Hoje faz anos o “baixinho” do Sporting que virou comentador. Quem se lembra de Paulo Sérgio?

Paulo Sérgio disputou apenas dois jogos oficiais pelo Sporting

Extremo irrequieto e de baixa estatura (1,68 m) apelidado de “baixinho” desde tenra idade, começou a jogar futebol nas escolas daquele que era o seu clube do coração em criança, o Benfica, mas ao fim de um ano mandaram-no embora por ter chumbado na escola. Depois passou pelas camadas jovens de Vitória da Picheleira e Oriental antes de ingressar no Sporting no verão de 1997, quando tinha 13 anos.

 
“Veio ter comigo o senhor Aurélio Pereira, do Sporting, disse que queria falar com os meus pais, etc., que estavam interessados em mim, aquelas coisas. E nessa altura, nesse ano, o Benfica também queria que eu fosse para lá. Só que eu pensei: “Eh pá, mandaram-me embora e agora querem-me. Não”. E fui para o Sporting por causa disso, tinha ficado magoado com o Benfica. Era miúdo, era puto. Lembro-me perfeitamente que quando me fui embora do Benfica chorei, mas chorei, não queria saber mais do futebol, fiquei mesmo chateado. Quando surgiu a oportunidade, disse, não, agora não vou para o Benfica. Ai querem? Agora não vou”, recordou à Tribuna Expresso em junho de 2021.
 
Juntamente com Edgar Marcelino e Cristiano Ronaldo fez parte de um trio de ataque que foi espalhando magia na formação do Sporting, tendo assinado o primeiro contrato profissional a 11 de setembro de 2001, o dia do atentado às torres gémeas de Nova Iorque.
 
Paralelamente, somou em junho de 2002 a primeira de 35 internacionalizações pelas seleções jovens e B de Portugal, pelos sub-18. No ano seguinte brilhou no Campeonato da Europa de sub-19, no Liechtenstein, sagrando-se melhor marcador, com cinco golos que ajudaram a equipa das quinas a atingir a final, perdida para a Itália de Chiellini, Aquilani e Pazzini.
 
Se antes desse torneio já era frequentemente utilizado pela equipa B do Sporting na II Divisão B e já tinha sido chamado por Laszlo Bölöni para fazer alguns treinos com a primeira equipa, depois passou a integrar de forma mais regular os trabalhos do plantel principal então comandado por Fernando Santos, sobretudo após a saída de Cristiano Ronaldo, tendo feito a estreia a 23 de novembro de 2003, num jogo para a Taça de Portugal no terreno do 1º Dezembro.
 
Sem mais oportunidades, na segunda metade da temporada 2003-04 foi emprestado à Académica, clube que lhe permitiu estrear-se na I Liga e apresentar um desempenho que lhe valeu a convocatória para o Torneio de Toulon no final da época.
 

  

 
Em 2004-05 fez a pré-época no Sporting às ordens de José Peseiro e foi convocado para vários jogos, mas voltou a ser utilizado em apenas um encontro, entrando a meio da segunda parte numa visita ao Dínamo Tbilissi, numa partida a contar para a Taça UEFA.
 
Em janeiro de 2005 voltou aos empréstimos, a sua cina durante vários anos. Esteve no Belenenses até final da temporada 2005-06, dividiu a época 2006-07 entre Estrela da Amadora e Desportivo das Aves e passou toda a temporada 2007-08 no Portimonense, passando a ser visto como uma promessa adiada.
 

 

Em 2008-09 viveu a primeira aventura no estrangeiro, ao serviço do Salamanca, na II Liga Espanhola, mas na época seguinte voltou a Portugal pela porta do primeiro escalão para representar o Olhanense, tendo vivido dois dos melhores anos da carreira com a camisola dos algarvios entre 2009 e 2011. Chegou a ter tudo encaminhado para reforçar o Sporting em janeiro de 2011, mas a saída do diretor desportivo Costinha e a entrada de José Couceiro para as funções de diretor geral da SAD abortou a transferência.
 

 

Em 2011-12 defendeu as cores do Vitória de Guimarães e na época seguinte voltou a aventurar-se no estrangeiro para jogar pelos cipriotas do AEL Limassol, tendo voltado a Portugal para dividir a temporada entre Arouca e Olhanense em 2013-14, não conseguindo impedir a despromoção da equipa de Olhão à II Liga.
 

 

Desde 2014 até ao final da carreira, em 2020, que esteve exilado na Ásia, tendo passado pelo DPMM do Brunei, ao serviço do qual se sagrou campeão de Singapura, e pelo Bhayangkara e pelo Bali United da Indonésia, tendo vencido o campeonato nacional por cada um desses clubes.
 

 

Após pendurar as botas tornou-se comentador televisivo. Passou pelo Canal 11, mas atualmente é possível ouvi-lo na DAZN.