O Benfica venceu esta noite o Paços de Ferreira por 4-1, no Estádio da Luz, num jogo a contar para a 7ª jornada da Liga ZON Sagres.
Eis a constituição das equipas:
Benfica
Já se sabia que os encarnados não podiam contar com Javi Garcia, por isso, é Matic quem ocupa naturalmente a sua posição. O Benfica apresenta-se de uma forma diferente do que aquela que actuou no Estádio do Dragão, voltando com o 4-4-2 losango tal como no ano da conquista do título, com Saviola e Cardozo a formarem um dueto na frente de ataque, e com Matic a ser o único médio-defensivo, com Gaitán e Bruno César nas alas, relegando Witsel e Nolito para o banco de suplentes. De resto, não há novidades.
Paços de Ferreira
No que concerne aos pacenses, com as sete ausências já conhecidas, o que me surpreende é a não inclusão de Michel no onze inicial, quando este já o demonstrou várias vezes, inclusivé no jogo frente ao Sporting, que é o jogador mais perigoso da equipa. De resto, um 4-3-3 virado para o contra-ataque.
O jogo começou equilibrado, no entanto, aos 6’, o Benfica viu um golo seu ser duvidosamente anulado, por intermédio de Cardozo.
O jogo não foi disputado de uma forma muito intensa, o Benfica esteve sempre muito tranquilo, e o Paços de Ferreira não foi aquele tipo de equipa atrevida que aparecem de 15 em 15 dias na Luz. Os encarnados foram controlando e chegaram ao golo aos 21’, numa jogada em que Maxi Pereira subiu pelo seu flanco, cruzou a bola para a área onde Cardozo se cabeça assiste Saviola para o 1-0.
O jogo manteve-se com o mesmo ritmo, o Paços manteve-se pouco atrevido e jogou quase como se estivesse 0-0. Aos 35’, escreveu-se direito por linhas tortas e William, lesionado, deu o lugar a Michel, um jogador que mostra uma qualidade acima da média, que pode jogar em várias posições e que estranhamente surgiu no banco de suplentes.
Apesar da alteração, foi mesmo o Benfica que chegou ao golo, novamente por Saviola, após um canto de Bruno César na direita, o argentino surgiu sozinho e rematou de primeira para o fundo das redes de Cássio, um belo golo aos 42’.
Para a segunda parte, a dúvida estava na atitude do Paços, se iam procurar explorar as fragilidades físicas de um Benfica que teve dois jogos muito intensos na última semana, ou se se iam dar por vencidos dada a dificuldade em poder conseguir pelo menos o empate.
Bem, o Benfica entrou forte após o descanso, criou algumas situações de golo que mostravam que a equipa queria despachar o assunto, no entanto, por ironia, foi o Paços quem marcou, através de uma grande penalidade convertida por Michel, aos 49’.
O jogo que aparentemente estava controlado tornou-se algo instável para os encarnados, sobretudo quando Melgarejo cabeceou para uma defesa incrível de Artur, minutos depois
Os vice-campeões nacionais perceberam então que a melhor forma de defender era atacando, e foi assim que chegaram ao 3-1, com Luisão completamente à vontade a dar de cabeça sequência a um livre marcado a meio do meio-campo pacense por Aimar.
Ainda os adeptos benfiquistas estavam a festejar o golo, Nolito (que tinha entrado para o lugar de Bruno César), na sequência de uma jogada individual em que os defesas do Paços de Ferreira ficaram especados a olhar, conseguiu fazer o 4-1, estavam decorridos 67 minutos.
O Benfica que tinha acelerado após a entrada do espanhol, volta a reduzir a velocidade, mas desta vez, com três golos de vantagem e com 20 minutos para se jogar, não havia perigo, a vitória estava garantida.
Com esta vitória, os encarnados passam a somar 17 pontos e tornam-se líderes isolados do campeonato, ainda que com mais um jogo que FC Porto e Sp. Braga, que só amanhã cumprem o seu jogo da 7ª jornada.
Analisando as equipas, começando pelos homens da casa, o Benfica pareceu-me algo cansado, em gestão de esforço, mas ao mesmo tempo muito tranquilos e confiantes de que o golo haveria de aparecer, e tanto assim foi que ao intervalo ganhavam por 2-0, e foi com alguma injustiça que apanharam o susto quando o Paços reduziu.
Artur volta a ser batido, tal como todos os outros jogos do campeonato, embora seja sempre das melhores unidades em campo. Do sector defensivo não há nada a dizer, no meio-campo Matic trouxe mais centímetros e qualidade técnica, mas peca por não ter a velocidade, garra, entrosamento e cultura táctica de Javi Garcia. Nas alas, Bruno César e Gaitán não foram tão exuberantes como de costume, e parece mentira que geralmente quando Jorge Jesus opta por dar a titularidade a Bruno César, é o suplente Nolito que aparece para dar algo a mais à equipa (como foi o exemplo de hoje) mas quando acontece o contrário, é o brasileiro quem joga melhor e traz mais utilidade (como no Estádio do Dragão). Uma dor de cabeça que todos os treinadores gostariam de ter. Saviola fez o que lhe foi pedido, e mesmo não marcando, Cardozo esteve muito bem no primeiro golo, é preciso ter muita cultura táctica e técnica para fazer a assistência que ele fez.
Quanto ao Paços, ainda que sejam sete as ausências, não gostei da atitude da equipa, que se continuar com desempenhos do género, será uma séria candidata à descida de divisão.
A defesa tinha telhados de vidro, falharam muitas vezes na marcação e é incompreensível como no golo anulado ao Benfica, na jogada seguinte em que Cardozo criou muito perigo e no golo de Luisão, os jogadores encarnados estavam completamente sozinhos, o central brasileiro então nem preciso de saltar para cabecear.
As transições ofensivas foram uma nulidade, a equipa não conseguia sair a jogar colectivamente, e foram chegando à área contrária através, sobretudo, de algumas jogadas individuais, quer no primeiro como no segundo tempo, ainda que na segunda parte, com Michel em campo, esses lances individuais fossem mais fortes. É inacreditável como nem conseguiram fazer cinco remates e não exploraram melhor o contra-ataque.