Amora jogou para a Taça no Estádio da Luz em 1993 e 2000 |
Um histórico que somou três
presenças (consecutivas) na I
Divisão (1980-81 a 1982-83), o Amora
Futebol Clube está a competir pela 50.ª vez na Taça
de Portugal, tendo como melhor desempenho a caminhada até aos quartos de
final em 1992-93.
Depois disso, os amorenses
ainda chegaram aos oitavos de final em 1994-95, repetindo o que já tinha
conseguido em 1980-81 e 1981-82, quando militava no primeiro
escalão. A primeira participação na competição, essa, remonta a 1969-70.
A poucas horas de receber o primodivisionário
Estoril
Praia (sexta-feira, 20:45) em jogo da 3.ª eliminatória, vale a pena
recordar os últimos cinco confrontos entre o emblema
do concelho do Seixal e equipas da I
Liga na Taça
de Portugal.
1992-93: Quartos de final
Numa campanha em que tinha
afastado Almada
(III Divisão), União
de Tomar (II Divisão B), o Amora
de Jorge
Jesus, em dificuldades para se manter afastado da zona de despromoção da II
Liga, eliminou o primodivisionário Desp.
Chaves nos oitavos de final, ao vencer na Medideira (2-1) depois
de um empate a zero... também na Medideira, em virtude de o recinto dos transmontanos estar interdito.
Na ronda seguinte, os amorenses
regressaram aos grandes palcos, no caso o Estádio da Luz, de onde saíram
goleados (5-0) por um Benfica
que nessa época haveria de conquistar o título nacional.
A resistência da formação
da margem sul do Tejo durou até aos 43 minutos, quando o russo Aleksandr
Mostovoi abriu o ativo. Na segunda parte Pacheco (69’), Sergei Yuran (75’ g.p.
e 80’) e Paulo Sousa (81’) avolumaram o resultado para o conjunto orientado por
Toni.
Um dos jogadores do Amora
nessa altura, Casquilha, recordou em 2013 ao Maisfutebol
que a equipa “teve a primeira ocasião de golo”, mas não marcou. “Sofremos um
golo perto do intervalo, desestabilizámo-nos e foi o fim.”
1994-95: Oitavos de final
Mais uma bela campanha do Amora
na Taça
apesar de um ano negativo na II
Liga. Depois de a equipa ter eliminado o Oriental
(II Divisão B) sob o comando técnico de Ricardo Formosinho, José Rachão pegou
na equipa e afastou Alcains
(II B) e Torreense
(II
Liga).
O sorteio dos oitavos de final
ditou uma visita ao Marítimo
de Paulo Autuori, que se começava a afirmar como um clube da primeira metade da
tabela na I
Liga.
Nos Barreiros, tal como na Luz dois
anos antes, o final da primeira parte voltou a revelar-se fatal. Foi nessa
altura que o brasileiro Heitor deu vantagem aos insulares
(39 minutos). No segundo tempo Rebelo ampliou a vantagem (47’). Cabaço reduziu
a diferença logo a seguir (53’) e alimentou o sonho de levar o encontro para prolongamento,
mas os madeirenses
conseguiram segurar o 2-1.
“De facto, o resultado escasso
não espelha a realidade do jogo, ou seja, o domínio avassalador da equipa
da Madeira, muito perdulária no seu setor ofensivo, frente a um adversário
que só na etapa complementar deu boa réplica”, escreveu o Jornal de Notícias.
1995-96: 4.ª eliminatória
Pela segunda época consecutiva, o
Amora
(já orientado por José Carvalho) voltava a defrontar uma equipa da I
Liga, no caso o FC
Porto de Bobby Robson, campeão em título e que estava a iniciar um período
de hegemonia que culminaria no inédito penta (1994-95 a 1998-99).
A militar na II Divisão B, os amorenses
eliminaram os açorianos do Boavista da Ribeirinha e o Alcacerense (ambos da III
Divisão) antes de visitar as Antas.
Se em 1993 na Luz a resistência
da formação
da margem sul do Tejo tinha durado quase meio jogo, desta feita durou
apenas meia parte, tendo sido quebrada aos 23 minutos, quando Domingos
Paciência inaugurou o marcador. Rui Barros (45’ e 55’), Edmilson (53’
g.p.), Folha (70’) e Drulovic (89’) completaram a meia dúzia.
“O FC
Porto afastou da Taça
o Amora,
por 6-0, num jogo em ritmo de treino que nunca chegou a animar o pouco público
presente”, escreveu o Diário de Notícias, que deu conta de que “o Amora
subiu ao relvado sem grandes preconceitos e disposto a jogar de igual para
igual com os portistas”.
1999-00: 5.ª eliminatória
Mais uma visita à Luz. Desta vez,
o Amora
estava na II Divisão B, era orientado por Eduardo Santos e sentia enormes
dificuldades para se manter longe dos lugares de descida à III Divisão, mas
tinha eliminado os vizinhos Palmelense
(III Divisão) e Sesimbra
(II Divisão B), assim como o Portomosense
(III Divisão) na Taça.
Já o Benfica,
comandado por Jupp Heynckes, não estava aparentemente tão forte como a equipa
de 1993-94.
Os amorenses
ainda seguraram o nulo durante quase meia hora, mas acabaram por sucumbir.
Maniche inaugurou o marcador aos 27 minutos, num raro golo de cabeça, na
sequência de um cruzamento do irmão Jorge Ribeiro. Uribe (29’ g.p. e 86’), Tote
(58’ e 60’), Porfírio (82’) e Nuno Gomes (87’) concluíram a goleada encarnada:
7-0.
“Só faltou a abertura fácil. A ata,
ou melhor, a ousadia do Amora
perdurou 27 minutos ao longo dos quais foram praticamente nulos os ensejos encarnados
junto da baliza contrária. Uma versão curtinha do espírito da Taça
que rapidamente deu lugar a um mais previsível desequilíbrio de forças. A transição
tem a assinatura conjunta de irmãos. Ribeiros límpidos e transparentes como a
diferença entre os contendores. A passagem da eliminatória já não estava em causa
e, a partir daí, foi um (far)Tote. Ficaram-se com um sete para recordar...”,
escreveu o jornal O Jogo.
2018-19: 3.ª eliminatória
Amora
3-4 B SAD (20 de outubro de 2018)
Quase 26 anos depois da receção
ao Desp.
Chaves, uma equipa da I
Liga voltou a visitar a Medideira, desta feita a B SAD, na altura mais
conhecida por Belenenses
SAD.
Numa temporada em que os amorenses
eram orientados por Lito e estavam a proporcionar um regresso animado aos
patamares nacionais, ao ocupar os lugares cimeiros da sua série no Campeonato
de Portugal, houve receção a uma das equipas-sensação do primeiro
escalão, então comandada por Silas.
O Amora
até esteve a ganhar por 2-0 e 3-2, mas permitiu sempre a recuperação do
adversário. Depois de Tiago Duque (15 minutos) e Rúben Fidalgo (24’) terem dado
vantagem aos da casa, Eduardo Henrique (69’ g.p.) e Dramé (73’) igualaram o
resultado. Diogo Tavares (83’ g.p.) recolocou a formação
da margem sul do Tejo em vantagem, mas Licá atirou a decisão para
prolongamento ao cair do pano (104’). E nos 30 minutos suplementares, Alhassane
Keita impôs a lei do mais forte (104’).
“O Amora
esteve muito perto do sonho. A equipa de Litos saiu para o intervalo a vencer o
Belenenses
SAD, por duas bolas a zero, mas não resistiu ao conjunto da I
Liga no prolongamento, depois de um empate a três no final do tempo
regulamentar. Com milhares de pessoas nas bancadas, a fazer lembrar velhos
tempos, o Amora
entrou decidido a fazer frente a um Belenenses
SAD que apareceu com muitas mexidas no onze habitual”, pode ler-se no zerozero.
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