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Chinês Zhang causou enormes dificuldades a Carriço e companhia
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Não há muito por onde escolher. A
minha primeira memória de um jogo entre
Sporting
e
Mafra
foi precisamente do primeiro e até esta terça-feira único encontro oficial
entre os dois clubes do
distrito
de Lisboa, referente a 20 de janeiro de 2010, quando os
mafrenses
se deslocaram a
Alvalade
para um encontro dos oitavos de final da
Taça
de Portugal.
Nessa altura, os
leões
orientados por Carlos Carvalhal procuravam salvar uma época que em termos de
campeonato
estava a correr francamente mal, uma vez que ocupavam o quarto lugar à 16.ª
jornada, a 12 pontos dos líderes
Sp.
Braga e
Benfica.
Em termos de
Taça,
tinham afastado
Penafiel
e Pescadores da Costa da Caparica nas eliminatórias anteriores.
Já o
Mafra
atingia pela primeira vez os oitavos de final da
prova
rainha, feito que haveria de repetir precisamente uma década depois.
Orientado por Filipe Moreira, o então 11.º classificado da II Divisão B – Zona Centro
tinha um plantel composto por jogadores com experiência de ligas profissionais,
como o guarda-redes Márcio Santos (ex-Felgueiras e
Académica),
os médios Marco Paulo (ex-
Estoril,
Paços
de Ferreira,
Belenenses
e Estrela da Amadora) e Catchana (ex-Beira-Mar) e o avançado chinês Yu Dabao (emprestado
pelo
Benfica)
e outros que haveriam de lá chegar, como o central João Afonso (
Belenenses),
o lateral esquerdo Joãozinho (Beira-Mar,
Sporting,
Sp.
Braga e
Tondela,
entre outros) e o atacante chinês Zhang Chengdong (
União
de Leiria e Beira-Mar).
Relativamente ao jogo, o
Sporting
abriu o ativo à passagem do primeiro quarto de hora, por Matías Fernández, na
conversão de uma grande penalidade.
No entanto, um minuto depois Zhang
aproveitou a passividade da defesa
leonina
para empatar o encontro, na sequência de uma diagonal da esquerda para o meio.
A formação
verde
e branca voltou à vantagem aos 36 minutos, através de um cabeceamento
certeiro de Daniel Carriço na resposta a um canto apontado por Matías Fernández
a partir do lado esquerdo, e ampliou-a à beira do intervalo, novamente na
sequência de um canto, desta feita executado por Vukcevic na direita e correspondido
pela cabeça de Saleiro.
Logo no arranque do segundo
tempo, o
Sporting
chegou ao 4-1 por intermédio de
Yannick
Djaló, depois de um cruzamento tenso de Vukcevic a partir do lado esquerdo
ter desviado ainda em Matías Fernández.
No entanto, nem
Mafra
nem Zhang tinham dito ainda as suas últimas palavras. Aos 83 minutos,
Rui
Patrício foi traído pelo relvado e acabou por colocar a bola na cabeça do
avançado chinês, que reduziu a desvantagem. E já em tempo de compensação, Zhang
completou o
hat trick ao ganhar nas
alturas à defesa
leonina
depois de um cruzamento de Élio Wilson a partir do flanco direito. 4-3. Quem
diria?
“Quando já avistava a última
curva da eliminatória, o
Sporting
meteu os pés pelas mãos na linha defensiva – a uma atrapalhação de
Rui
Patrício causada pelo mau relvado (4-2) somou-se a fraca proteção aérea dos
centrais Polga e Carriço (4-3). E, sofrendo com a eficácia de um surpreendente
chinês chamado Zhang – marcou os três golos do
Mafra
–, acabou o jogo a tremer, procurando fugir de fantasmas de um passado recente.
Mas aguentou-se, porque a meta estava à vista, seguindo em frente na
Taça
de Portugal. Isto numa noite que, não obstante os desatinos finais, serviu
na perfeição para Carlos Carvalhal dar andamento a unidades menos rodadas –
especialmente
Yannick
Djaló, Matías Fernández e Polga – e ensaiar uma diversidade de soluções
técnicas e táticas ao longo do encontro, entre elas a colocação de Pedro Silva
nas funções de lateral-esquerdo. Poderá estar aqui uma hipótese de
sobrevivência de um… defesa-direito de raiz que perdeu espaço em face da
contratação de João Pereira, mas cuja versatilidade lhe permite atuar sobre o
flanco canhoto”, escreveu o jornal
O Jogo.
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