O gigante que nunca jogou na I Liga portuguesa, mas foi ao Mundial 2010. Quem se lembra de Daniel Fernandes?
Daniel Fernandes somou duas internacionalizações pela seleção A
Daniel Fernandes foi um daqueles
jogadores dos quais poucos terão ouvido falar até… surgir na seleção
nacional. Passou discretamente pelos juniores e equipa B do FC
Porto e nunca jogou na I
Liga portuguesa até que foi chamado aos sub-21
em 2006, já depois de ter representado a seleção de sub-20 do… Canadá.
Nesse mesmo ano participou no Europeu da categoria e foi chamado pela primeira
vez à principal
equipa das quinas por Luiz
Felipe Scolari.
Em junho de 2007 fez a estreia
pela seleção
principal, num particular diante do Kuwait, e esteve várias vezes entre os
eleitos de Carlos Queiroz na qualificação para o Mundial 2010, tendo sido
convocado também para a fase final. Depois voltou a desaparecer do mapa. Filho de pai português e de mais
checoslovaca, nasceu em Edmonton, mas cresceu em East Vancouver, no Canadá,
tendo começado a jogar futebol nas camadas jovens dos Vancouver Olympics. Em
2000, quando tinha 17 anos, este gigante guarda-redes (1,96 m) mudou-se para o
país do pai e ingressou nos juniores do FC
Porto. “O meu pai falou com o Ilídio Vale [à época coordenador do futebol
jovem do FC
Porto] e eu fui lá fazer umas captações. Acabei por ficar. Não deu certo,
infelizmente. (…) Mas o FC
Porto foi a melhor experiência da minha vida. Ter jogado na equipa B com
aquela camisola foi um privilégio. Joguei com grandes jogadores como Hugo
Almeida, Bruno Alves e Hélder
Postiga”, recordou ao Maisfutebol,
em novembro de 2016. Em 2002 transferiu-se para a
equipa B do Celta
de Vigo, clube que o emprestou ao SSV Jahn Regensburg, da II Liga alemã,
mas Daniel Fernandes só jogou pelos bês do emblema germânico. Por esta altura,
porém, tornou-se internacional sub-20 pelo Canadá. Apesar deste início de carreira
pouco promissor, em 2004 foi fazer testes ao PAOK, um dos principais clubes da
Grécia, e foi aprovado. Começou por ser um habitual suplente, mas uma mudança de
comando técnico em setembro de 2005, com Giorgos Kostikos a suceder a Nikos
Karageorgiou, levou-o à titularidade na baliza da equipa de Salónica.
Quem não ficou indiferente a este
desenvolvimento na carreira do guardião foi a Federação Portuguesa de Futebol, primeiro
com a convocatória para a seleção
de sub-21, em fevereiro de 2006, e depois com a chamada à seleção
principal, em novembro do mesmo ano, por parte de Scolari,
tendo feito a estreia em junho de 2007. No entanto, não falava… português. Depois de não ser convocado para
o Euro 2008 foi transferido para os alemães do Bochum, que pagou 1,2 milhões de
euros pelo seu passe, passando assim a jogar na Bundesliga.
Chamado ocasionalmente por Carlos
Queiroz quando este assumiu o comando da seleção
nacional, somou a segunda internacionalização num particular com a Finlândia
no Algarve, em fevereiro de 2009, e foi convocado para o Mundial 2010 – a par
de Eduardo e Beto
e ao contrário de Quim e Rui
Patrício – numa fase em que já jogava pelos gregos do Iraklis por
empréstimo do Bochum, depois de ter perdido a titularidade no emblema
germânico. Após o Campeonato do Mundo da
África do Sul não voltou a ser chamado à seleção
e a sua carreira entrou numa curva descendente. Esteve em clubes como os gregos
do Panathinaikos, os romenos do Cluj e os neerlandeses do Twente, mas em nenhum
foi primeira escolha. Haveria de regressar em Portugal
para defender a baliza do Farense,
então na II
Liga, entre 2018 e 2020, mas depois de ter começado a aventura no Algarve
como titular foi destronado por Hugo
Marques em janeiro de 2019.
O último clube pelo qual atuou
foi o Gudja United, de Malta, em 2022-23.
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