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Salgueiros e Beira-Mar protagonizaram jogo impróprio para cardíacos |
Em vésperas de jogo entre
Beira-Mar
e
Salgueiros
(domingo, 15:00), desta feita para o
Campeonato
de Portugal, o quarto escalão do futebol nacional, adeptos dos dois clubes
vão recordando grandes duelos do passado. Um dos mais lembrados por ambas as partes é o escaldante 4-4 de 30 de maio de 1999, na última jornada da
I
Liga de 1998-99.
Na altura, os
salgueiristas
então orientados por Dito estavam já com a permanência garantida, podendo até
fechar o campeonato na primeira metade da tabela no caso de uma conjugação favorável
de resultados. Pior estavam os
aveirenses
comandados por António Sousa, que estavam apurados para a final da
Taça
de Portugal, mas com a corda na garganta no que concerne à
I
Liga, pois entraram na derradeira ronda em zona de despromoção e a depender
de terceiros para se salvar.
A tranquilidade de uns e o
desespero de outros levou a que se assistisse, no mítico Estádio Engenheiro
Vidal Pinheiro, a um encontro emocionante, impróprio para cardíacos, em que os
aurinegros
estiveram por três vezes em vantagem, mas acabaram na
II
Liga.
Marcou primeiro o
Beira-Mar,
por intermédio de um “petardo indefensável” do filho do treinador, Ricardo
Sousa, aos quatro minutos. O
Salgueiros
empatou logo a seguir na sequência de um canto, por Ademir (6’); e chegou ao
2-1 a meio da primeira parte, por João Pedro, de calcanhar, a passe de Edu (21’).
Contudo, os
aurinegros
ainda conseguiram ir para intervalo em vantagem, com Ricardo Sousa a empatar o
jogo à passagem da meia hora, na resposta a um cruzamento de Simic; e Fernando,
de cabeça, a fazer o 2-3 aos 33 minutos.
A segunda parte abriu com o terceiro
golo do
conjunto
de Paranhos, apontado por Abílio na conversão de uma grande penalidade a
castigar mão na bola de Lobão. O
Salgueiros
ficou fragilizado a partir do minuto 59, devido à expulsão de Miguel, e veio a
sofrer o 3-4 aos 72’, por intermédio do recém-entrado Fary, na recarga a um
remate de Ricardo Sousa. Porém, os
portuenses
reagiram pouco depois, fixando o 4-4 final por Paulinho, num cabeceamento em
resposta a um canto de Abílio (77’).
“Findo o jogo, a tristeza
apoderou-se dos
aveirenses.
Em Paranhos, o empate, a quatro bolas (!), uma fartura para quem teve momentos
magros de futebol ao longo da campanha, não foi suficiente face à vitória do
Alverca
sobre o
Guimarães.
O jogo foi louco, emotivo, com alternância no marcador e dignificou os dois
conjuntos. Foram, na verdade, dois bravos pelotões, embora cometendo erros
defensivos de palmatória, o que ajuda também a perceber o volume do desfecho”, escreveu
o jornal
O Jogo, que elegeu Ricardo Sousa – “exibição soberba” – como o
melhor em campo, na crónica do encontro.
Este desfecho fez com que o
Beira-Mar
concluísse o campeonato em 16.º lugar, a mesma posição para a qual havia
entrado na última jornada, com 33 pontos. O empate até seria suficiente para
assegurar a permanência caso o
Alverca
tivesse perdido em casa com o
Vitória
de Guimarães, mas os
ribatejanos
venceram por 2-1. “Não estávamos à
espera que isto fosse acontecer, o que me leva a pensar que, às vezes, Deus não
existe”, desabafou António Sousa após a partida.
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