenteava.
 
“Era mesmo muito rápido. Também sabia jogar à bola, mas ao ver vídeos antigos digo: ‘fogo, era mesmo rápido!’ Os treinadores diziam-me: ‘corre Douala, corre!’ Era mesmo o mais rápido”, recordou o antigo avançado camaronês ao Diário de Notícias em dezembro de 2017.
 
Nascido na cidade camaronesa de… Douala, cresceu em Saint-Étienne, em França, e foi lá que começou a dar os primeiros toques na bola e para onde voltou quando pendurou as botas.
 
Formado no Saint-Étienne, tinha 20 anos quando brilhou num torneio disputado na Suíça ao serviço da equipa B do emblema gaulês, no verão de 1998. Nas bancadas estava… Jaime Pacheco. “Estava a disputar um torneio na Suíça pelas camadas jovens do Saint-Étienne e o Boavista também estava lá. Fui eleito o melhor jogador do torneio e contrataram-me. O Jaime Pacheco gostou de mim”, contou.
 
 
Nas duas primeiras épocas no Bessa totalizou 46 jogos e seis golos, tendo bisado na estreia e atuado na Liga dos Campeões, mas nunca se afirmou como um titular indiscutível, o que levou os axadrezados a emprestarem-no ao Desportivo das Aves em 2000-01, temporada em que o campeão nacional foi o… Boavista. “Era muito novo e tinha peso a mais. Ainda não tinha a experiência necessária e fui emprestado ao Desportivo das Aves nesse ano. Gostava de ter sido campeão”, lamentou o antigo jogador africano, impotente para impedir a despromoção dos avenses à II Liga: “Descemos, mas tínhamos um plantel espetacular.”
 
 
Seguiu-se um novo empréstimo, ao Gil Vicente, tendo feito uma “boa época” em Barcelos às ordens de Luís Campos e Vítor Oliveira, ainda no velhinho Estádio Adelino Ribeiro Novo, antes de realizar as duas melhores temporadas da carreira ao serviço da União de Leiria, também por empréstimo dos boavisteiros, entre 2002 e 2004. Nesses dois anos somou 21 remates certeiros em 81 jogos, disputou a final da Taça de Portugal em 2002-03 e competiu na Taça UEFA na época seguinte.
 
 
O salto para um emblema com maiores ambições tornou-se inevitável. E foi o Sporting que o recebeu no verão de 2004. A primeira época em Alvalade foi de bom nível, tendo sido titular em grande parte dos encontros (27 dos 36 que disputou) e apontado oito golos e sete assistências. Na caminhada até à final da Taça UEFA, na qual surpreendentemente começou no banco, marcou e assistiu na vitória no terreno dos ingleses do Middlesbrough (3-2), nos oitavos de final, e faturou na receção ao AZ Alkmaar (2-1), nas meias.
 
 
Valorizado, deixou impressionados os responsáveis do Middlesbrough, equipa então bastante cimentada na liga inglesa. O Boro acenou com oito milhões de euros ao Sporting, mas o jogador quis ficar. “Recusei porque estava muito bem em Lisboa, já casado. Se tivesse saído nessa altura, poderia ter voltado anos mais tarde, como o Rochemback. Iriam pagar-me muito bem, mas não pensei em dinheiro. Só em bola. Se pudesse voltar atrás, teria ido”, revelou, acreditando que a sua carreira poderia ter tido um desfecho diferente, devido ao que vivenciou no início da temporada seguinte.
 
“Acabámos por ser eliminados na pré-eliminatória da Liga dos Campeões pela Udinese, Camarões não se apurou para o Mundial 2006, José Peseiro saiu e o novo treinador [Paulo Bento] pôs a jogar os jogadores dele. Se tivéssemos passado a Udinese, teria ficado tudo na mesma. Peseiro tinha o plantel que queria e ganhou os primeiros jogos, mas num mês tudo mudou e começámos a perder constantemente e a entrar em crise. Quando há crise, os jogadores só estão a 50 por cento e os adeptos queriam muito a saída do treinador”, lembrou, puxando a cassete atrás.
 
 
Um ano depois, e apesar de ter perdido protagonismo no plantel leonino, voltou a estar perto do Middlesbrough, mas Steve McClaren saiu do comando técnico da equipa e o negócio não aconteceu. Acabou por rumar a Inglaterra, mas para o Portsmouth, clube pelo qual foi pouco feliz. Outra decisão da qual se arrepende: “Não devia ter saído de Portugal.”
 
A partir daí viveu a curva descendente da carreira, tendo ainda representado Saint-Étienne, os gregos do Asteras Tripolis, os ingleses do Plymouth Argyle e os belgas do Lierse antes de pendurar as botas.
 
Pela seleção camaronesa somou 16 internacionalizações e um golo, tendo participado no CAN 2006.
 
 
 
 
 

 




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