Portugal venceu esta noite a Islândia por 5-3 no Estádio do Dragão, no Porto, e deu um passo de gigante para confirmar a sua presença no EURO 2012.
Eis a constituição das equipas:
Portugal
Portugal, como se sabe, teve de preparar este jogo com algumas baixas, sobretudo na defesa onde Pepe, Fábio Coentrão e Sílvio se encontram lesionados, Ricardo Carvalho está suspenso dos jogos da selecção e Bosingwa continua (inexplicavelmente) a não ser chamado.
Para os seus lugares, e completando o quarteto defensivo como João Pereira, entram Bruno Alves, Rolando e Eliseu.
De resto, mantém-se o onze que tem jogado a titular nos últimos jogos oficiais, ainda que alguns suplentes importantes como Danny e Hugo Almeida fossem também baixas devido a lesão.
Islândia
A selecção da Islândia, da qual conheço muito pouco, já se sabia que não podia contar com Gudjohnsen, o seu jogador mais popular, ex-atleta de Chelsea e Barcelona, entre outros.
Para além dele, também jogadores importantes como Helguson (Queen Park Rangers) e Sightórsson (Ajax) estarão ausentes desta partida devido a lesão.
Portugal não entrou tão forte como se esperava, talvez com demasiada confiança, com a ideia de que mais cedo ou mais tarde haveria de marcar e abrir caminho para a vitória, e até foram os islandeses os primeiros a criar perigo, na sequência de um lançamento lateral Solvi Jonsson cabeceou para uma defesa fantástica de Rui Patrício.
A equipa das quinas aprendeu com o erro e foi subindo no terreno, e mesmo sem a justificar, chegou à vantagem. Canto de Moutinho na esquerda batido de uma forma curta para Eliseu que colocou a bola na cabeça de Nani, que desta forma fez golo aos 13’.
O mais difícil já estava feito, e a partir daí Portugal tornou-se completamente dominador e controlador das operações do jogo, assim como assumiu uma postura mais pressionante e intensa, e foi até mesmo devido a essa maior pressão que chegou pouco depois ao 2-0, após um mau atraso de Solvi Jonsson para o seu guarda-redes, Nani interceptou a bola e praticamente na marca de grande penalidade atirou para a baliza com relativa facilidade. Estavam decorridos 21 minutos.
Depois do segundo golo, um senhor chamado Cristiano Ronaldo (que estava muito apagado) decidiu aparecer no jogo e não ficar atrás do seu antigo colega dos tempos do Manchester United e tentou por algumas vezes o golo. Os jogadores do meio-campo, sobretudo Carlos Martins, foram também aparecendo mais no jogo, numa altura em que a Islândia parecia já estar conformada com a derrota.
Mas apesar da insistência do astro do Real Madrid e do maior protagonismo dos centro-campistas, foi Hélder Postiga a conseguir marcar, após um cruzamento de Bruno Alves na direita na sequência de um pontapé de canto, o avançado do Saragoça consegue desviar a bola que caprichosamente acabou por entrar na baliza islandesa.
Pelo meio, um grande susto para os portugueses, não por um remate perigoso da Islândia, mas sim devido a um choque entre o joelho de Rui Patrício e a cabeça de Rolando, fazendo este segundo ficar combalido, e penso que perder os sentidos. No entanto, o central do FC Porto regressou à partida com normalidade.
Na segunda parte, o objectivo era gerir o esforço e a vantagem, tendo em vista o compromisso de terça-feira na Dinamarca.
Portugal até entrou bem no recomeço, com um remate poderoso de Ronaldo após uma diagonal a embater na trave.
No entanto, minutos depois, foi a Islândia quem marcou, através de Jonasson que à boca da baliza desviou um cabeceamento de Solvi Jonsson.
Se o golo dos nórdicos foi encarado com alguma naturalidade porque de certa forma era justo e porque o ritmo do jogo estava pouco intenso, e ainda eram dois golos de vantagem e Portugal continuava a criar situações de perigo, aos 67’ surge os islandeses fizeram o segundo, novamente após assistência de Solvi Jonsson para Jonasson que de forma habilidosa fez o 3-2. Fiquei com algumas dúvidas se não houve pé em riste sobre Moutinho, mas aceita-se a decisão do árbitro.
Apesar da vantagem curtíssima, a equipa das quinas não tremeu e não apanhou grandes sustos, e marcou até mais dois golos com alguma naturalidade, primeiro por João Moutinho, num remate à entrada da área após uma assistência de Eliseu pela esquerda.
A falar no lateral do Málaga, foi ele que marcou o 5-2! Após recuperar a bola no seu flanco rematou em jeito de pé direito e fez um golo de belo efeito, estavam decorridos 87 minutos.
A vitória já estava garantida, no entanto, os islandeses ainda marcaram mais um, na marcação de uma grande penalidade, por Gylfi Sigurdsson, aos 90+3’.
Esta vitória coloca a selecção portuguesa com um pé na fase final do EURO 2012, ficando à distância apenas de um empate na Dinamarca, ou então, de uma derrota caso Suécia, Croácia e Grécia não acabem no seu grupo em 2º com mais pontos que Portugal. Mas há condições para vencer na Escandinávia claramente!
Analisando as equipas, creio que Portugal não entrou no jogo como lhe competia, nunca teve uma mudança alta engrenada, no entanto, marcou cinco golos, criou oportunidades para fazer mais e acabou por cumprir o objectivo.
Rui Patrício não tremeu e até fez boas defesas, João Pereira passou despercebido, Rolando falhou nos dois primeiros golos da Islândia mas foi muitas vezes decisivo pela positiva, Bruno Alves esteve bem a defender e até a atacar e Eliseu fez um jogo muito bom, fechou bem na defesa apesar de algumas percas de bola, e apareceu bem no ataque fazendo duas assistências e ainda um golaço! Foi o homem do jogo! É para manter nas convocatórias!
Moutinho e sobretudo Meireles estiveram discretos, e Carlos Martins esteve bem, surpreendeu-me a mim porque não o esperava em tão bom plano.
Nani fez mais um grande jogo, Ronaldo quando apareceu proporcionou grandes momentos de futebol e Postiga, mesmo sem grandes oportunidades, lá marcou o seu golo como de costume.
Os suplentes que entraram tiveram bem, Ruben Micael e Veloso ajudaram à circulação de bola e Nuno Gomes não teve tempo para nada.
No que concerne à Islândia, embora desfalcada mostrou poucos argumentos técnicos, mas mostrou que tem algumas armas, sobretudo o jogo aéreo, e que sabe explorar o que tem de bom para criar situações de perigo.
É uma selecção abaixo da média europeia, que muito dificilmente conseguirá apuramentos para fase finais nos próximos anos, e que é “goleável” por qualquer equipa que tenha a mesma qualidade que a portuguesa.