sábado, 15 de março de 2025

Hoje faz anos o trinco com alcunha de craque que subiu a pulso desde os distritais. Quem se lembra de Mozer?

Mozer disputou 127 jogos pelo Sp. Braga e 103 pelo Rio Ave
Possante médio (1,87 m) de características defensivas, protagonizou uma subida a pulso na carreira. Iniciou-se nos campeonatos distritais, mas foi progredindo, progredindo, ao ponto de ter disputado quase 200 jogos na I Liga, dez nas competições europeias, uma final da Taça de Portugal e uma decisão da Supertaça Cândido de Oliveira.
 
Natural de Paranhos, na cidade do Porto, começou a jogar futebol nos iniciados do Pedras Rubras, passando depois pelas camadas jovens de Boavista e Rio Ave. Foi nos juniores vila-condenses que Rui Miguel Batista Araújo passou a ser… Mozer. “Foi o massagista do Rio Ave, o senhor José, quando uma vez joguei com o Benfica. Ele achou que a minha fisionomia coincidia com a do Mozer e colocou-me a alcunha”, revelou o trinco ao Record em dezembro de 2003.
 
Quando transitou para o futebol sénior, o centrocampista teve de começar por baixo, nos campeonatos distritais. Jogou no Desportivo de Vilar, Marítimo de Angeiras e de novo Pedras Rubras antes de reforçar o Leixões em 1993-94, inicialmente para disputar a II Liga, mas nas duas épocas seguintes para competir na II Divisão B.
 
Em Matosinhos ganhou a estaleca necessária para se tornar um jogador de I Liga. No verão de 1996 transferiu-se para o Sp. Braga e rapidamente ganhou o seu espaço na equipa. Estreou-se no primeiro escalão na 1.ª jornada do campeonato de 1996-97, tendo atuado os 90 minutos num empate diante do Benfica no Estádio da Luz (1-1). Nessa época foi utilizado em 33 encontros em todas as provas, 26 dos quais na condição de titular, contribuindo para o quarto lugar que valeu o apuramento para a Taça UEFA.
 
Na temporada seguinte reforçou o estatuto, com 38 titularidades em 39 jogos nas várias competições, ajudando os minhotos a chegar à 3.ª eliminatória da Taça UEFA e sobretudo à final da Taça de Portugal. No Jamor, Mozer cumpriu os 90 minutos na derrota às mãos do FC Porto (1-3).
 
Em 1998-99 disputou outra competição europeia, a Taça das Taças, e voltou a ser indiscutível no onze arsenalista: 34 titularidades num total de 35 partidas.
 

Rutura de ligamento travou ímpeto

O sucesso de Mozer foi interrompido a 12 de janeiro de 2000, quando sofreu uma rutura do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo durante um jogo com o FC Porto, encerrando logo aí uma época na qual havia sido utilizado em 15 encontros (11 a titular). Foi a primeira vez que foi à faca.
 
Só haveria de regressar aos relvados em agosto de 2000, começando por ganhar rodagem na equipa B do Sp. Braga, na II Divisão B. Em termos de equipa principal não mais se conseguiu reerguer, não indo além de cinco jogos em 2000-01. No final da temporada, foi dispensado pelo treinador Manuel Cajuda.
 
Após conseguir a rescisão de contrato, já em agosto de 2001, Mozer assinou pelo Farense e rapidamente se tornou numa pedra basilar do onze algarvio então comandado pelo espanhol Alberto Pazos, tendo sido titular em nove das primeiras dez jornadas da I Liga. À 10.ª jornada, voltou a sofrer um problema físico num jogo com um grande, desta feita uma lesão no menisco do joelho direito numa receção ao Benfica. Ficou afastado dos relvados entre final de outubro de 2001 a abril de 2002, não a tempo de impedir a despromoção à II Liga.
 

Proveitoso passo atrás

Em 2002-03 deu um passo atrás na carreira para jogar no segundo escalão com a camisola do Rio Ave e acabou por dar… vários passos em frente. Na primeira época em Vila do Conde sagrou-se campeão da II Liga e entre 2003 e 2006 foi uma peça importante para os rioavistas no patamar maior do futebol português, ajudando a equipa então comandada por Carlos Brito a concluir o campeonato na primeira metade da tabela em 2003-04 (7.º lugar) e 2004-05 (8.º).
 
Na temporada seguinte, às ordens de António Sousa e depois João Eusébio, mostrou-se impotente para impedir a descida de divisão. A 30 de abril de 2006, numa receção ao Sporting, viu o cartão vermelho direto naquele foi o seu 194.º e último jogo na I Liga e também o 103.º e último pelo Rio Ave, aos 34 anos.
 
Na reta final de uma bonita carreira representou ainda Trofense, Vecindario (II Liga Espanhola), Santa Clara e Sp. Covilhã antes de pendurar as botas onde tudo começou, o Pedras Rubras, em 2011, quando tinha 39 anos.
 
Após encerrar a carreira de futebolista iniciou a de treinador, tendo comandado Pedras Rubras, Candal e Nogueirense, mas acabou por não dar seguimento a esse percurso.



  
 




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