Benfiquista Rúben Amorim disputa a bola com Mércio |
A minha primeira memória de um
jogo entre Benfica
e Trofense
remonta precisamente ao primeiro duelo de sempre entre ambos os clubes – o que
não é difícil, porque só foram dois e na mesma temporada (2008-09) –, a 4 de
janeiro de 2009, na única presença do conjunto
da Trofa na I
Liga.
As águias,
comandadas pelo espanhol Quique Flores, vinham de um quarto lugar na época
anterior e já em 2008-09 tinham sido precocemente eliminadas da Taça
de Portugal pelo Leixões
em Matosinhos e protagonizado uma campanha desastrosa na Taça
UEFA, com apenas um ponto em quatro jogos na fase de grupos. Ainda assim,
os encarnados
lideravam o campeonato ainda sem derrotas, com mais dois pontos do que Leixões
e FC
Porto e mais três do que o Sporting.
No plantel, pontificavam nomes como Quim, Luisão, Maxi Pereira, David Luiz,
Katsouranis, Pablo Aimar, Di María, Rúben
Amorim, Carlos Martins, José Antonio Reyes, Óscar Cardozo, Nuno Gomes e
David Suazo.
Já o Trofense
tinha um plantel recheado de jogadores experientes, como Paulo Lopes, Areias,
Bessa, Delfim,
Hugo Leal, Ricardo Nascimento, Pinheiro e Rui Borges, mas também jovens com
passagem pela formação de clubes grandes, como Miguel Ângelo, Tiago Pinto,
Hélder Barbosa e David Caiado. Contudo, essa mescla estava a mostrar-se incapaz
de colocar a equipa acima do último lugar na I
Liga.
Quando Trofense
e Benfica
se defrontaram na Trofa à 13.ª jornada, os extremos tocaram-se, mas foram os do
fundo da tabela a levar a melhor. O avançado Reguila apareceu isolado e abriu o
ativo no final da primeira parte, num golo em que o guarda-redes benfiquista
Moreira não ficou isento de responsabilidades, enquanto Hélder Barbosa
(emprestado pelo FC
Porto) sentenciou o resultado já na reta final do segundo tempo, através de
um remate colocado, a passe de Pinheiro (82’).
“A equipa de Quique Flores ainda
chegou a prometer alguma coisa nos primeiros minutos, mas desperdiçou duas
excelentes oportunidades de golo. Moreira contribuiu para o descalabro, ao
facilitar no golo inaugural de Reguila, e depois nem ele nem a equipa resistiu
ao futebol de Hélder Barbosa e companhia. Os encarnados
nunca deram a ideia de serem capazes de inverter o resultado e quem agradeceu
foi o Trofense
que, com uma exibição segura, despediu-se do último lugar da tabela”, escreveu
o Público.
“O Benfica
caiu com estrondo na Trofa. Foi derrotado sem complacência pelo último
classificado, perdeu o primeiro lugar duas jornadas depois de o ter conquistado
e saiu vergado à superioridade do modesto adversário. O Benfica,
repete-se, caiu com estrondo na Trofa. Onde curiosamente nunca nenhum grande
tinha caído. Pela simples razão que nunca nenhum grande tinha jogado na Trofa.
Foi por isso uma estreia de sonho do Trofense.
Que era até esta noite o lanterna-vermelha da I
Liga. Deixou de o ser no final de um jogo em que vulgarizou o Benfica.
É verdade que a equipa de Quique Flores teve um papel fulcral nisso, mas não se
tire o mérito a quem o merece”, pode ler-se na crónica do Maisfutebol.
Na segunda volta, o Trofense
voltou a provocar um tropeção ao Benfica,
desta vez um empate a duas bolas em pleno Estádio da Luz, um resultado que
colocou definitivamente as águias
da órbita do segundo lugar e que não ajudou assim tanto a turma
da Trofa a tentativa de fugir à despromoção.
Valdomiro inaugurou o marcador à
passagem da meia hora e Paulinho Teles sentenciou o resultado por volta da hora
de jogo. Pelo meio, o avançado benfiquista
Óscar Cardozo assinou um bis (aos 36
e 38 minutos).
“O Benfica
tinha a missão, frente ao Trofense,
de não largar a corda. Uma nova escorregadela frente à equipa de Tulipa, tal
como aconteceu na 13ª jornada, deixaria a equipa de Quique Flores nos braços do
Nacional
e suavizaria ainda mais a missão do Sporting
em segurar o segundo posto. Depois de terem estado a perder, as águias
conseguiram dar a volta ao resultado, mas deixaram empatar uma partida que
coloca os leões a uma vitória de garantirem o segundo lugar”, resumiu o Maisfutebol.
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