Aos 28 anos e com os últimos nove
passados no Tondela,
quase sempre como principal figura da equipa, Cláudio
Ramos finalmente deu o salto que há muito fazia por merecer, tendo assinado
contrato com o FC
Porto até 2024.
Já causava estranheza que um
guarda-redes que tanto se tem destacado e que inclusivamente conseguiu
convencer Fernando Santos a torna-lo internacional português “AA” não tivesse
já rumado a um clube de maior dimensão, nem que fosse simplesmente um candidato
crónico ao apuramento para competições europeias, como Sp.
Braga, Vitória
de Guimarães ou Rio
Ave. Mas o tempo foi passando, todos os anos os grandes emblemas do futebol
português contratavam guardiões, e nenhum era Cláudio
Ramos.
Embora não seja muito alto – um possível
argumento para justificar a ausência de um salto para um dos grandes -, o que o
guarda-redes
natural de Vila Nova de Paiva ia mostrando semana após semana é que o seu
1,82 m é mais do que suficiente para fechar a baliza.
É verdade que o seu jogo de pés
ainda foi pouco testado, mas não podia ser isso a poder travar a ascensão de
alguém cuja principal função é evitar os golos adversários, parâmetro no qual
tem estado entre os melhores do futebol português.
Seguro, elástico, inteligente a
decidir para onde socar a bola e com reflexos apuradíssimos, foi acumulando
defesas que tão importantes quanto espetaculares. E não, não é de voar para a
bola só para a fotografia. Se puder, agarra-a, mas se tiver que esticar-se,
pode proporcionar fantásticos momentos de futebol.
Se daqui a uns anos o Tondela
já não andar entre os grandes do futebol português, certamente que o emblema
beirão será recordado pela simpatia, as duas miraculosas permanências
(2015/16 e 2016/17) e por um guarda-redes de grande qualidade, que muito
contribuiu para que o clube fosse amealhando mais algumas presenças na I
Liga.
Porém, os auriverdes já fazem
parte do passado de Cláudio
Ramos, cujo futuro passa por um FC
Porto que tem nos seus quadros dois excelentes guarda-redes, o
internacional argentino Marchesín e o dono da baliza da seleção nacional de
sub-21 – à frente do titular sportinguista Luís Maximiano -, Diogo Costa.
Por estar tão bem servido – e apenas
por isso! -, acaba por causar alguma estranheza a contratação de um terceiro
guardião de nível tão elevado. A permanência dos três no plantel
(aparentemente) é impensável, resta saber o que vai acontecer: colocar Diogo
Costa a ganhar rodagem noutras paragens? Utilizar Cláudio
Ramos para o envolver num negócio que baixe o valor de uma transferência
como a dos desejados Taremi e Toni Martínez? Ou, menos provável, vender
Marchesín para abrir espaço para Diogo Costa e ter Cláudio
Ramos para dar garantias de concorrência forte?
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