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Mozer disputou 127 jogos pelo Sp. Braga e 103 pelo Rio Ave |
Possante médio (1,87 m) de características
defensivas, protagonizou uma subida a pulso na carreira. Iniciou-se nos
campeonatos distritais, mas foi progredindo, progredindo, ao ponto de ter disputado
quase 200 jogos na
I
Liga, dez nas competições europeias, uma final da
Taça
de Portugal e uma decisão da
Supertaça
Cândido de Oliveira.
Natural de Paranhos, na cidade do
Porto, começou a jogar futebol nos iniciados do
Pedras
Rubras, passando depois pelas camadas jovens de
Boavista
e
Rio
Ave. Foi nos juniores
vila-condenses
que Rui Miguel Batista Araújo passou a ser… Mozer. “Foi o massagista do
Rio
Ave, o senhor José, quando uma vez joguei com o
Benfica.
Ele achou que a minha fisionomia coincidia com a do Mozer e colocou-me a
alcunha”, revelou o trinco ao
Record
em dezembro de 2003.
Quando transitou para o futebol
sénior, o centrocampista teve de começar por baixo, nos campeonatos distritais.
Jogou no Desportivo de Vilar, Marítimo de Angeiras e de novo
Pedras
Rubras antes de reforçar o
Leixões
em 1993-94, inicialmente para disputar a
II
Liga, mas nas duas épocas seguintes para competir na II Divisão B.
Em Matosinhos ganhou a estaleca
necessária para se tornar um jogador de
I
Liga. No verão de 1996 transferiu-se para o
Sp.
Braga e rapidamente ganhou o seu espaço na equipa. Estreou-se no
primeiro
escalão na 1.ª jornada do campeonato de 1996-97, tendo atuado os 90 minutos
num empate diante do
Benfica
no
Estádio
da Luz (1-1). Nessa época foi utilizado em 33 encontros em todas as provas,
26 dos quais na condição de titular, contribuindo para o quarto lugar que valeu
o apuramento para a
Taça
UEFA.
Na temporada seguinte reforçou o
estatuto, com 38 titularidades em 39 jogos nas várias competições, ajudando os
minhotos
a chegar à 3.ª eliminatória da
Taça
UEFA e sobretudo à final da
Taça
de Portugal. No Jamor, Mozer cumpriu os 90 minutos na derrota às mãos do
FC
Porto (1-3).
Em 1998-99 disputou outra
competição europeia, a Taça das Taças, e voltou a ser indiscutível no onze
arsenalista:
34 titularidades num total de 35 partidas.
Rutura de ligamento travou ímpeto
O sucesso de Mozer foi
interrompido a 12 de janeiro de 2000, quando sofreu uma rutura do ligamento
cruzado anterior do joelho esquerdo durante um jogo com o
FC
Porto, encerrando logo aí uma época na qual havia sido utilizado em 15
encontros (11 a titular). Foi a primeira vez que foi à faca.
Só haveria de regressar aos
relvados em agosto de 2000, começando por ganhar rodagem na equipa B do
Sp.
Braga, na II Divisão B. Em termos de equipa principal não mais se conseguiu
reerguer, não indo além de cinco jogos em 2000-01. No final da temporada, foi
dispensado pelo treinador
Manuel
Cajuda.
Após conseguir a rescisão de
contrato, já em agosto de 2001, Mozer assinou pelo
Farense
e rapidamente se tornou numa pedra basilar do onze
algarvio
então comandado pelo espanhol Alberto Pazos, tendo sido titular em nove das primeiras
dez jornadas da
I
Liga. À 10.ª jornada, voltou a sofrer um problema físico num jogo com um
grande, desta feita uma lesão no menisco do joelho direito numa receção ao
Benfica.
Ficou afastado dos relvados entre final de outubro de 2001 a abril de 2002, não
a tempo de impedir a despromoção à
II
Liga.
Proveitoso passo atrás
Em 2002-03 deu um passo atrás na
carreira para jogar no
segundo
escalão com a camisola do
Rio
Ave e acabou por dar… vários passos em frente. Na primeira época em Vila do
Conde sagrou-se campeão da
II
Liga e entre 2003 e 2006 foi uma peça importante para os
rioavistas
no
patamar
maior do futebol português, ajudando a equipa então comandada por Carlos Brito
a concluir o campeonato na primeira metade da tabela em 2003-04 (7.º lugar) e
2004-05 (8.º).
Na temporada seguinte, às ordens
de António Sousa e depois João Eusébio, mostrou-se impotente para impedir a
descida de divisão. A 30 de abril de 2006, numa receção ao
Sporting,
viu o cartão vermelho direto naquele foi o seu 194.º e último jogo na
I
Liga e também o 103.º e último pelo
Rio
Ave, aos 34 anos.
Na reta final de uma bonita
carreira representou ainda
Trofense,
Vecindario (II Liga Espanhola),
Santa
Clara e
Sp.
Covilhã antes de pendurar as botas onde tudo começou, o
Pedras
Rubras, em 2011, quando tinha 39 anos.
Após encerrar a carreira de
futebolista iniciou a de treinador, tendo comandado
Pedras
Rubras, Candal e Nogueirense, mas acabou por não dar seguimento a esse
percurso.
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