quinta-feira, 20 de junho de 2019

Os 10 concelhos menos populosos de Portugal que já tiveram clubes na I Liga

Sanjoanense e Sp. Espinho em duelo no Campeonato de Portugal
De norte a sul e do litoral ao interior, a história do futebol português também se tem escrito por clubes que fintaram a demografia e, em determinado momento, estiveram entre os grandes. Entre os dez concelhos menos populosos de Portugal que tiveram clubes na I Liga (segundo os censos de 2015), uns estiveram apenas uma época na elite, mas também houve quem tivesse chegado à final da Taça de Portugal e às competições europeias. Embora os principais emblemas nacionais estejam na metrópole, década após década emergem das divisões inferiores clubes que tornam o futebol português mais democrático e que colocam concelhos pouco populosos na ribalta. Saiba quais são.



10. Trofa (38.264 habitantes)

Fundado em 1930, o principal clube do concelho, o Trofense, viveu mergulhado nas distritais da Associação de Futebol do Porto até meio da década de 1980. Depois começou a aparecer nas extintas II e III divisões, até saltar para a II Liga em 2006. Dois anos bastaram para assegurar a promoção à I Liga, onde o emblema da Trofa esteve apenas uma temporada, 2008-09.
Embora tenha terminado em último lugar, pontuou frente aos três grandes: empatou em casa com o Sporting e com o FC Porto no Dragão e venceu o Benfica na Trofa e empatou na Luz. Paulo Lopes, Areias, Tiago Pinto, Delfim, Hugo Leal, Ricardo Nascimento e Hélder Barbosa eram alguns dos nomes mais sonantes do plantel, que conheceu três treinadores: António Conceição, Shéu e Tulipa.
Depois de nove anos nas ligas profissionais, o Trofense está desde 2015 no Campeonato de Portugal.



9. Tomar (38.183 habitantes)

Tomar foi o único concelho do distrito de Santarém que já teve um clube na I Divisão, o União de Tomar. Lá jogaram Eusébio e António Simões, mas na II Divisão, já depois de o emblema ribatejano ter participado seis vezes no patamar maior do futebol português. Logo na primeira presença, em 1968-69, alcançou a melhor classificação de sempre, um 10.º lugar. Porém, desceu na época seguinte. Voltou a subir mais duas vezes, em 1971 e 1974, mas só resistiu duas temporadas entre a elite em cada ocasião.
Bastante longe dos tempos áureos, desde 2002 que está subterrado nas distritais de Santarém.


8. Espinho (29.708 habitantes)

O Sporting Clube de Espinho é indiscutivelmente mais conhecido pelos feitos no voleibol, modalidade da qual é recordista de títulos em Portugal, do que no futebol, mas ainda assim somou 11 presenças distribuídas por três décadas na I Divisão.
A primeira participação foi em 1974-75, a última em 1996-97 e o maior período na elite entre 1979 e 1984, mas a melhor classificação foi obtida em 1978-88 com Quinito ao leme e os brasileiros Ivan e Pingo como duas das principais figuras da equipa: o 6.º lugar.
Afastado das ligas profissionais desde 2005, os tigres da Costa Verde caíram nos distritais dez anos depois, mas voltaram em força em 2017, tendo inclusivamente disputado o playoff de subida à II Liga em 2018-19.



7. Tondela (27.701 habitantes)

No presente, tal como no passado, as pequenas cidades também cabem na I Liga. Depois de em 1941-42 ter disputado a fase de promoção à I Divisão, passou grande parte da sua existência entre os distritais de Viseu e a antiga III Divisão. Em 2005, o Tondela sagrou-se campeão distrital e deu o pontapé de saída para uma ascensão meteórica, que culminou com a subida à I Liga dez anos depois.
Em quatro temporadas entre a elite, a permanência foi assegurada de forma muito sofrida em três delas, todas na última jornada. A exceção foi a tranquila época de 2017-18, em que a equipa às ordens de Pepa alcançou o 11.º lugar. Apesar desse sofrimento, tem dado água pela barba aos grandes: ganhou na Luz e no Dragão e empatou três vezes em Alvalade.



6. Vizela (23.802 habitantes)

Depois de várias décadas entre os distritais de Braga e os escalões nacionais inferiores, o Vizela emergiu na década de 1980, assegurando a presença na I Divisão em 1984/85. Foi sol de pouca dura, pois a equipa então orientada por José Romão não foi além do 16.º e último lugar que lhe ditou o rápido regresso à II Divisão. Valeu de consolação o empate em casa com o campeão FC Porto, na antepenúltima jornada.
Daí para cá, os minhotos têm andado sempre entre o segundo e o terceiro patamares do futebol português, tendo estado perto do regresso à elite em 2008, quando foram vencidos ao sprint por Trofense e Rio Ave.



5. Elvas (21.571 habitantes)




4. São João da Madeira (21.449 habitantes)

No último meio século, apenas por quatro épocas a Sanjoanense não esteve nos campeonatos nacionais, tendo neste período revelado jogadores como António Sousa e António Veloso, que se tornariam internacionais portugueses. Porém, as três últimas (de quatro) presenças do clube de São João na Madeira na I Divisão foram na década de 1960, 20 anos depois de ter participado no primeiro escalão pela primeira vez, em 1946-47. A melhor classificação de sempre foi obtida em 1967-68: o 10.º lugar.
Tal como o Sp. Espinho, o futebol não é a modalidade de eleição do clube, que se tem destacado mais pelo hóquei em patins, tendo conquistado a Taça das Taças em 1986.


3. Arouca (21.392 habitantes)

Fundado em 1952, o Futebol Clube de Arouca apenas surgiu nos campeonatos nacionais no século XXI, e mesmo assim de forma pouco consistente. Campeão distrital da AF Aveiro em 2007, os beirões deram aí o tiro de partida para uma ascensão meteórica no futebol português, tendo alcançado a promoção à I Liga em 2013.
A história dos arouquenses no primeiro escalão resume-se a quatro épocas, mas ricas em conteúdo. Após ter alcançado a permanência apenas nas últimas jornadas com Pedro Emanuel ao leme em 2013-14 e 2014-15, Lito Vidigal levou o principal clube da vila de Arouca à Liga Europa em 2016, graças a um brilhante 5.º lugar.
Para a história ficará a eliminação dos holandeses do Heracles na 3.ª pré-eliminatória e o prolongamento que obrigou o Olympiacos a jogar no playoff de acesso à fase de grupos. Porém, a temporada da estreia europeia ficou marcada pela despromoção. Entretanto, a equipa desceu ao Campeonato de Portugal em 2019 e a direção do clube avançou para um pedido de insolvência da SDUQ e para a rescisão coletiva com o plantel.



2. Vila Real de Santo António (19.077 habitantes)

Na cidade raiana do Algarve, o Lusitano Vila Real de Santo António (VRSA) teve o estatuto de primodivisionário por três vezes, entre 1947 e 1950. Numa altura em que a I Divisão era disputada por 14 equipas, os algarvios obtiveram a melhor classificação da história logo na época de estreia: o 11.º lugar. Seguiu-se um 13.º e por fim um último lugar que atirou o clube para a II Divisão.
Desde então que o Lusitano tem sido presença assídua nos campeonatos nacionais, tendo participado inclusivamente na edição inaugural da II Liga, em 1990-91. Porém, no século XXI tem alternado entre as provas da Federação Portuguesa de Futebol e as da AF Algarve.


1. Campo Maior (8.214 habitantes)


















1 comentário:

  1. Na maior parte dos casos referidos, houve mecenas por trás a financiar: família Violas, Nabeiro, Rui Silva (que detinha a ricon).

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